quinta-feira, 4 de janeiro de 2007


e parou o tempo. as pedras calaram os passos. as portas não chegaram a libertar a vida. as janelas esconderam os sorrisos. parou. tudo parou. o tempo parou.
e quem quis passar por ali teve de gritar. gritar!
...e o grito, sem se ouvir, ficou mudo, porque as palavras nunca moraram ali.
naquela passagem apenas o cinzento de momentos antigos. os clamores do heróis. a ousadia. misto de memórias, paixões.
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(foto: viseu, cidade museu, de Parrot )

4 comentários:

Rosalina Simão Nunes disse...

sim, harry, concordo: As pedras também falam,nomeadamente quando dispostas de forma arquitectónica penso eu alto.

mas porque falam, também calam. e, no meu retrato, as minhas pedras calaram. não os momentos antigos, mas os passos. vê que na foto não há passos, porque não há 'gentes'.

depois, os meus momentos cinzentos são os da passagem. em arco. se quisermos. porque me vi ali e parei. e escutei e ouvi clamores. levantei os olhos e o céu estava cinzento. como cinzentas são as cores que guardo na memória das histórias que li e algumas aprendi, daqueles que na história, ainda que apaixonantes, ficaram heróis.

esta foto prendeu-me, essencialmente, pelo seu momentâneo silêncio. pela cor parda. pela ausência do humano, sentindo, no entanto, a presença do passado.

confuso. :)

Cristina disse...

adorei o texto :)

e as fotos do Parrot que ja conhecia;)

beijinhos

Rosalina Simão Nunes disse...

obrigada, harry. um bom fim-de-semana para ti, também.

Rosalina Simão Nunes disse...

ehehhehe...cristina, sou uma "roubadora" de fotos. ;)