quinta-feira, 30 de julho de 2009

MOODLE, Escolas e Professores - Parte I

Como se anda a dizer que os blog's estão parados, resolvi actualizar o meu, transcrevendo duas participações neste Fórum onde descrevo a minha experiência, enquanto professora de Língua Portuguesa, na Plataforma Moodle da Escola onde lecciono.

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Boa noite

Irei participar faseadamente neste tópico, dado que não me seria possível, numa só mensagem, descrever a experiência que tem sido a utilização da Plataforma Moodle como recurso no caso da disciplina que dinamizo desde 2007/08. Tem sido um espaço de aprendizagem que completa o trabalho desenvolvido em sala de aula.

Uso a plataforma como repositório de materiais? - Não. Para isso tenho outro espaço, desde sempre aberto. Aliás, nem me parece que essa seja a funcionalidade mais interessante do Moodle, a não ser que seja para desenvolver uma actividade específica e queiramos que os alunos usem um documento em particular.

Então, que faço eu com os alunos na Plataforma?

Esse é um processo que já passou por várias fases. A primeira coincide ainda com a frequência da Acção de Formação onde aprendi a usar esta ferramenta. Considerei na altura, e mantenho essa opinião, de que aquele espaço seria ideal para poder promover a discussão, duma forma informal, levando os alunos a desenvolver a escrita e o espírito crítico. Como? Propondo temas para discussão. Sugerindo aos alunos que eles próprios abrissem tópicos de discussão.

Isso aconteceu? Sim. Com todos os alunos? Não. Porquê? Na maioria dos casos, porque a única forma que têm de aceder à internet é na escola.

Trabalho numa escola que recebe alunos maioritariamente provenientes de aldeias. Por que razão não foi resolvido esse problema, na escola, permitindo que os alunos, quando lá estão tivessem esse acesso facilitado? Não sei. Informei sempre os responsáveis das situações em que os alunos tinham dificuldade em aceder à Plataforma. Por exemplo, no início da sua utilização tive de ir à Biblioteca informar que sempre que os alunos das minhas turmas quisessem aceder à Plataforma isso dever-lhes-ia ser facilitado, isto porque tive o feedback de que na Biblioteca não os deixavam aceder.

Por que razão o espaço só está acessível aos alunos das turmas que lecciono? Porque aquele é uma espaço de aprendizagem. Logo implica saber quem está de cada um dos lados e para que está. Caso contrário não tem sentido, nem é funcional.

E é a questões como estas, Teresa, que eu me refiro, noutro espaço, quando falo da 'real prática pedagógica'.

Desisti? Não. Havia razões para desistir? Sim. :) Basta referir que no meu horário constaram sempre e apenas 90m para o trabalho desenvolvido no Moodle. Não penso que essa carga horária seja compatível com o seguinte registo que consta do relatório de actividades, no meu perfil: Listagem de registos 69265.

Para terminar, por hoje, talvez referir que a fim de 'prender' os alunos àquele espaço estão sempre disponíveis as seguintes actividades lúdicas, desenvolvidas com o recurso a fóruns:

Palavra puxa palavra - XXXIII - Este desafio trata-se de um jogo de associação de palavras, devendo ser usados preferencialmente substantivos.

Cada participante terá apenas que escrever uma palavra que de alguma forma associe à anterior.

Cadeia de palavras - 7 Este jogo tem como objectivo fazer uma cadeia de palavras em que as duas últimas letras da primeira palavra devem ser as duas primeiras da seguinte.


Palavra puxa imagem - Frequentemente associamos as palavras às imagens.

Neste fórum desafiam-se os participantes a enviar fotos, de preferência tiradas pelos próprios, que possam ser associadas a um tema que irá ser diferente todas as semanas. A partir desta actividade foi feito este vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=Ez_CoaLJjF0&feature=channel_page . E já há material para mais. O tempo é que não estica. :)

Jogo do alfabeto - Respeitando a ordem do alfabeto e o tema dado, vamos escrevendo palavras. Recomeça o jogo, com abertura de novo tema, o participante que escrever a palavra começada por Z. Terá, também de sugerir uma nova área temática e escrever a primeira palavra.

Sempre que não conseguirem continuar o jogo, inicia outro tema o último participante.


Figura Mistério - 55 - * Para descobrirem quem é a Figura Mistério têm de fazer perguntas às quais só se poderá responder sim ou não.
* As respostas serão dadas neste Fórum.
* A pessoa que acertar na Figura Mistério, envia-me por mail uma fotografia de alguém que quer ver transformado em Figura Mistério.
* Depois as respostas às perguntas, mantendo o critério das respostas dadas serem apenas SIM ou Não, são dadas pela pessoa que sugeriu a Figura.

Como se escreve? - 18 (HotPotatoes 6)

Nestas actividades é apenas avaliada a participação dos alunos.


Até

MOODLE, Escolas e Professores - Parte II


Boa Tarde. :)

Cá estou para continuar a descrição daquilo que tem sido a experiência na Plataforma Moodle.


Como alguém diz, no seu testemunho, está-se em permanente (re)construção. E essa será a palavra-chave.


A primeira fase, no entanto, ficou terminada, quando os miúdos começaram a utilizar, muitos diariamente, a Plataforma. E o que tem acontecido é que porque uns usam, os outros também querem usar. Não fossem as questões técnicas de que falo em cima e, provavelmente, mais alunos estariam a usufruir desta ferramenta. Mas essa é uma questão que está relacionada com as condições de trabalho que nos eram dadas e chegou uma altura em que decidi canalizar as minhas energias para aqueles que já faziam uso do Moodle, consciente de que não se pode chegar a todos ao mesmo tempo. :) Infelizmente.

A partir do momento em que o uso passou a ser 'normal', propunha actividades que de alguma forma pudessem ser passíveis de avaliação no domínio das competências de Língua Portuguesa, disciplina que lecciono.

Foi difícil.

Todas as semanas propunha actividades, por exemplo, usando textos para interpretação, imagens / gráficos para análise, temas para escrita. Havia alunos que participavam, mas eram sempre os mesmos e eram poucos.

Paralelamente,foi criado um espaço de debate, com um fórum de conversação, um de dúvidas e chat que funcionava todas as 2ª das 20:30 às 21:30. Sobre esta última actividade, devo dizer que foi uma surpresa. Cheguei a estar com 10 alunos. Conversava-se sobre tudo, inclusive, dúvidas sobre matérias, entrega de trabalhos e muita brincadeira. Até uma encarregada de educação chegou a participar, além de outros colegas que também têm a acesso à disciplina.

Em relação aos Fóruns, considero que sejam um dos espaços mais interessantes, já que os miúdos abrem tópicos e participam. Por exemplo, e falando só do deste ano, foram abertos 22 tópicos, havendo 266 respostas. Sinceramente, não sei se é muito , pouco. A minha sensibilidade diz-me que é bom.

Nalguns desses tópicos, pelas propostas, eram avaliadas as competências da Escrita e Compreensão da Leitura, sendo os alunos informados disso, na abertura do tópico.

Outro espaço que também já existe há dois anos é o repositório de textos que vão sendo feitos nas aulas e mesmo na Plataforma. Foi usado para isso o Glossário e sempre que há textos considerados bons, os miúdos publicam-nos lá, gerindo o seu tempo, e eu, depois, publico-os aqui: http://arquivoe-portugues.blogspot.com/

Mas a questão de usar aquele espaço de forma a que fosse possível desenvolver de forma sistematizada as competências no domínio da língua portuguesa era para mim uma preocupação. Tinha de haver maneira de poder rentabilizar mais...

E parece-me que a frequência do Curso de Mestrado Pedagogia em e-Learning (Universidade ABerta) já me ajudou nesse aspecto. :) O Curso é todo online e é usada a Plataforma. No decorrer das várias unidades, apreendi que tal como no ensino presencial, também ali é necessário estruturar muito bem cada actividade ao pormenor. Tudo tem de estar previsto. Durante o 2º Período, trabalhei no sentido de me ser possível, no 3º, passar a usar nas aulas apenas o computador. Para isso tive de adquirir um projector já que a escola só tinha disponível para circular pelas salas para cerca de 500 alunos um.

Foi um trabalho exaustivo e cansativo, já que as aulas não se podiam ressentir desse esforço, mas consegui. E assim, no 3º Período, já não usei o papel, excepto no respeita o manual, claro.

Está dado o primeiro passo para que no próximo ano também os alunos deixem de usar o papel na sala de aula. Irei planear o trabalho nesse sentido. :)

De qualquer forma, ainda no 3º período desafiei alguns alunos para participarem num projecto que designei de Caderno diário Digital. Eles aceitaram o desafio e houve dois que passaram, inclusive, a levar o computador para a aula. Obviamente, a situação foi explicada aos restantes, que perceberam tratar-se duma experiência que poderia vir a ser alargada no ano seguinte a todos, já que a continuidade pedagógica será, em princípio, mantida. Esses dois alunos pediram-me para fazer o último teste no computador. E eu aceitei com a condição de passarem para o papel se sentissem a mínima dificuldade. Não foi necessário. Fizeram o teste no computador. Eu classifiquei no computador e os resultados foram bons. Mais um desafio...

A propósito do Caderno Diário Digital foi criado na Plataforma um espaço de apoio e um wiki http://cadernosdiariosdigitais.wikispaces.com/ (espaço aberto).

Deste projecto resultaram particularmente interessantes estes dois trabalhos: http://sites.google.com/site/cadernodiariodofuturo/Home, http://sites.google.com/site/pencaneta/ e ainda este http://canettadigital.blogspot.com/ que foi um ensaio de uma das alunas que preferiu depois o uso do site.

Entretanto, já durante o 3º Período, propus duas actividades que tiveram adesão dos alunos. Penso que seja esse o caminho a seguir. :) Podem ser vistas aqui: http://eportuguesrsn.wikispaces.com/Reposit%C3%B3rio+de+Actividades .

Ainda não tive tempo para publicar os trabalhos que resultaram dessas actividades. :) Quando o fizer, aviso.


Bem, parece-me que com esta mensagem, Teresa, dá para ver mais ou menos aquilo que tenho feito e a razão pela qual considero que a Plataforma Moodle seja uma excelente ferramenta de trabalho.

Claro que ainda falta fazer muito e, mesmo que continuem a ser só 90, os minutos que estejam no meu horário para desenvolver este trabalho, não vou deixar de o fazer. Mas também sei que esta minha atitude não nos favorece, enquanto classe, já que ninguém é obrigado a ter esta disponibilidade que eu tenho. Por outro lado, talvez seja bom que aconteça e que se mostre que os professores, todos, trabalham muito mais que as horas que recebem. Porque na minha escola há outros professores que também já usam a Plataforma, não de forma tão sistematizada, mas com muitas horas, também, usadas, além dos minutos...


Paradoxos. :)


Até.

sábado, 18 de julho de 2009


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Gato quase escondido...

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ministra responsabiliza comunicação social pela baixa a Matemática


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Ter perdido os professores pode vir a fazer estragos nos resultados eleitorais. Mas nós, aqueles que, de facto, ficaram perdidos têm boa memória.

São professores.