segunda-feira, 30 de outubro de 2006

nota final...
The tree of Life
Klimt
olhares de séculos...


(tela: Girl with Pearl Earring, de Jan Vermeer //
foto: in Pro Corbis)

domingo, 29 de outubro de 2006

nota final...
Imaginação
António Abagorro
se, um dia, tivermos fechado a porta...


e trancado as janelas, a seguir não podemos permitir que peçam para entrar.
(imagens daí...)

- Romeu, Romeu, onde estás?!...















(foto: Windows, de DIAFRAGMA)

sábado, 28 de outubro de 2006

Eu gostava de olhar para ti



E dizer-te que és uma luz
Que me acende a noite
me guia de dia e seduz


Eu gostava de ser como tu
Não ter asas e poder voar



ter o céu como fundo
ir ao fim do mundo e voltar



Eu não sei o que me aconteceu
Foi feitiço! O que é que me deu?
para gostar tanto assim de alguém como tu


Eu gostava que olhasses para mim
E sentisses que sou o teu mar
Mergulhasses sem medo um olhar em segredo
para eu te abraçar

Eu não sei o que me aconteceu

Foi feitiço! O que é que me deu?

para gostar tanto assim de alguém como tu



O primeiro impulso, é sempre mais justo

É mais verdadeiro.

E o primeiro susto, dá voltas e voltas

Na volta redonda de um beijo profundo



Eu não sei o que me aconteceu

Foi feitiço! O que é que me deu?

para gostar tanto assim de alguém como tu


Eu não sei o que me aconteceu

Foi feitiço! O que é que me deu?

para gostar tanto assim de alguém como tu, como tu

(letra: de André Sardet , Foi Feitiço //

fotos: de Artur Marques da Silva)





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cinzento, a chuva, as nuvens, o medo, o vento, a perda.
o calor, o abraço.
(Sem nada, AP, Lowell Mendyk)

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

nota final...

Duo
António Abagorro

.
.
Por isso cumpre a todas as pessoas, e às donas senhoras muito mais cumpre pois são as que aventuram mais, que ao princípio das cousas olhem onde elas podem ir parar, que não há nenh~ua tamanha que no começo dela se não possa resistir ou leixar sem trabalho. Que muitos rios grandes há i que, onde nascem, se podiam empedir com um pé ou levar pera outro cabo, e no meo deles, ou depois que colhem forças, todo o mundo junto não os poderá tolher ou mudar: chama ~ua ágoa outras ágoas, um ribeiro outros, em pequeno espaço crecem de maneira que se não podem depois deixar. Grandemente devia cada um cuidar se o que faz, ou detremina fazer, é cousa honesta e que convenha; que, se lhe sae bem, todos lho têm a bem, e se não, ainda que o mundo lho tenha a mal (o que muitas vezes acontece porque, mal pecado, já os conselhos não são julgados senão polas saídas deles), não tem ao menos de que se queixar consigo. E grande bem é, a meu ver, escusar, a pessoa imizades dentre si, pois não há lugar cá neste mundo que defenda a ninguém de si mesmo. Podem-se tolher imigo e imiga, frio e chuiva; cuidado, pode-se não tomar, mas tolher, não. Já a quem faz o que deve, saindo-lhe como deve, não quero afirmar que lhe não dará paixão, que a perda de qualquer prepósito, ainda que seja desarrezoado, a dá. Mas assi digo, que se lhe der paixão, dar-lhe-á o sofrimento pera ela, que bemaventurado se pode chamar nesta vida quem tem dor que se soporta, pois, segundo parece, não se pode viver sem ela, assi ou assi.


(RIBEIRO, Bernardim - Menina e Moça,

Editorial Comunicação, 1984,

Col. Textos Literários, pp. 134-135)



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deveríamos tomar, então, consciência que inicado um processo só se sai dele, quando concluído: "...chama uma água outras águas, um ribeiro outros..."
que tempo!!!!... (...daí)

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

guardião de sonhos?!... (...daí)

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

nota final...

Akha - Hilltribe woman from Thailand
David Dancey-Wood


estava aberta, a porta. sempre aberta. podia sair sempre. todos os dias. a luz chamava-a. mas ali dentro, na penumbra, na escuridão daquele que fora o seu passado, sentia-se presa. sentia-se protegida e optava por não sorrir à luz. por não mostrar o rosto. por esconder a sua felicidade. por ficar ali, aconchegada num passado que já não era seu. e fingia. e a luz lá fora chamava. e aproximava-se da porta. e fugia. e escondia. e chorava. e não queria.

(foto de Cristina Vieira)

a força da água que cai.
alimentemo-nos aí!

(...daí)

domingo, 22 de outubro de 2006

Apresentação de uma peça


Terei a cortesia de vos contar o argumento,
se tiverdes vós a benevolência de o escutar.
Quem não quiser escutá-lo, levante-se e saia,
para haver lugar sentado para quem quiser escutar.

(de Plauto, O Soldado Fanfarrão, 79-82)



(in Romana, Antologia da Cultura Latina,
Maria Helena da Rocha Pereira, pp. 4-5)

PAUSA NA LINHA EDITORIAL PARA REFLEXÃO...


Encontrei na caixa de comentários do post anterior estas palavras.
Achei que a melhor resposta possível a dar a este anónimo deveria ser presenteá-lo com um post, uma vez que o único objectivo que encontro nestas palavras é a necessidade de atenção.
Ei-la!
nota final...


Li
Ricardo Tavares

sábado, 21 de outubro de 2006

ver em silêncio pode ser doloroso. (...daí)
Porque a beleza te escolheu
Para se representar
O MUNDO pode ser seu
Você só deve ser ou estar


Porque o BELO te elegeu
Para se mostrar
O mundo quer te pertencer é só você querer
Ou desprezar



Comigo NÃO belíssima
Com truques NÃO belíssima
Comigo nada menos do que você me deixou entrever
Por trás do aço do reflexo
Que te faz embevecida

PORQUE a beleza te escolheu

PARA se representar

O mundo pode ser SEU

VOCÊ só deve ser ou estar

Porque o belo te elegeu

Para se mostrar

O mundo quer te pertencer, é só você querer

OU desprezar

ComiGo NÃO bessima

Com truQues não bessima

Comigo nada MENOS do que VOCÊ me deixou entrever

Por trás do aço do reflexo

Que te faz embevecida

Comigo não belíssima

Com truques não belíssima

Comigo nada menos do que VOCÊ ME DEIXOU ENTREVER

Por trás do aço do REFLEXO

Que te faz embevecida

(letra: Belíssima, de Ney Matogrosso //

fotos de Pensiero)

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

nota final...

Carrocel
António Abagorro
contrariando
as cores cinzentas
que os vidros das janelas deixam ver.

(foto: labirinto, de Sérgio Rodrigues)



.
.


CHE FECE....IL GRAN RIFIUTO


A algumas pessoas um dia cai
em que o grande Sim ou o grande Não sobrevém
dizer. Logo surge ao de cima a que tem
pronto dentro de si o Sim e ao dizê-lo vai

além da sua honra e do que está convencida.
A que negou não se arrepende. De novo interrogada
voltaria a dizer não. Mas tem-na derrotada
aquele não - o correcto - toda a sua vida.





(KAVAFIS, Konstandinos - Poemas e Prosas,
trad. de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis,
Relógio D´Água, 1994, pág. 81)

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

escadaria indiscreta...(foto: Voyeru-urbano, de Alberto Monteiro)
nota final...
António Abagorro

quarta-feira, 18 de outubro de 2006



terá alguém passado por aqui?

ou terá sido apenas a água que se lembrou de esconder as suas marcas?

(foto: sandwaves, de Bill Irwin)

terça-feira, 17 de outubro de 2006


quase todos os dias tinha vontade de abrir a porta de casa e fugir.

sair dali começava a ser imperioso. como necessário era ter de trabalhar todos os dias.

depois a vontade de fuga diminuía conforme as horas do dia aumentassem e o cansaço lhe inundasse o corpo.

voltava todos os dias para casa quase à mesma hora e os rostos das ruas eram quase todos conhecidos. aquela monotonia diária aliada às horas de insónia desgastavam a raiva que tinha de querer viver.

um dia teria de gritar.

um dia teria de esquecer que outros dependiam de si.

um dia teria de pensar somente em si!

no entanto..., esses gritos, quase de amor tormentoso, tardavam.

como tardavam!

as escadas, que subia naquele momento, tinham degraus novos. os que inventara na noite anterior.

diariamente, construía obstáculos.

e afinal a angústia de querer fugir nasceria apenas no dia seguinte, precisamente no instante em que abrisse a porta para sair de casa.
o paladar doce de certos requintes.

(perle gelate, de Ornella Ermini)
" O vermelho (do latim vermillus – "vermezinho": a cochonilha) é a cor do sangue, sita no limite do visível do espectro luminoso (acima deste comprimento de ondas, o infra-vermelho, não é mais perceptível pela visão humana). Também é conhecida como escarlate ou encarnado. É cor-luz primária e cor-pigmento secundária, resultante da mistura de amarelo e magenta.
O prefixo grego para vermelho é Eritro-.



USO, SIMBOLISMO E EXPRESSÕES COLOQUIAIS

O vermelho costuma ser associado com a esquerda de uma forma geral e com o comunismo em particular;
Uma das cores associadas ao natal, juntamente como verde;
Representa o luto na Igreja Católica, por analogia ao sangue de Cristo.


SIGNIFICADO PSICOLÓGICO

Significa força, virilidade, masculinidade, dinamismo. É uma cor exaltante e até enervante. Impõe-se sem discrição. É uma cor essencialmente quente, transbordante de vida e de agitação. Exs: cereja, morango, sangue, desejo, fogo, força, energia, paixão."

(imagem: Em vermelho, de Milton Dacosta //

texto: Wikipédia, a enciclopédia livre.

nota final...



SEMPRE.


Onde quer que estejas estarás sempre comigo,
serás sempre
um grito na noite;
mesmo que o sol já não sejamos nós.

Vítor.
[conversas escritas]

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

evasões...(...daí)

.
.
.
As janelas


Nestas janelas escuras, onde vou passando
dias pesados, para cá e para lá ando
à descoberta das janelas. - Uma janela
quando abrir será uma consolação. -
Mas as janelas não se descobrem, ou não hei-de conseguir
descobri-las. E é melhor talvez não as descobrir.
Talvez a luz seja uma nova subjugação.
Quem sabe que novas coisas nos mostrará ela.



(KAVAFIS, Konstandinos - Poemas e Prosas,

trad. de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis,

Relógio D´Água, 1994, pág. 83)

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a descoberta de janelas. a procura. todos procuramos janelas. queremos encontrá-las e de seguida abri-las. e depois a luz que encontramos será para nós?!
nota final...

Lips
Andy Warhol

domingo, 15 de outubro de 2006

encontradas, por acaso, estas cores...partilhá-las é preciso.

ei-las.

(foto de Dan Houck)

...e se todos os dias inventássemos o nosso nome?!

sábado, 14 de outubro de 2006




No me abandones asi
hablando sola de ti
Ven y
devuelveme al fin
la sonrisa que se fue
Una vez mas
tocar tu piele hondo suspirar
Recuperemos lo que se
ha perdido

Regresa a mi

Quiereme otra

vez

Borra el dolor

que al irte me dio

cuando te

separaste de mi

Dime que si

Ya no quiero ilorar

Regresa a mi

Extraño el amor que se fue

Extraño

la dicha tambien

Quiero que vengas a mi

y me vuelvas a

querer

No puedo mas

si tu no estas

Tienes que

llegar

Mi vida se apaga

sen

ti a my lado

Regresa a mi
Quiereme otra
vez
Borra el dolor
que al irte me dio
cuando te
separaste de mi
Dime que si
Ya no quiero ilorar
Regresa a mi

No Me abondonas asi

hablando sola de ti

Devuelveme la pasion de tus brazos


Regresa a mi

Quiereme otra

vez

Borra el dolor

que al irte me

dio

cuando te separaste de mi

Dime que si

Ya no

quiero ilorar

Regresa a MI

(letra: de Il Divo, Regressa A Mí //

imagens: de Luís Pires, in 1000imagens)

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

somos, comummente, o que somos pelo que os olhos dos outros nos mostram. e esperamos outras tantas vezes que alguém nos diga que temos alma.

(imagem: #_X., de Maya)