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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Sobre condecorações e condecorados presidenciais ou "presidenciáveis"...*

http://www.museu.presidencia.pt/item_images/ordens_03_large.jpg A propósito desta notícia do Diário Económico.
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Leia-se antes do que escrevo o que sobre a Ordem do Infante D.Henrique se diz neste link.
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Como professora, ofende-me esta distinção. Qual foi a relevância de Crato enquanto ME? Qual foi o feito extraordinário de Crato como ME?
É desta forma que o mérito perde valor.

E não tenho dúvidas em afirmar que, neste ato, o PR não soube ouvir / perceber aqueles que mais teriam a dizer sobre o assunto: os professores.
Pode-se argumentar que a opinião do Presidente da República é diferente e que, como cidadão, tem uma opinião diversa. Ouvi, ontem, esse argumento de um deputado, não sei se do PSD se do CDS, para justificar o veto presidencial a propósito das alterações à lei do aborto e da adoção.
Quanto a mim, essa postura, a da achar que o PR, porque é cidadão, pode decidir de acordo com a sua opinião pessoal, é discutível. O PR não é apenas Presidente de uma parte dos portugueses que pensam como ele. É Presidente de todos os portugueses que estão representados por deputados na AR. Logo, isso deveria ser respeitado. Há regras que regulamentam as relações institucionais. Afinal, a questão nunca entrou no âmbito da constitucionalidade das leis aprovadas na AR. Parece ter-se tratado apenas de dúvidas pessoais.
O mesmo acontece, parece-me, no que respeita esta notícia: escolhas meramente arbitrárias.
Sobre Gaspar e restantes não me pronuncio.
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ADENDA
Volto a publicar.
A ex-ministra Maria de Lurdes Rodrigues também vai ser condecorada. Pois. A senhora não foi ministra de Passos. Mas, realmente, é que como se tivesse sido.
Não merece.





*Post publicado inicialmente no meu mural do facebook.



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008






A utilização das reticências...


Este sinal de pontuação usa-se, principalmente, quando queremos sugerir algo que não queremos escrever. Substitui, se quiserem, o ar de mistério que fazemos, quando estamos a falar com alguém e queremos sugerir algo que não queremos dizer, mas que a outra pessoa percebe; pode também ser usado para indicar que por alguma razão fomos interrompidos naquilo que estávamos a escrever, tal com acontece, quando estamos a falar, e alguém nos interrompe. Pode ainda querer exprimir uma dúvida, hesitação e até timidez! Claro que também pode substituir o etc. Mas julgo que isso, hoje em dia, aconteça muito raramente. Mesmo na oralidade, as pessoas preferem usa o etc., quando querem dizer as restantes coisas, o resto.

Portanto, usamos as reticências para sugerir, desafiar, prender a atenção, manifestar dúvida, exprimir timidez... Em suma, é um sinal de pontuação que nos permite enriquecer a nossa capacidade de comunicação escrita, tornando-a mais expressiva. A par dessa função quase poética, devemos recorrer às reticências sempre que fazemos a transcrição de uma frase, omitindo o seu início. Com isso queremos dizer que o assunto já vem detrás. Por exemplo : "...sinal de pontuação que nos permite enriquecer a nossa capacidade de comunicação escrita, tornando-a mais expressiva."

Outro uso mais técnico passa por termos de usar as reticências entre parêntesis - (...) - sempre que citamos uma frase, parágrafo, excerto de um texto e cortamos parte do texto, mostrando, assim, que essa parte omitida teria menos importância para aquilo que desejaríamos demonstrar. Assim, e recorrendo, de novo, ao mesmo parágrafo: "Portanto usamos reticências (...) sinal de pontuação que nos permite enriquecer a nossa capacidade de comunicação escrita, tornando-a mais expressiva."
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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007


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NÃO SE DEVIA DIZER, MAS...




Sexta-feira (13) treuze!
Pois é, quantas vezes não ouvimos na rua, na rádio, televisão e até na escola a pronúncia do número do azar como se encontra em epígrafe?!...


É frequente. No entanto, o alongamento da primeira sílaba treze - em ditongo (treuze) é um desvio à norma.


António Marques, em Tento na Língua, justifica a provável existência desse desvio por razões etimológicas, mas o próprio concluiu:

Será aceitável esta razão etimológica? Poderia ser...Mas razão etimológica não é justificação para o desvio, porque todos nós aprendemos na escola (ou não?!...) as normas vigentes. E a norma de 13 – nível oral e escrito é treze, sem ditongo...De qualquer modo, respeitamos o que parece ser um regionalismo, como tantos outros regionalismos que merecem respeito...”(in Tento na Língua, pág. 21)

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007


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NÃO SE DEVIA DIZER, MAS...


A maior parte deles já não vai à fábrica!, Bernardo Santareno


Há quem, eventualmente, discuta se a frase acima transcrita estará ou não correcta.

Para muitos, provavelmente, dever-se-ia dizer: A maior parte deles já não vão à fábrica, devendo por isso considerar-se errada a frase de Bernardo Santareno.


No entanto, temos de aceitar como certas ambas as frases.

De acordo com Celso Cunha e Luís Lindley Cintra (in Nova Gramática do Português Contemporâneo, pág. 496), “Quando o sujeito é constituído por uma expressão partitiva (como: parte de, uma porção de, o grosso de, o resto de, metade de e equivalentes) e um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ir para o singular ou para o plural.”

Ainda na opinião dos mesmos linguistas, cada uma das possibilidades (a maior parte deles já não vai à fábrica ou a maior parte deles já não vão à fábrica) traduz diferentes matizes: “Deixamos o verbo no singular quando queremos destacar o conjunto como unidade. Levamos o verbo para o plural para evidenciarmos os vários elementos que compõem o todo.”

Também se deve aceitar como correcto, quer a utilização do singular, quer do plural, quando o relativo que “vem antecedido das expressões um dos, uma das (+ substantivo)”.Nestes casos o verbo “vai para a 3ª pessoa do plural ou, mais raramente, para a 3ª pessoa do singular (in Nova gramática do Português Contemporâneo, pág. 498).
Exemplos:“És um dos raros homens que têm o mundo nas mãos.” (Augusto Abeleira); ...era aí mesmo um dos primeiros homens doutos que escrevia em português sem mácula.”(Camilo Castelo Branco)

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007


NÃO SE DEVIA DIZER, NEM ESCREVER, MAS...

Eles interviram bastante no debate!

Para quem não tenha hábitos de leitura e o estudo da gramática já vá muito longe no tempo, a frase em epígrafe soará correcta. Mas não está!


É um facto que 'interviram' soa mais próximo de intervir que intervieram...

Mas não devemos esquecer que intervir é um verbo composto de vir, logo a terceira pessoa do plural é vieram. Aliás o verbo 'interver' não existe, assim a forma 'interviram' nunca deveria ser dita ou escrita.

Assim, falando e escrevendo correctamente teremos:


Eles intervieram bastante no debate!

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E como muito bem lembrou o Alien nos comentários, o mesmo se passa com o singular:
Aproveito para lembrar o parente "ele interviu", que também não está mal lembrado, e se ouve (ou houve:) tanto por aí!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007


NÃO SE DEVIA DIZER, MAS...

“Ontem estava uma fila para entregar o IRS!...”

Pois é, hoje em dia, poucas são as pessoas que vão em bicha ( de carro) para o trabalho; que aguardam na bicha pela sua vez ou fazem bicha para entrar no cinema.

Está na moda substituir o vocábulo bicha por fila. Assim, vai-se em fila para o trabalho; aguarda-se na fila pela vez e faz-se fila para entrar no cinema.

Afinal, qual é a utilização adequada?

Vejamos o que nos dizem os entendidos:

•“bicha (...) 7. Fila de pessoas que esperam umas atrás das outras a sua vez, para entrar num meio de transporte; para serem atendidas...Havia bicha para os bilhetes à porta do cinema. A bicha para pagar o imposto dava a volta ao quarteirão. Entrar na bicha; ir para a bicha; pôr-se na bicha; aguardar na bicha; fazer bicha.”

(in Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea,
Academia das Ciências de Lisboa, Verbo, pp. 524, 525)

•”A propósito do que escrevi sobre estas palavras em Abril último, O Ponney, de Coimbra, de 6 de Maio, apresentou um curioso comentário que intitulou Eufemismos...

Devo esta informação ao Senhor José Querido, de Coimbra, a quem cordialmente agradeço tal gentileza.
Segundo o colaborador do referido periódico, a bicha (no sentido de «alinhamento de pessoas») está a ceder o seu lugar a fila na verdade por influência brasileira, pelo facto de nos dois países de Língua Portuguesa bicha ser sinónimo de homossexual. Entre nós tal sentido tem, como se admite n’O Ponney, também origem brasileira. Resta averiguar se em Portugal bicha («homossexual») resulta de antiga criação local ou se chegou por via brasileira. Julgo que sim, pois não me lembro de ouvir por cá tal acepção décadas atrás.”
(in Diário de Notícias, José Pedro Machado)

Se prestarmos atenção às palavras de José Pedro Machado, não faz sentido algum substituir a palavra bicha por fila.
Aliás, para quem gosta mesmo destas coisas das palavras, dos seus sons e sentidos, torce o nariz à fila de pessoas para pagar as compras... É demasiado snob...
Assim, a frase em epígrafe deveria ser dita da seguinte forma:
“Ontem estava uma bicha para entregar o IRS!...”

domingo, 21 de janeiro de 2007

NÃO SE DEVIA ESCREVER, MAS...

É frequente, em textos manuscritos, aquando da escrita de erros ortográficos, dando-se por eles, recorrer-se ao uso de parêntesis para encobrir os mesmos.

Está errado.
Essa prática resulta de uma inadequada informação sobre o uso desse sinal de pontuação - o parêntese.

Vejamos, então, por que razão não está correcto colocar os erros entre parêntesis.

parêntese s.m 1. Duplo sinal gráfico que delimita uma frase ou frases intercaladas ou suprimidas, transcrições fonéticas, indicações bibliográficas no interior de um texto…2. Frase ou episódio acessório num discurso. 3. Duplo sinal gráfico utilizado para indicar que, numa citação, se introduziu uma palavra ou palavras para lhe clarificar ou completar o sentido. 4. Duplo sinal gráfico que, associado às reticências, indica a supressão de uma parte do discurso numa citação. 5. Teat. Duplo sinal utilizado para isolar as indicações cénicas numa peça de teatro. 6. Duplo sinal gráfico utilizado par isolar constituintes de uma frase. 7. Duplo sinal gráfico que indica numa edição crítica , os elementos que devem ser introduzidos ou eliminados do texto.” , in Dicionário Da Língua Portuguesa Contemporânea, Academia das Ciências de Lisboa.

Deverá ser suficiente a leitura destes sinónimos para perceber que não é correcto utilizar os parênteses para guardar erros, isto é, dentro dos parênteses devemos escrever informações que, não sendo essenciais para a compreensão do texto, nos podem, no entanto, facilitar a sua compreensão.

Já agora uma palavra sobre o uso de corrector. Ainda que possa tornar o trabalho esteticamente mais apresentável…dificulta, no entanto, a correcção do erro.
É com os erros que aprendemos!

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007


NÃO SE DEVIA DIZER, MAS...

Hoje não vamos falar do que se diz de pior, mas de uma norma de escrita que cada vez se usa menos e que poderá ter repercussões a nível da oralidade.

Falemos, então, do PARÁGRAFO.

Para quem só comece agora a ler e leia apenas o que a imprensa nos dá, ficará sem saber o que significa aquela “entrada no texto que se distingue das margens com que a página é formatada”. E isto acontece porque, regra geral, na imprensa já não se usa.

A questão que se coloca é saber se se deve continuar a insistir no uso do parágrafo. E se tal ausência poderá prejudicar a comunicação oral.

Para ambas as questões, achamos que a resposta tem de ser afirmativa.

Um parágrafo é “uma unidade no texto (com ou mais períodos) no qual se desenvolve uma ideia (central); podendo ter outras (secundárias) associadas.” Ora se é através da leitura que melhor se aprende a pensar, saber, falar, faz todo o sentido que se continue a assinalar a tal entrada que identifica, na escrita, o parágrafo. E, assim, ao contrário de se considerar uma regra supérflua, o respeito por esta norma da escrita, facilitaria o desenvolvimento do próprio raciocínio.

Vamos, então, manter a tradição...
Ou, então, alteremos a regra e passemos a assinalar o parágrafo de outra forma, como já acontece em muitos textos, fazendo um espaço maior entre cada unidade de texto - parágrafo. Mas que se estabeleça a regra. Seria importante...

domingo, 7 de janeiro de 2007

NÃO SE DEVIA DIZER, MAS...

“Este é o primeiro teste de qualificação do Campeonato Nacional de Língua Portuguesa. Os concorrentes com menos de 15 anos deverão responder até à pergunta n.º 5 (inclusivé). Os concorrentes com idades compreendidas entre os 15 e os 18 anos deverão responder até à pergunta n.º 10 (inclusivé).”
In 1º Teste do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa

Começa a ser, de facto, prática comum ouvir dizer o advérbio em destaque como se fora uma palavra aguda. E claro que os falantes ao registarem na escrita o que dizem, confirmam essa acentuação, assinalando a última sílaba com um acento agudo: inclusivé.
Estaremos perante outra “gralha” frequente no uso da nossa língua...
A palavra em causa – inclusive – é grave ( a sílaba tónica é a penúltima), logo estará errado escrevê-la / dizê-la como aparece em epígrafe.