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sexta-feira, 21 de abril de 2023

MEMÓRIAS de uma professora: ausência de obras de manutenção depois das obras de melhoria ao fim de dois an

 MEMÓRIAS de uma professora sempre muito [*combativa] || 2

Esta é que devia ser a responsabilidade e preocupação do Municipio da Lourinhã: zelar pela manutenção dos equipamentos que tem "à sua guarda". A responsabilidade do atual estado de conservação deste equipamento não é de quem trabalha aqui todos os dias. Não foram os alunos, nem os professores, nem os funcionários desta escola, a sede do Aedlv Lourinhã , quem andou a "esfolar" a parede para se ver a pintura anterior. Esta escola esteve em obras de 2018 até 2019. Está assim em 2023.
ADENDA
Ontem, estive na Escola EB de Ribamar. Não tirei fotos, não foi alvo de qualquer intervenção para melhoria, é mais antiga, está com pior aspeto. Sei também que as escolas do outro Agrupamento estão em estado semelhante.
Portanto, se o estado dos equipamentos é este e antes da existência de agrupamentos não era, sendo que o estado de conservação era da responabilidade do Governo Central, como acham que as escolas públicas frequentadas pelas crianças e jovens no concelho da Lourinhã estarão se a vontade de criar um mega-agrupamento vingar?

Existe um grupo de trabalho há um ano a estudar o caso. Na altura em que foi criado, não havia problema, pelo menos não foi equacionado. Foi aventada a hipótese de se poder vir a fundamentar a criação de um mega-agrupamento para que fosse garantida a possibilidade de existir o mesmo manual em todos os anos de escolaridade... Mas, pelos vistos, já foram pedidos dados estatísticos às direções de ambos os agrupamentos e os mesmos foram sobre o crescimento do número de alunos e proveniência dos mesmos. Não se quis saber os nomes dos manuais escolhidos por ano de escolaridade. Portanto qual é o problema?
O número de alunos aumentou.
Portanto, qual é o problema? Há escolas que estavam fechadas e vão ser (re)ativadas.
Portanto, qual é o problema?
Quanto aos dados de proveniência (nacionalidade) dos alunos? Será relevante para o estudo porquê? Pretender-se-á segregar? Criar um mega-agrupamento em que haja escolas de portugueses, escolas de brasileiros, escolas de ucranianos?... A seguir qual seria o critério? A etnia? A cor da pele? Uma escola de / para meninos e outra de lavores para as meninas?!
Vem este post também a propósito da sede do Agrupamento do Aedlv não ter, como se pode ver pela foto, nome de identificação à entrada. É verdade. Estamos ali quase há dez anos e continuamos sem ter/ver escrito nas paredes exteriores daquele espaço, onde tantos alunos têm feito aprendizagens significativas, o nome da sua escola. Não somos uma escola anónima. Somos gente. Temos voz. Os alunos, os funcionários, os professores e, também, os encarregados de educação. E se alguém vos perguntasse o nome e tivessem de responder: " - Não posso dizer, está em estudo. Os meus pais querem que eu tenha um nome diferente daquele que me deram à nascença." Que diríamos a essa criança? Faríamos queixa dos pais? Ficaríamos calados?
E, por hoje, parece-me tudo.

Publicado originalmente aqui, no dia 04/04/2023.

MEMÓRIAS de uma professora: as obras na estrada à frente da escola no início de período depois de pausa letiva de duas semanas

MEMÓRIAS de uma professora sempre muito [*atenta] || 3 | 19 de abril. 13:20. Todas as fotos acabaram de ser tiradas. As obras, pelos vistos essenciais, iniciaram na segunda-feira passada, dia 17 de abril. As obras ocorrem à frente da escola sede do Aedlv Lourinhã . Não são da responsabilidade do agrupamento.

Nem me parece que o agrupamento tenha sido consultado sobre a sua urgência precisamente na semana em que o terceiro período letivo inicia. Mas alguém decidiu que as
duas semanas anteriores de pausa letiva não eram a altura ideal para fazer este tipo de obras. É o que temos. Falta de comunicação entre ministérios?
*O adjetivo vai mudando...


Publicado originalmente aqui, no dia 20/04/2023.

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Mega-agrupamento na Lourinhã? Não.

Mega-agrupamento na Lourinhã? Não. (Áudio)

Pertenço à Lourinhã há 22 anos. Cheguei em setembro de 1998. Fiquei por um projeto educativo em que acreditei. Liderava, na altura, a Escola EB 2,3 Dr. João das Regras o professor José Nuno Leitão. A sua liderança de princípios firmes e ambiciosos impediram que durante alguns anos a nossa escola (Escola EB 2,3 Dr. João das Regras) agrupasse, quando o processo de agregação das escolas em agrupamentos ganhava força pelo país fora.


Ainda assim, a certa altura, juntámo-nos a escolas do 1.º ciclo. Sinceramente, a mim, professora do 3.º ciclo, tal passou despercebido...Creio mesmo que o tempo em que soube que já éramos um agrupamento  foi bem posterior à concretização do facto. Ou seja, termos passado a ser um agrupamento que incluía escolas do 1.º ciclo e a nossa (2.º e 3.º ciclos) não alterou nada na prática diária. No entanto, deveria ter havido alterações. Pelo menos, no trabalho que se fizesse do ponto de vista da organização pedagógica. Claro que, administrativamente, as alterações aconteceram. 

Pouco tempo depois, agruparam-nos com a escola de Ribamar e passámos a ser um agrupamento com duas escolas do 2.º e 3.º ciclos e uma quantidade razoável de escolas do 1.º ciclo. Passámos a ser o Agrupamento D. Lourenço Vicente, Lourinhã.

Entretanto, na Lourinhã, e, enquanto todo este processo acontecia connosco, outro semelhante acontecia com a Escola Secundária e a terceira escola do 2.º e 3.º Ciclos do concelho: D. Afonso Rodrigues Pereira e escolas do 1.º ciclo.

Portanto, a Lourinhã tem dois agrupamentos. 

Quando li o email onde nos pediam que participássemos n'As Jornadas Europeias do Património, sendo-nos solicitado pelo Sr.º Vereador José Tomé testemunhos com objetivo final de criar um pequeno documentário (StoryTelling) sobre a evolução da Escola no nosso concelho, assim como de produzir um “Manifesto” sobre a Escola que temos e a Escola que desejamos, no território da Lourinhã, não consegui deixar de pensar na minha experiência e no meu contributo ao longo dos anos para que a escola pública na Lourinhã seja de qualidade. E, sem qualquer dúvida, este percurso que tenho feito, aqui, na Lourinhã, ensinou-me que a escola perde, pedagogicamente, qualidade, quando o universo de alunos é maior, há dispersão de espaços e a gestão está centralizada num só edifício.

Não sei o que seríamos se nunca nos tivéssemos agrupado. Sei o que somos agrupados. E sei que dificilmente encontraremos algum professor do agrupamento que conheça todas as escolas do seu agrupamento (excetuando os elementos da direção). Sei que, pedagogicamente, a gestão dos recursos com vista à construção e gestão de planificações que sejam as soluções ideais de aprendizagem é muito difícil, praticamente impossível,  porque estamos a falar de professores que trabalham em escolas diferentes, com dinâmicas diferentes, alunos diferentes. Espaços diferentes. Estamos a falar de pessoas. E tudo isto tem de ser respeitado. 

Há professores que nunca estiveram numa sala da "outra(s)" escola(s), portanto, como é que é possível construir em conjunto a verticalidade  das aprendizagens? Pelo menos de forma eficaz. 

Somos um agrupamento, mas não nos conhecemos entre ciclos. Vamos convivendo

Claro que há sempre a possibilidade de, num dia qualquer, alguém decidir juntar os dois agrupamentos. Foi isso que aconteceu antes. Alguém, que não a escola, decidiu isso arbitrariamente, sem a participação do corpo docente, dos alunos, dos funcionários e dos encarregados de educação.

E, por isso, porque a temática sugerida pelo Senhor vereador permite antever a intencionalidade de poder haver a criação de um mega-agrupamento -  "Escola que temos e a Escola que desejamos" -, decidi juntar também este testemunho. 

Ser  pedagogo é antes de mais e apesar de tudo acompanhar as crianças, os jovens. E, para que isso aconteça com qualidade, tem de haver proximidade entre professores, alunos, funcionários, encarregados de educação. Os mega-agrupamentos são "casas frias", despidas de humanização onde a interação genuína se perde nas multidões

Resta-nos quanto tempo até sabermos se vamos ou não vamos ser um mega-agrupamento?

Parece-me que antes de podermos refletir sobre que escola queremos no futuro, na Lourinhã, temos de saber qual é a intenção do poder político sobre a existência ou não de um mega-agrupamento. Que haja clareza nesse propósito. 

Também podemos fazer dessa temática um verdadeiro debate, chamando para o terreno todos os intervenientes educativos acompanhados pelo Conselho Municipal de Educação a quem compete o acompanhamento do processo de elaboração e atualização da carta educativa, instrumento de planeamento e ordenamento prospetivo de edifícios e equipamentos educativos a localizar no concelho, de acordo com as ofertas de educação e formação que seja necessário satisfazer, tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos, no quadro do desenvolvimento demográfico e socioeconómico de cada município, neste caso no da Lourinhã.

A Carta Educativa em vigor, na Lourinhã,  foi aprovada em reunião extraordinária da Câmara Municipal de 17 de janeiro de 2007 e Assembleia Municipal de 09 de fevereiro de 2007, tendo sido homologada pelo Ministra da Educação em 29 de maio de 2007.

No ano 2014 a Câmara Municipal iniciou o processo de revisão da Carta Educativa encontrando-se a mesma a aguardar a emissão do parecer prévio vinculativo previsto no nº 3 do artº 19º do D.L. 7/2003, de 15 de janeiro.

Portanto, e apesar de ser contra a existência de mega-agrupamentos, ou sequer agrupamentos..., estou disponível para participar num debate alargado que promova a discussão por forma a percebermos qual será o melhor caminho a percorrer na Lourinhã, devendo ter-se sempre como linha orientadora e objetivo essencial a alcançar a excelência na qualidade pedagógica. Deveria ser essa a meta, o caminho. 


SUGESTÃO de documentos a utilizar para uma discussão alargada sobre o assunto

LEGISLAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO OFICIAL


ESTUDOS

OPINIÕES


Rosalina Simão Nunes

(Professora de português | 3.º Ciclo, 

Nomeação Definitiva do quadro da 

Escola EB 2,3 Dr. João das Regras, AEDLV)