quinta-feira, 5 de outubro de 2006

(Os servos abrem as portas do palácio. Aparece o cadáver de Fedra estendido sobre um leito.)


Coro --------------------------------------------------------------------------Estrofe I
Oh, oh infeliz por causa
de teus funestos males!
Tu sofreste,
tu cometeste um acto tal
que esta casa arruinaste.
Ah, que ousadia!
Por causa dum ímpio
acontecimento,
tiveste morte violenta,
lutando com tuas mãos
desventuradas.
Quem desgraçada,
tua vida destruiu?


Teseu -------------------------------------------------------------------------Estrofe II
Que infortunado sou
por estas desventuras!
Sofri, coitado, a maior
de todas as desditas!
Ó fortuna,
que calamidade abateste sobre mim e sobre esta casa, misterioso flagelo por um deus vingador enviado!
É a destruição de uma vida
que se não pode viver;
um oceano de males, ó infeliz,
a meus olhos se descobre!
É tão vasto que dele jamais sairei a nada, nem as ondas deste mar de desventuras franquearei.
Que palavras hei-de encontrar,
para teu destino qualificar,
desgraçada?
Como ave solta das minhas mãos desapareceste, com um salto veloz, no Hades te lançaste.

Ai, ai, cruéis,
cruéis são estes sofrimentos!

Vindo de há tanto tempo,

e não se sabe donde,
eis que, por causa dos erros
de algum antepassado,
um destino pelos deuses enviado
de novo arrasto.


Coro
Não foste o único, senhor, que, por este mal, foste atingido: assim, como tantos outros, perdeste uma nobre esposa.


(Eurípides - Hipólito,
Trad. de Bernardina de Sousa Oliveira,
Textos Clássicos - 6,
inic, Coimbra, 1979, pp. 63-64)

7 comentários:

Anónimo disse...

Que fazeis aqui, bela Rosalina
Por entre coros e lamúrias de Teseu
Nestes dramas d’um tempo tão longínquo
Que nos atentam
Nossas almas já sofridas.

Melhor estarias nas actuais desavindas
Com teus companheiros d’infortúnio
Em lutas de direitos e poder
Nessas vis manifestações
Pelas ruelas lá do reino


:)


XX

Unknown disse...

O blog está bêbado!
Agora está a colocar-me como anónimo?
Olha que esse anónimo aí de cima sou eu, o JB

wind disse...

pois, o mal não acontece só a nós. Também acontece aos outros. Somos é demasiado egoístas e não vemos isso.
Grande Eurípedes!

Abssinto disse...

Ah, a sabedoria clássica! Tinha tudo.

Rosalina Simão Nunes disse...

o meu blog bêbado, jotabê?! ai, ai...

companheiros de infortúnio?!

vis manifestações?!

ehehehheheheh...pois, por lá andei também.;)

*eu vi logo que eras tu. XX

Rosalina Simão Nunes disse...

teseu talvez assim pensasse, talvez, wind.

Rosalina Simão Nunes disse...

ora bem, abssinto.