quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
Entregaram-se então à dança e ao canto deleitoso,
e assim gozavam, à espera que anoitecesse.
E ainda neste gozo os achou a tarde umbrosa.
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belo seria, se todas as esperas assim fossem: deleitosas...
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007
a minha liberdade perde-se na tua.
sempre. os dias. as horas. as esperas. as vontades.
e a noite que chega e, cansada, adormece nos teus braços, esquecidos de mim.
assim.
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- Mas aqui, neste momento, estamos juntos, disse Bernard. Reunimo-nos neste instante e neste local. Fomos atraídos por qualquer profunda emoção comum. Será correcto chamar-lhe amor? Devemos chamar-lhe amor a Percivel, porque Percivel vai partir para a Índia?
- Não, a palavra é demasiado pequena, demasiado particular. Uma tão pequena etiqueta não pode cobrir a extensão dos nossos sentimentos. Viemos do Norte e do Sul, da quinta de Susan e da casa comercial de Louis, para realizar qualquer coisa que nada tem de perdurável (mas o que é afinal perdurável?), que é apenas visível para nós durante este momento em que as nossas vidas se confundem. Há um cravo vermelho nesta jarra. Enquanto aqui estivemos à espera era uma simples flor.
Mas agora é uma flor heptagonal, uma flor de mil pétalas, vermelha, acastanhada, sombreada de roxo, uma flor com rígidas folhas de prata. E a esta flor total cada um dos nossos olhares acrescenta um atributo.
domingo, 25 de fevereiro de 2007
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
Hoje, às 9:59:39, o Carpe Diem foi visitado por um click de Tavagnacco . Trata-se de comuna italiana da região do Friuli-Venezia Giulia, província de Udine, com cerca de 12.371 habitantes.
aqui .
terça-feira, 20 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007
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Pois é, quantas vezes não ouvimos na rua, na rádio, televisão e até na escola a pronúncia do número do azar como se encontra em epígrafe?!...
“Será aceitável esta razão etimológica? Poderia ser...Mas razão etimológica não é justificação para o desvio, porque todos nós aprendemos na escola (ou não?!...) as normas vigentes. E a norma de 13 – nível oral e escrito é treze, sem ditongo...De qualquer modo, respeitamos o que parece ser um regionalismo, como tantos outros regionalismos que merecem respeito...”(in Tento na Língua, pág. 21)
respirar...todos os dias.
assim.
o sol.
a luz. o azul.
ter uma janela guardada para os outros dias. aqueles que demoram a passar e que desejamos céleres.
porque o tempo tem de ser nosso.
assim.
sereno e quente.
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Para realçar a beleza do quadro, vê-se por entre um claro de árvores a janela meia aberta de uma habitação antiga mas não delapidada - com certo ar de conforto grosseiro, e carregada na cor pelo tempo e pelos vendavais do sul a que está exposta. A janela é larga e baixa; parece mais ornada e também mais antiga que o resto do edifício que todavia mal se vê...
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domingo, 18 de fevereiro de 2007
Durante séculos, foi a maior cidade do mundo; hoje tem cerca de 10,3 milhões de habitantes. Situada ao norte do país, Pequim é famosa pela Cidade Proibida, o palácio dos imperadores chineses desde o século XV.
Em 1912 a capital foi transferida para Nanquim e a cidade tomou o nome de Beiping (Wade-Gilles: Peiping) (Paz do Norte); foi ocupada pelos japoneses entre 1937 e 1945.
Continua aqui.
“O Poeta beija tudo, graças a Deus...E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade...E diz assim: «É preciso saber olhar...». E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos...E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás...E perde tempo (ganha tempo...) a namorar uma ovelha...E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de Sol depois de um dia chuvoso...E acha que tudo é importante...E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim...e reparou que os homens estavam tristes...E escreveu uns versos que começam desta maneira: «O segredo é amar...» - in Diário, 1962
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E quantas vezes não recorremos às palavras dos outros para traduzir os nossos pensamentos.
Hoje fomos em busca de uma voz que nos falasse de poesia, mas também desta arte que é saber ser professor.
Encontrámos as palavras de Sebastião da Gama, poeta português em cuja obra encontramos uma poesia de laivos românticos, mas também textos que testemunham a sua experiência enquanto docente e que, de acordo com Jacinto do Prado Coelho, são, “sem dúvida, um dos mais impressionantes documentos escritos em Portugal na primeira metade do século XX – documento sobre a maneira como concebia o ensino e a vida, alguém para quem dar uma aula mal se distinguia de criar um poema.”
De facto, se atentarmos no texto em epígrafe que fala do que é ser poeta e enumerarmos apenas as expressões em Bold, verificaremos que traduzem também, no geral, as funções de um professor na escola de hoje. Senão vejamos:
É preciso saber olhar;
perde tempo (ganha tempo...);
comove-se com coisas de nada;
E acha que tudo é importante...
Porque não reflectir sobre estas questões?...
E neste percurso de memórias e pensamentos podemos lembrar que Sebastião da Gama, nascido no ano de 1924, em Vila Nogueira de Azeitão, concluiu o Curso de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1947, ano em que, também, iniciou a sua actividade de professor.
Sebastião da Gama ficou para a história pela sua dimensão humana, nomeadamente no convívio com os alunos, registado nas páginas do seu famoso Diário (iniciado em 1949).
Literariamente, não esteve dependente de qualquer escola, afirmando-se pela sua temática – amor à natureza, ao ser humano – e pela candura muito pessoal que caracterizou os seus textos.
A simplicidade dos seus textos e a limpidez das palavras poderiam se explicadas pela proximidade desde cedo da morte. Sebastião da Gama faleceu aos 28 anos vítima de tuberculose, doença que lhe foi diagnosticada na sua juventude e, apesar da injustiça de morte tão precoce, não encontramos nos seus textos qualquer raiva, apenas as palavras puras.
A terminar esta breve referência a um poeta que nos faz lembrar os aedos (poetas) gregos que muito ensinavam, deixamos aqui registado um poema que nos faz lembrar “A Liberdade” de Fernando Pessoa:
Agora sim, que fechei o livro de Poesia.
O Sol deixou de ser uma metáfora para ser o Sol.
Os sentimentos deixaram de ser apenas palavras.
Tudo é de verdade, agora que fechei o livro de Poesia
e olhei de frente quanto existe.
Porque diabo me ensinaram a ler?
(Se não soubesse ler nem sequer fechava o livro
insatisfeito porque o não tinha aberto.)
Porque me não deixaram sempre agreste e criança?
As minhas leituras seriam todas fora dos livros.
Havia de olhar para tudo com uma alegria tão grande,
com uma virgindade tão grande,
que até Deus sorriria
contente de ter feito o Mundo...
sábado, 17 de fevereiro de 2007
Palavras que me fazem pensar...
Viver num país em guerra
Existem países onde eu não gostava de estar ou de viver, principalmente naqueles em que há guerra.Nesses países, as pessoas vivem em constante medo das bombas, atentados...As pessoas vivem com imensas dificuldades.Nesses países as pessoas passam fome, pois, por causa da guerra, deixam de trabalhar e cultivar alimentos; deixam de ter roupas para se vestirem e se agasalharem. Têm de andar sempre a fugir de um lado para o outro.
Marli Vitorino
O dia é preto, e estou a pensar, porque é que estou aqui, quando não quero, depois respondo à minha própria pergunta:eu, aqui...porque tenho de estar.
Amanda
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007
mas lembro-me, perfeitamente, da sala. particularmente daquele recanto onde todas as tardes os livros ganhavam vida e as letras me embalavam as vontades de sonhar.
entre mim e a realidade, uma cortina.
um vidro.
a fantasia.
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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
“A maior parte deles já não vai à fábrica!”, Bernardo Santareno
Há quem, eventualmente, discuta se a frase acima transcrita estará ou não correcta.
Bom servo das leis fatais
És feliz porque és assim,
domingo, 11 de fevereiro de 2007
Hoje, Alexandre O’Neill.
De acodo com António Alçada Baptista (in A pesca à Linha – Algumas Memórias) esta figura da nossa literatura foi um poeta que procurou mergulhar numa certa forma de realismo poético e a sua experiência surrealista teve muito mais a ver com a necessidade de desembaraçar a liberdade das suas entranhas repressões do que como o processo de libertação aotomática da palavra, que exprimisse qualquer conteúdo poético oculto. (...) nenhum poeta contemporâneo foi como ele capaz de captar com mais subtileza o halo poético do quotidiano, o estopo lírico-épico-dramático que está por debaixo da banalidade dos dias.
Passa, então, a colaborar com Cadernos de Poesia. No ano de 1951 publica a obra Tempo de Fantasmas – o seu primeiro livro de poemas.
Alexandre O’Neill “trabalhava os seus versos até chegar à simplicidade evidente de parecer que não dá trabalho nenhum” (Alçada Baptista). Exemplo dessa arte de fazer as palavras é sem dúvida o poema “Amigo”, presente em muitos dos manuais de Língua Portuguesa dos nossos poemas e que aqui deixamos para uma reflexão:
Inaugurámos a palavras
«amigo».
«Amigo» é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar limpo,
Uma casa, mesmo modesta,
que se oferece,
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
«Amigo» (recordam-se, vocês
aí,
Escrupulosos detritos?)
«Amigo» é o contrário de
inimigo!
«Amigo» é o erro corrigido,
Não o erro perseguido,
Explorado,
É a verdade partilhada,
praticada.
«Amigo» é a solidão derrotada!
«Amigo» é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
«Amigo» vai ser, é já uma
grande festa!