sábado, 30 de setembro de 2006

Fedra

Entre os mortais, a que é que chamam amor?


Ama

É, minha filha, a coisa mais doce e amarga ao mesmo tempo.



(Eurípides - Hipólito,
Trad. de Bernardina de Sousa Oliveira,
Textos Clássicos - 6,
inic, Coimbra, 1979, pág. 42)

não estava ali por outrem.
não estava ali por ninguém.
estava ali porque era dia.
o sol explodia de luz e as águas eram cristalinas.
sorria àquela luz como se fora o sopro de vida de que todos os dias precisava para acordar as horas de tristeza que teimavam em invadir-lhe o espaço.
acariciava o calor daquela força com os olhos que lhe haviam ensinado a querer viver.
estava ali.


(imagem: Ne me quittes pas de DIAFRAGMA)
El vino es mejor en tu boca
te amo es más tierno en tu voz
la noche en tu cuerpo es mas corta
me estoy enfermando de amor.
Quisiera caminar tu pelo
quisiera hacer noche en tu piel
pensar que fue todo un sueño
después descubrirte otra vez.




Y amarte como yo lo haría
como un hombre a una mujer
tenerte como cosa mía
y no podérmelo creer
tan mía, mía, mía, mía
que eres parte de mi piel
conocerte fue mi suerte
amarte es un placer
mujer.


Quisiera beber de tu pecho
la miel del amanecer
mis dedos buscando senderos
llegar al fin de tu ser

Bailar el vals de las olas

cuerpo a cuerpo tu y yo

fundirme contigo en la sombra

y hacerte un poema de amor



Y amarte como yo lo haría

como un hombre a una mujer

tenerte como cosa mía

y no podérmelo creer

tan mía, mía, mía, mía

que eres parte de mi piel

conocerte fue mi suerte

amarte es un placer

mujer.

(letra: Amarte Es Un Placer de LUIS MIGUEL //

imagens: de isabel-www.olhares.com)






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sexta-feira, 29 de setembro de 2006

nota final...
Olhar o Céu
António Abagorro

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Ama (cobrindo-lhe o rosto com o véu)
Cubro-te. Mas o meu corpo, quando mo cobrirá a morte?
Muitas coisas me ensinou a longa duração da vida: moderadas deviam ser as amizades contraídas entre os mortais e não irem até ao âmago da alma; fáceis de romper as afeições do coração para, assim, as afastar ou estreitar. Mas, uma alma sofrer por duas, como eu sofro por ela, é um fardo penoso.
Uma vida de princípios inflexíveis mais derruba que alegra, segundo dizem, e move guerra à saúde. Assim, aprovo menos o excesso do que «o nada em excesso»; e da minha opinão hão-de ser os espíritos avisados.
(Eurípides - Hipólito,
Trad. de Bernardina de Sousa Oliveira,
Textos Clássicos - 6,
inic, Coimbra, 1979, pág. 35)
nota final...
boa noite.
Cancer Guardian Angel
Thomas Groth

quarta-feira, 27 de setembro de 2006






fui às compras. até logo.

(imagens: Trish Biddle)

nota final...
boa noite.

...de Marina Cano

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Cântico XXVI


O que tu viste amargo,
Doloroso,
Difícil,
O que tu viste breve,
O que tu viste inútil
Foi o que viram os teus olhos humanos,
Esquecidos...
Enganados...
No momento da tua renúncia
Estende sobre a vida
Os teus olhos
E tu verás o que vias:
Mas tu verás melhor...



Cecília Meireles
nota final...
boa noite.
Sleep
Bill Irwin

segunda-feira, 25 de setembro de 2006


com fúria, a água
emerge e solta-se!
















(imagem: Cais, de Paulo Jardim)

domingo, 24 de setembro de 2006

é bom saber que temos
um oásis
à nossa espera.( by the Huacachina oasis de Jonathan Hey)
devia ser cedo para os outros, agora que regressava a casa. passava por aquelas ruas como se fossem suas. conhecia cada porta, cada janela...
o silêncio matinal ainda existia.
a noite fora longa e naquele momento só queria abrir a sua porta, entrar no seu quarto e deitar-se na sua cama. estava cansada.
a cada passo que dava, ficava para trás o eco da sua passagem. era tudo tão estranho. parecia que estava sozinha e que mais ninguém ali vivia. tudo estava tão abandonado, vazio, frio.
tinha sono.
era domingo!
nota final...
boa noite.
Memória de Verão
António Abagorro

sábado, 23 de setembro de 2006

assim se fazem, também, os sábados:

de mimos, ternuras...

(imagens daí...)

de que vale o céu azul
e o sol sempre a brilhar
se você não vem
e eu estou a lhe esperar



só tenho você no meu pensamento
e
a sua ausência é todo meu tormeNto



quero que você me aqueça neste INVERNO
e que tudo mais vá pro INFERN
O

de que vale a minha
boa vida de play-boy
se entro no meu carro
e a solidão me dói


onde quer que eu ande tudo é tão triste
não me interessa o que de mais existe
quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro inferno



não suporto mais
você longe de mim
quero até MORRER
do que VIVER assim


só quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro’ inferno uou uou
quero que você me aqueça neste inverno
e que tudo mais vá pro’ inferno
uou uou
e que tudo mais vá pro’ inferno
uou uou
e que tudo mais vá pro’ inferno
uou uou
(letra: Roberto Carlos //
feito a ouvir a versão dos GNR...
//imagens: daí)

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

sexta-feira - o dia dos sorrisos.
amanhã já é sábado.
bom fim-de-semana!
( sorriso enorme, de Joana Lorça)

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

nota final...
boa noite.
inequivocamente, um momento de ternura.

( foto de lupevalencia)
e, quando não entendemos os vazios, fechamos os olhos.
abandonando-nos à ternura.( foto de William Ropp)

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

nota final...
boa noite.
Fios de seda
António Abagorro
vale a pena acordar,
sabendo que existem cores assim.( Caleidoscópio, de Nelson Ricciardi)

terça-feira, 19 de setembro de 2006

entra-se e sentem-se os sorrisos, os esgares. alguns abertos, espontâneos. outros, tímidos, silenciosos, quase mudos.
as palavras soltam-se e as vozes confundem-se.
no fim, o dia parece-nos completo, mas nós sabemos que não está.
no meio das algazarras dos outros, temos necessidade de um silêncio para o qual nem sempre arranjamos espaço.
mas a noite chama e o dia de amanhã já está à nossa espera.
boa noite.
nota final...
boa noite.
Ladder
Walter King

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...18 de Setembro de 2006. hoje o dia. amanhã. depois...

domingo, 17 de setembro de 2006

nota final...

boa noite.
Amor
António Abagorro




So I found a reason to stay alive
Try a little harder see the other side
Talking to myself
Too many sleepless nights
Trying to find a meaning to this stupid life
I don’t want your sympathy
Sometimes I don’t know who to be

Hey what you looking for
No one has the answer
They just want more
Hey who’s gonna make it right
This could be the first
Day of my life
So I found a reason
To let it go
Tell you that I’m smiling
But I still need to grow
Will I find salvation in the arms of love
Will it stop me searching
Will it be enough
I don’t want your sympathy
Sometimes I don’t know who to be
Hey what you looking for
No one has the answer
but you just want more
Hey who’s gonna make it right
This could be the first
day of my life
The first time to really feel alive
The first time to break the chain
The first time to walk away from pain
Hey what you looking for
No one has the answer we just want more
Hey who’s gonna make it right
This could be the first day of your life
Hey what you looking for
No one has the answer they just want more
Hey who’s gonna shine alight?

This could be the first day of my life


(letra:First Day Of My Life, Melanie C. /

Composição: Guy Chembers/ Enrique Iglesias //

imagens:daqui - http://www.billemory.com/blogger.html)

cheguei.
chamaram?(...daí)
a família foi de fim-de-semana. (...daí)

sexta-feira, 15 de setembro de 2006

procuramos nas palavras dos outros aquilo que esquecemos, perdemos e escondemos nas nossas.

será?!
é sexta-feira.
voemos. (Par de asas, de António Abagorro)
nota final...
boa noite.
Blindness
Francis A. Willey

quinta-feira, 14 de setembro de 2006





Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo

Eu acordei com medo e procurei no escuro

Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança

Do tempo que eu era criança



E o medo era motivo de choro

Desculpa pra um abraço ou um consolo





Hoje eu acordei com medo mas não chorei

Nem reclamei abrigo Do escuro eu via um infinito sem presente

Passado ou futuro

Senti um abraço forte, já não era medo

Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim



De repente a gente vê que perdeu

Ou está perdendo alguma coisa

Morna e ingênua

Que vai ficando no caminho

Que é escuro e frio mas também bonito

Porque é iluminado

Pela beleza do que aconteceu

Há minutos atrás

(texto: Poema, Ney Matogrosso / Composição: Cazuza / Frejat;

imagens - por ordem - neste lodo de hipocrisia, de Eduardo R.;

st, de Bart; Mãe, de Camila Maciel; Lokrum, de DIAFRAGMA.)




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quarta-feira, 13 de setembro de 2006

(...)

Embora Gregor dissesse para si mesmo que nada de extraordinário se passava, ao tirarem apenas alguns móveis, teve de reconhecer que aquelas idas e vindas das duas mulheres, as pequenas exclamações, o arrastar dos móveis pelo chão tinham sobre ele o efeito de o aturdir imenso em todos os seus sentidos; e apesar de recolher a cabeça e as pernas, alongando-se no chão, opinou para si mesmo que não iria conseguir suportar tudo aquilo por muito tempo: elas estavam a ponto de lhe esvaziar o quarto; elas tiravam-lhe tudo de que gostava; já tinham levado a cómoda onde ele arrumava a serra de corte e as suas outras ferramentas; agora tiravam do soalho, onde criara raízes, a secretária onde estudara durante os tempos da escola de comércio, do liceu, mesmo quando fizera a escola primária...Já não conseguia pensar se as duas mulheres agiam com boas intenções, aliás já quase as esquecera, pois de tão cansadas como estavam, trabalhavam em silêncio, já não se ouvia senão o som dos seus passos.
Saiu para fora do seu esconderijo - as mulheres, na sala ao lado, tinham-se encostado momentaneamente à secretária para recuperarem um pouco o fôlego - , mudou quatro vezes de direcção, não sabendo ao certo o que iria salvar em primeiro lugar. Foi então que viu, pendurada na parede nua, a moldura com a imagem da mulher vestida só com peles; trepou com rapidez e colou-se ao vidro, que o segurou e o aliviou do calor escaldante do seu ventre. Esta imagem, pelo menos, que Gregor tapava completamente com o seu corpo, de certeza que ninguém lha iria tirar. Virou a cabeça na direcção da porta da sala, à espera do regresso das duas mulheres.
(in A Metamorfose, Franz Kafka,
trad. de João Crisótomo Gasco,
Colecção MIL FOLHAS, Público, pp. 55-56)
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...o normal despojamento dos outros pelas nossas coisas, quando nos tornamos naquilo que eles já não conhecem, nem dominam.

nestes dias, assim, cinzentos, quase tristes, mas melancólicos, que nos chamam para dentro, para nós, para o conforto, para o aconchego, podemos...

...abraçar gargalhadas,


...partilhar, simplesmente, o momento.

deitar o rosto, abrir os olhos e sonhar.


ou ficar, como o dia, quase triste, melancolicamente sereno.

(imagens daí)