quarta-feira, 4 de julho de 2007

"As pessoas viviam amedrontadas e sabiam que podiam ser denunciadas a qualquer momento sem que houvesse necessariamente razão para isso. Quando alguém era denunciado, levavam-no preso e, muitas vezes, era torturado até confessar. Alguns dos suspeitos chegavam a confessar-se culpados só para acabar com a tortura. No caso do acusado não se mostrar arrependido ou de ser reincidente, era condenado, em cerimónias chamadas autos-da-fé, a morrer na fogueira."


(in wikipedia, busca Inquisição)

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Não é à toa que transcrevo este excerto, nem foi por acaso que procurei a definição de Inquisição.

Assusta-me que o início deste excerto, referindo-se a um tribunal cujas origens remontam ao século XII, seja hoje, no século XXI, sentido: "As pessoas viviam amedrontadas...". E mais assustador se torna o sentimento, quando a par de intimidações, demissões, sei da existência de grupos de pessoas que, não sendo um tribunal, decidem quase sobre a vida ou morte das pessoas.

Porque, considerar que um professor de filosofia
sujeito a um “amigdalectomia esquerda e laringectomia total com esvaziamento ganglionar cervical, funcional, bilateral e traqueostomia permanente (intervenção cirúrgica que consiste na abertura da traqueia para aliviar uma obstrução e manter as vias respiratórias livres)",
está apto para o exercício das suas funções, é estar a torturar e a condenar à morte.


A terminar esta nota, outra, de indignação, cito ainda
Oliveira Marques, da mesma pesquisa, e a propósito, também, da definição de Inquisição: «(...) A inquisição surge como uma instituição muito complexa, com objectivos ideológicos, económicos e sociais, consciente e inconscientemente expressos. A sua actividade, rigor e coerência variavam consoante as épocas.» - Tão amplo este conceito, tão actual, afinal. E esta, a que vivemos, é, apenas, outra época.


Clicar, por favor, em professor de filosofia.

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