terça-feira, 25 de abril de 2017
António Costa + CDU (PCP+Verdes) + BE = estabilidade governativa
No mural de um amigo, no Facebook, discutia-se os resultados das eleições em França, tendo como fio condutor da análise a necessidade dos partidos de direita e esquerda deverem repensar as suas estratégias face aos resultados.
Na caixa de comentários, alguém destacou a situação em Portugal, reconhecendo que por cá, as "coisas" estavam a ser diferentes, única e exclusivamente, pela inteligência política do atual primeiro ministro português , António Costa.
Assim, como resposta a esse comentário, escrevi, iniciando o discurso por dar a ideia de que além de António Costa há outros responsáveis, tão ou mais importantes:
E do facto de termos na oposição duas forças políticas que preferiram resistir, colaborando e lutando por melhores condições de vida dos portugueses. Falo, como todos sabemos da CDU (PCP+Verdes) e BE. Porque António Costa continuaria a ser um político inteligente mesmo sem esta parceria. Portanto, parece-me que o destaque deva ser dado aos outros. Até porque a inteligência política de AC deve muito à sua sensibilidade política. Veja-se, por exemplo, a forma como tratou os Professores portugueses no dia 18. Sabia que a iniciativa terminava à porta da sua residência oficial. Sabia que os professores lhe queriam entregar em mãos as reivindicações que o seu ME não quer ou não é capaz de solucionar. Fez-Nos esperar cerca de uma hora e depois ordenou que fôssemos recebidos por um qualquer assessor, parece que de economia. Logo, ou a sua inteligência política tem falhas ou resolveu ser, logo com os Professores, politicamente incorreto. Não tinha esse direito.
PROPOSTA DE LEITURA PARA A SEGUNDA IMAGEM
A figura humana representa o governo. A boia, a atual maioria parlamentar.
terça-feira, 18 de abril de 2017
Brad Cohen, Síndrome de Tourette. "Front of the Class"
Fantástico!
Claro que haverá especialistas que defenderão que "isto" nunca deveria ser feito. Que o problema se resolveria no fim, do que quer que seja, conversando individualmente com o aluno. Pois é. Mas quando o "problema" envolve os outros, direta ou indiretamente, só pode e tem de ser resolvido com os outros e à frente dos outros. Mesmo que isso incomode os defensores das conversas secretas em gabinetes fechados.
E tenho de adquirir e ver este filme.
carpsi:
COMENTANDO,
EDUCAÇÃO,
ESCOLA PÚBLICA,
Síndrome de Tourette
Educar | Impor limites
"Tenho dito em palestras que nós, pais e professores, temos nos omitido em algumas questões educacionais. O que quero dizer? Educar uma criança ou um aluno é alimentar, proteger, orientar e impor limites. Os dois primeiros verbos, em geral, vão bem. Mas para impor limites ou orientar, por vezes, preciso contrariar a vontade da criança/jovem e não ser tão "legal". Preciso saber que NUNCA serei "amiguinho"do meu filho ou aluno, mas serei, sempre, pai ou professor.
E há mais questões… Sento num lobby de hotel. À minha frente uma criança simpática brinca com seu tablet. Vejo, horrorizado, que ela coloca os pés sobre o sofá, como se estivesse em casa (aliás, nem em casa deveria fazer isto). Quando olho melhor, a mãe faz o mesmo. Exemplos são contagiosos.
Não quero julgar, mas entender: o que passa pela cabeça de um adulto quando atravessa fora da faixa de segurança com o filho, coloca pés no sofá ou maltrata um garçon diante do rebento? Registrei a cena. O sapato preto é meu. Sem rosto, naturalmente pois identidade aqui é irrelevante. É provável que seja uma boa mãe e muito carinhosa. Tudo indicava que vivia para a filha. Mas eu pensei: toda criança deve ser educada para o mundo e não para mim.
O mundo, infelizmente, não protege ninguém." (Leandro karnal)
Acessos restritos em Repositórios Abertos e as incoerências dos processos da / na comunicação online
Trata-se de um "Repositório Aberto". É essa a designação.
Portanto, por que razão há publicações que são de acesso restrito?
Não percebo.
O critério devia ser: Não permite acesso livre, não se publica. Ou, então, que se altere a designação do Repositório.
Assim, o processo não é transparente nem confiável.
Portanto, por que razão há publicações que são de acesso restrito?
Não percebo.
O critério devia ser: Não permite acesso livre, não se publica. Ou, então, que se altere a designação do Repositório.
Assim, o processo não é transparente nem confiável.
carpsi:
BIZARRIAS,
e-learning,
INVESTIGAÇÃO,
Universidade Aberta
quinta-feira, 13 de abril de 2017
Maria Helena da Rocha Pereira, uma vida
"Parte em silêncio, como em silêncio se fez sempre a sua vida. Discreta, com um rosto pontuado por uns óculos de lentes grossas, sob os quais se escondia um olhar acutilante, Maria Helena da Rocha Pereira desafiava toda a lógica dos consensos estabelecidos. Estamos familiarizados com o legado de sábios, mas temos dificuldade em conjugar aquela singularidade no feminino. Não é comum, mas é justo e verdadeiro afirmar que Portugal perdeu uma sábia." - Escreve Valdemar Cruz sobre Maria Helena da Rocha Pereira, no Expresso.
Eu acrescentaria apenas, neste início de texto sobre a Professora, esta referência onde destaco a importância dos olhos azuis por detrás dos tais óculos de lentes grossas: ...acutilante, sim, mas azul. muito azul e brilhante e imenso. como brilhantes e imensos e intensos devem ser os mares que circundam a grécia. portugal viu partir. não perdeu. perdura no que nos deixou. e, mais do que sábia, alguém profundamente humanista.
Fui sua aluna.
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Parte
em silêncio, como em silêncio se fez sempre a sua vida. Discreta, com
um rosto pontuado por uns óculos de lentes grossas, sob os quais se
escondia um olhar acutilante, Maria Helena da Rocha Pereira desafiava
toda a lógica dos consensos estabelecidos. Estamos familiarizados com o
legado de sábios, mas temos dificuldade em conjugar aquela singularidade
no feminino. Não é comum, mas é justo e verdadeiro afirmar que Portugal
perdeu uma sábia.
O funeral realiza-se a partir das 15 horas de amanhã na igreja da Lapa, no Porto. Numa igreja como espaço último para onde todas as suas reflexões confluíam.
Maria Helena da Rocha Pereira nasceu no Porto em 1925, passou a ter uma presença mais assíduo no Porto após ter-se jubilado, em 1995, mas o Porto da infância de Maria Helena já só existia no imaginário desta mulher que foi também a primeira catedrática da Universidade de Coimbra, depois de ter lecionado na Universidade do Porto entre 1948 e 1957. Publicou ao longo da vida mais de 300 trabalhos, entre livros e artigos.
Era uma referência absoluta em Portugal e fora do país. Estudou, refletiu e publicou como poucos sobre as influências clássicas na literatura e cultura portuguesas. Grande filóloga, não se eximiu às polémicas e defendeu o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Gostava de falar, não obstante a imensidão da timidez de que parecia possuída. Com uma voz débil, engrandecia-se quando o momento se propiciava a discorrer sobre Camões ou Torga, Camilo ou Fernando Pessoa.
Se havia nela um fascínio – e coabitavam muitos – desembocava no encanto pela arte dos gregos antigos. Publicou mesmo um livro intitulado “Greek Vases in Portugal” e sempre derramou nos outros o prazer pela leitura e conhecimento dos grandes autores gregos e latinos, que lia no original.
Não por acaso, na antiga rua do Conde, hoje Cal Brandão, próxima da zona da Boavista, por entre os jardins da casa dos pais e os parques vizinhos, Helena, uma criança de quatro anos com um nome carregado de referências à mitologia grega, aprendia as primeiras letras num livro baseado numa Sátira de Horácio. Leu-o inúmeras vezes, mesmo se também gostava de bonecas e miniaturas de automóveis. Cresceu dividida entre a paixão pela matemática e a necessidade de dar resposta a uma espécie de chamamento para o estudo das línguas e das culturas clássicas. Venceram as letras e com isso se foi construindo, ao longo de décadas, uma obra sem par em Portugal e como poucas no mundo.
Elemento preponderante de diversas academias e sociedades científicas, nacionais e estrangeiras, Maria Helena Rocha Pereira exerceu os cargos de vice-reitora da Universidade de Coimbra e presidente do Conselho Científico da Faculdade de Letras. Distinguida com a Grã Cruz da Ordem de Santiago de Espada, recebeu numerosas distinções, entre as quais o prémio Ensaio do pen Clube Português, Grande Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, Prémio Eduardo Lourenço e Prémio Jacinto Prado Coelho.
Aos 25 anos fez a sua primeira grande viagem. Já formada e sem perspetivas de poder ensinar na Universidade, fechada ás mulheres pelo Portugal salazarista, opta por ir para Oxford. Passa ali um dos anos mais fecundos da sua vida. Antes da partida para Inglaterra viu-se na necessidade de fazer uma viagem de Lisboa para o Porto numa aeronave a hélice, muito barulhenta. Enjoou, achou tudo demasiado desagradável e durante anos e anos não voltou a entrar numa visão. Até um dia. Afastados os medos e preconceitos, voltou a voar. Praticamente deu a volta ao mundo. Se isso a fez perceber como eram as viagens à Grécia a preenchê-la de forma única, reservava para Roma um epíteto único. Porque, para Maria Helena, Roma era a mais bela das cidades. Provavelmente ainda será.
O funeral realiza-se a partir das 15 horas de amanhã na igreja da Lapa, no Porto. Numa igreja como espaço último para onde todas as suas reflexões confluíam.
Maria Helena da Rocha Pereira nasceu no Porto em 1925, passou a ter uma presença mais assíduo no Porto após ter-se jubilado, em 1995, mas o Porto da infância de Maria Helena já só existia no imaginário desta mulher que foi também a primeira catedrática da Universidade de Coimbra, depois de ter lecionado na Universidade do Porto entre 1948 e 1957. Publicou ao longo da vida mais de 300 trabalhos, entre livros e artigos.
Era uma referência absoluta em Portugal e fora do país. Estudou, refletiu e publicou como poucos sobre as influências clássicas na literatura e cultura portuguesas. Grande filóloga, não se eximiu às polémicas e defendeu o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Gostava de falar, não obstante a imensidão da timidez de que parecia possuída. Com uma voz débil, engrandecia-se quando o momento se propiciava a discorrer sobre Camões ou Torga, Camilo ou Fernando Pessoa.
Se havia nela um fascínio – e coabitavam muitos – desembocava no encanto pela arte dos gregos antigos. Publicou mesmo um livro intitulado “Greek Vases in Portugal” e sempre derramou nos outros o prazer pela leitura e conhecimento dos grandes autores gregos e latinos, que lia no original.
Não por acaso, na antiga rua do Conde, hoje Cal Brandão, próxima da zona da Boavista, por entre os jardins da casa dos pais e os parques vizinhos, Helena, uma criança de quatro anos com um nome carregado de referências à mitologia grega, aprendia as primeiras letras num livro baseado numa Sátira de Horácio. Leu-o inúmeras vezes, mesmo se também gostava de bonecas e miniaturas de automóveis. Cresceu dividida entre a paixão pela matemática e a necessidade de dar resposta a uma espécie de chamamento para o estudo das línguas e das culturas clássicas. Venceram as letras e com isso se foi construindo, ao longo de décadas, uma obra sem par em Portugal e como poucas no mundo.
A importância do grego e do latim
Pouco dada a melancolias saudosistas, expressava em tempos perante o jornalista que assina este texto, um lamento por esta espécie de desprezo a que tem sido votado em Portugal o ensino do latim, e também do grego. Rigorosa nas palavras, fica em silêncio por instantes, para meditar e regressar com uma mais veraz constatação: “Diria antes ignorância. Essas disciplinas fazem muita falta. Já nem digo o grego, embora o grego, para mim, seja a mais bela das línguas. É muito afim da matemática. É uma língua de uma grande riqueza. Há na estrutura da língua qualquer coisa de geométrico que a aproxima da matemática”. Quanto ao latim, não tinha dúvidas em considerá-lo essencial ao estudo das línguas românicas em geral. Não apenas por poder contribuir para diminuírem os erros e as barbaridades cometidas no uso da língua, mas sobretudo “pelo que o latim significa, tal como o grego, de disciplina do espírito, do pensamento”.Elemento preponderante de diversas academias e sociedades científicas, nacionais e estrangeiras, Maria Helena Rocha Pereira exerceu os cargos de vice-reitora da Universidade de Coimbra e presidente do Conselho Científico da Faculdade de Letras. Distinguida com a Grã Cruz da Ordem de Santiago de Espada, recebeu numerosas distinções, entre as quais o prémio Ensaio do pen Clube Português, Grande Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores, Prémio Eduardo Lourenço e Prémio Jacinto Prado Coelho.
Aos 25 anos fez a sua primeira grande viagem. Já formada e sem perspetivas de poder ensinar na Universidade, fechada ás mulheres pelo Portugal salazarista, opta por ir para Oxford. Passa ali um dos anos mais fecundos da sua vida. Antes da partida para Inglaterra viu-se na necessidade de fazer uma viagem de Lisboa para o Porto numa aeronave a hélice, muito barulhenta. Enjoou, achou tudo demasiado desagradável e durante anos e anos não voltou a entrar numa visão. Até um dia. Afastados os medos e preconceitos, voltou a voar. Praticamente deu a volta ao mundo. Se isso a fez perceber como eram as viagens à Grécia a preenchê-la de forma única, reservava para Roma um epíteto único. Porque, para Maria Helena, Roma era a mais bela das cidades. Provavelmente ainda será.
A maturidade dos jovens. Os pais. A educação. A responsabilidade dos pais (encarregados de educação)
Nunca tive paciência para o "small talk", a "conversa da treta", e afins.
Muitas vezes, sei, sou antissocial. É totalmente consciente. E, no entanto, cada vez
mais disponível para ler e ouvir quem sabe.
Destaco o excerto em baixo,
mas todo o texto (que linko e transcrevo na totalidade em baixo) devia ser lido, particularmente, por quem seja pai,
mãe ou tenha essa responsabilidade. Há, de facto, matéria na educação
dos jovens que só compete mesmo aos pais. E há razões para que assim
seja.
DESTAQUE: "Nestas
idades o córtex pré-frontal ainda não atingiu a maturidade necessária
para controlar de forma adequada os impulsos e as emoções provenientes
da ativação de outra estrutura nervosa chamada amígdala e que integra o
sistema límbico. Mas este aspeto não serve por si só para tornar
inimputáveis os jovens, nem tão-pouco para justificar o seu
comportamento, serve apenas para reforçar a necessidade de se defender
uma educação com uma componente normativa, de modo a serem transmitidas
regras e um sentido de responsabilidade."
Torremolinos: bar aberto
12/4/2017, 8:21
12/4/2017, 8:21
- Pedro Afonso*
Muitos pais têm perdido a autoridade sobre os seus filhos, e com
frequência capitulam quando é necessário impor limites ou aplicar
castigos. Ouço-os dizer, num tom resignado, que “agora é tudo assim”.
O país ficou chocado com a notícia da expulsão de mais de um
milhar de jovens devido a atos de vandalismo num hotel de Torremolinos,
onde estavam hospedados. Mas o que é que pode explicar esta autêntica
olimpíada de vandalismo e de destruição? Existem várias razões, mas
talvez a mais importante seja a ausência de uma capacidade que os
clássicos chamavam de temperança (do latim temperantia), mais recentemente designada por autocontrolo e que faz parte da “Inteligência emocional”.
Quando não se possui autocontrolo são transferidos para o
comportamento um conjunto de impulsos mais primitivos, entre os quais se
encontram a busca do prazer imediato e a violência. Nestas idades o
córtex pré-frontal ainda não atingiu a maturidade necessária para
controlar de forma adequada os impulsos e as emoções provenientes da
ativação de outra estrutura nervosa chamada amígdala e que integra o
sistema límbico. Mas este aspeto não serve por si só para tornar
inimputáveis os jovens, nem tão-pouco para justificar o seu
comportamento, serve apenas para reforçar a necessidade de se defender
uma educação com uma componente normativa, de modo a serem transmitidas
regras e um sentido de responsabilidade.
Neste contexto, é totalmente incompreensível que se organize uma
viagem de finalistas com o “bar aberto”, possibilitando o consumo de
bebidas alcoólicas a menores de forma totalmente desregrada. Ora, nestas
idades é o mesmo que dizer “podes beber até caíres para o lado”, e
muitas vezes caem mesmo para o lado sem darem por isso. Quando se bebe
álcool o objetivo é fazê-lo de forma moderada, facilitando o convívio
social, e não propriamente beber até atingir o coma alcoólico, como
infelizmente acontece cada vez mais nestas idades.
Se o autodomínio é uma virtude, há muitos jovens que não conseguem
desenvolver esta capacidade e levam esta limitação para a vida adulta,
tornando-se pessoas imaturas, escravos dos próprios desejos, com grandes
dificuldades de adaptação e com poucas probabilidades de sucesso na sua
vida familiar, social e profissional.
Nas últimas décadas houve uma tendência para se implementar modelos
educativos experimentais teóricos, como uma vertente demasiado
desresponsabilizadora, totalmente dissociados da realidade
psicobiológica humana. Os resultados estão à vista: casos crescentes de
indisciplina, desautorização da figura do professor e uma desvalorização
do ensino. A sociedade não melhorou, e este modelo acaba por contribuir
para que muitos jovens perpetuem a sua adolescência na idade adulta,
através de uma atitude perante a vida irrealista, governada pelos
desejos, repleta de direitos e desprovida de deveres.
Talvez por isso, as expulsões de alunos das salas de aula, por razões
disciplinares, continuem a ser demasiado frequentes nalgumas escolas.
Há dias escutei um relato de uma professora que tinha expulso 15 dos 30
alunos da turma por indisciplina. Percebe-se que há um ambiente difícil.
Estes casos fazem da atividade docente um exercício insuportável de
paciência, comprometem a saúde psíquica dos professores, e originam uma
tensão constante que nem o melhor dos ansiolíticos consegue atenuar.
Estas situações de indisciplina revelam comportamentos antissociais que —
embora num modelo de menor escala, e sem o efeito potenciador do álcool
e das drogas —, acabam por replicar a situação de expulsão dos
finalistas em Torremolinos.
Muitos pais têm perdido a autoridade sobre os seus filhos, e com
frequência capitulam quando é necessário impor limites ou aplicar
castigos perante comportamentos desviantes. Ouço-os dizer, num tom
resignado, “agora é tudo assim”, “todos os amigos consomem álcool e
drogas”, etc. Porém os limites e as repreensões também têm uma função
pedagógica, ajudam a estruturar a personalidade, preparando os
adolescentes para a vida adulta, já que na vida real todos nós somos
confrontados com limites e consequências quando desrespeitamos
determinadas regras e obrigações.
Os atos de vandalismo ocorridos em Espanha, cometidos provavelmente
por um número restrito de jovens, acabaram por dar uma péssima imagem
dos colegas, humilharam os pais e desprestigiaram o país. Afinal, o
autocontrolo é uma virtude humana que deve ser ensinada e aprendida.
Como disse Benjamin Franklin “A fúria tem sempre uma razão, mas
raramente uma boa razão”.*Médico Psiquiatra
terça-feira, 11 de abril de 2017
O medo
Há pessoas que brincam com o medo dos outros. Com o medo que os outros
sentem, com o medo que querem que os outros sintam, com o medo que
querem controlar nos outros. Com o medo que pedem aos outros que
confessem.
Essas pessoas «brincam» com o medo.
MAS ter medo, sentir medo, é um assunto sério.
Essas pessoas não deviam brincar com o medo dos outros até porque são,
particularmente, pessoas a quem as pessoas que têm medo costumam
recorrer para os ajudar a deixar de ter medo. PORTANTO, usar o medo dos
outros para manipular terceiros é, deveras, perigoso.
SUGESTÃO: Deixem o medo dos outros sossegado.
sábado, 1 de abril de 2017
"A propósito d"A não redução de alunos por turma
Inauguro, hoje, uma nova rubrica aqui por este espaço: "A propósito de..." Será, por isso, uma nova tag. Provavelmente, na coluna ao lado, das etiquetas, já haverá outras que poderiam ser esta. E serão, por isso, tagadas sempre e também com esta.
Mas talvez esta seja a forma de que materializar o reconhecimento de uma nova fase pela web... Já tive tantas desde que esta aventura começou...
Mas, e sem mais delongas, porquê agora, esta nova rubrica.
Ultimamente, e mais uma vez, que, afinal, vistas bem as "coisas" tem sido uma linha contínua, os professores têm estado a ser alvo de uma campanha de mal dicência. Muito velada, é certo. Muito discreta. Muito soft. Muito fofa. Mas têm. E, passarei agora a usar a primeira pessoa do plural porque cada vez mais me identifico com aquilo que estou neste momento a teclar / escrever.
Sobre essa técnica refinada de nos denegrir aos olhos da opinião pública falarei numa das rubricas. Assim, não me irei, aqui, alongar.
E é por essa razão que resolvi pôr a alma nas palavras e dizê-la. Ora, dizer a alma também daria uma boa rubrica!...
(...)
Talvez mais tarde.
Tendo nos as redes sociais tão à mão, nomeadamente, e principalmente o facebook, em particular nos grupos de discussão, tenho participado ativamente nas deiscussão que envolvem, atualmente, a educação em Portugal. E, como, no facebook, não é possível a organização que o blogue permite, irei transpor para aqui esses registos. Portanto, é desta forma que nasce a rubrica "A propósito de..."
A de hoje é sobre o conteúdo deste artigo de Rui Gualdino Cardoso: : Chutar para canto… A redução do número de alunos por turma não é para todos.
Já do final de 2016, continua atualíssimo. E tendo-me aparecido, no meu mural, numa das memórias do Facebook, suscitou-me a seguinte reflexão:
"Ontem" como hoje, continuamos igual. Toda a gente é ouvida. Até aos alunos se dá, e bem, voz. MAS aos professores não é dado, sequer, o benefício da dúvida. Andamos há anos a dizer que a maioria dos problemas na educação se resolveria com a redução de alunos por turma. Ninguém respeita este "saber de experiência feito". Aliás, deve estar para sair um estudo qualquer com base em experiências, na Finlândia, provavelmente, ou num nicho qualquer por aí, perto de nós, a garantir, contra qualquer razão de plausibilidade, que o número de alunos por turma "não tem nada a ver"... E que o que é mesmo bom é sem turma. Sem aulas. Mas com muitos, muitos projetos.
Desrespeito! Desrespeito! Desrespeito. Contínuo. Persistente. Ultrajante!
Imagem inicial daqui,
reutilizada por mim.
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