quarta-feira, 28 de novembro de 2007
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
domingo, 25 de novembro de 2007
Se eu fizesse títulos para os postes que por aqui vou criando, o deste seria: "Venha mais um(a)". Neste caso, outra declaração. Enfim. Vamos a ela.
Vitalino Canas, porta-voz da direcção nacional do PS, em resposta (indirecta...) às palavras de Mário Soares, de que já fiz eco no post anterior, declarou, frente às câmaras de televisão:
"O partido socialista, à medida que vai tendo folgas, vai desenvolvendo as políticas sociais que estão no seu código genético."
Tudo isto seria hilariante se este senhor não fosse o porta-voz do partido, cuja maioria nos governa neste momento. E a questão que se levanta é: será que este senhor sabe o que significa a expressão, excessivamente idiomática para um porta-voz quase institucional..., ir tendo folgas?!
Duvido. Duvido mesmo.
Vitalino Canas, porta-voz da direcção nacional do PS, em resposta (indirecta...) às palavras de Mário Soares, de que já fiz eco no post anterior, declarou, frente às câmaras de televisão:
"O partido socialista, à medida que vai tendo folgas, vai desenvolvendo as políticas sociais que estão no seu código genético."
Tudo isto seria hilariante se este senhor não fosse o porta-voz do partido, cuja maioria nos governa neste momento. E a questão que se levanta é: será que este senhor sabe o que significa a expressão, excessivamente idiomática para um porta-voz quase institucional..., ir tendo folgas?!
Duvido. Duvido mesmo.
Entrevista com Mário Soares
in DN
in DN
O primeiro-ministro Sócrates é uma pessoa que me surpreendeu muito positivamente. Quando entrou no Partido Socialista, jovem, era eu líder do partido. Pensei que ele fosse uma criatura do Guterres... Era a minha ideia, mas era uma ideia falsa. Estava errado. Ele não é uma criatura do Guterres. Ainda agora em Madrid disse isso ao Guterres. [Sócrates] é mesmo o anti-Guterres no sentido de que ele é um homem de extrema determinação e que sabe o que quer. Tem coragem para dizer as coisas e fazer frente às dificuldades. Nestes dois anos, parece que isto é uma coisa que toda a gente pode reconhecer de boa-fé, ele teve uma herança terrível. O País estava numa situação caótica e ele conseguiu endireitar as contas públicas, reduzir o défice. Algumas das reformas não se sabe bem o que é que vão dar, essa eu acho que é uma crítica legítima, mas que também releva uma qualidade de coragem grande. Ele abriu muitas frentes de luta ao mesmo tempo. Foram os funcionários públicos, foram os professores, foram os médicos e enfermeiros, foram os juízes, etc. Podia ter feito isso mais planificado.
(...)
Há muitas críticas, mesmo de sectores do Partido Socialista, que vão dizendo que esta acção governativa se faz muito à direita. Partilha de alguns aspectos desta crítica?
Eu não diria a coisa assim, diria a coisa de outra maneira.
Como?
É assim: eu acho que passados estes dois anos - ele [José Sócrates] tem mais quatro até às próximas eleições em 99 [Mário Soares engana-se pois quereria dizer mais dois anos, até 2009] -, deve ter grandes preocupações, a partir de agora, com o mundo do trabalho. Deve dialogar com o mundo do trabalho.
O senhor diz isso por causa do ciclo eleitoral?
Não, não digo por causa do ciclo eleitoral, digo por causa do País e porque me preocupam imenso as grandes desigualdades sociais. Para quem amou e ama a Revolução dos Cravos como eu, para quem sonhou com um Portugal diferente, é chocante ver como as desigualdades sociais se agravaram nos últimos tempos. Tem de se lutar contra isso para...
Agravaram-se porquê?
Agravaram-se porque houve uma vaga neoliberal.
_______________________
Eu nada percebo de política.
Não sei analisar objectivamente, porque me falta informação, aquilo que os políticos dizem, escrevem, mas tenho-me como alguém que até sabe ler e perceber. E, sinceramente, não entendo estas palavras.
Então, um homem de coragem política é aquele que faz frente às dificuldades, mas até podia tê-lo feito de forma mais planificada?!
É aquele que até tem tomado medidas, quase há três anos, governado o país neoliberalmente, mas que precisa de dialogar com o mundo do trabalho?!
Sr. Mário Soares, se as desigualdades sociais se agravaram nos últimos tempos, tal facto deve-se , exclusivamente, à actuação desse tal homem de coragem que parece defender, revelando, quiçá, alguma falta de coragem de dizer que afinal não há valentia, mas o reflexo de uma governação maioritária que não necessita de qualquer ousadia para governar.
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(...)
Há muitas críticas, mesmo de sectores do Partido Socialista, que vão dizendo que esta acção governativa se faz muito à direita. Partilha de alguns aspectos desta crítica?
Eu não diria a coisa assim, diria a coisa de outra maneira.
Como?
É assim: eu acho que passados estes dois anos - ele [José Sócrates] tem mais quatro até às próximas eleições em 99 [Mário Soares engana-se pois quereria dizer mais dois anos, até 2009] -, deve ter grandes preocupações, a partir de agora, com o mundo do trabalho. Deve dialogar com o mundo do trabalho.
O senhor diz isso por causa do ciclo eleitoral?
Não, não digo por causa do ciclo eleitoral, digo por causa do País e porque me preocupam imenso as grandes desigualdades sociais. Para quem amou e ama a Revolução dos Cravos como eu, para quem sonhou com um Portugal diferente, é chocante ver como as desigualdades sociais se agravaram nos últimos tempos. Tem de se lutar contra isso para...
Agravaram-se porquê?
Agravaram-se porque houve uma vaga neoliberal.
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Eu nada percebo de política.
Não sei analisar objectivamente, porque me falta informação, aquilo que os políticos dizem, escrevem, mas tenho-me como alguém que até sabe ler e perceber. E, sinceramente, não entendo estas palavras.
Então, um homem de coragem política é aquele que faz frente às dificuldades, mas até podia tê-lo feito de forma mais planificada?!
É aquele que até tem tomado medidas, quase há três anos, governado o país neoliberalmente, mas que precisa de dialogar com o mundo do trabalho?!
Sr. Mário Soares, se as desigualdades sociais se agravaram nos últimos tempos, tal facto deve-se , exclusivamente, à actuação desse tal homem de coragem que parece defender, revelando, quiçá, alguma falta de coragem de dizer que afinal não há valentia, mas o reflexo de uma governação maioritária que não necessita de qualquer ousadia para governar.
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quinta-feira, 22 de novembro de 2007
MÉDICOS AFASTAM-SE
O Departamento de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar de Coimbra afastou-se ontem do acompanhamento da menor Esmeralda Porto, alegando que a ordem de entrega da criança ao pai potencia riscos de “doença mental”. “A ruptura dos laços com os pais afectivos, de forma permanente, mesmo que não abrupta, é um factor causal de doença mental e a entrega ao pai biológico potenciará a patologia da relação pai-criança, criando as condições essenciais a curto-prazo para a instalação de uma perturbação de stress pós-traumático”, refere o relatório da equipa que tem acompanhado a menor. Numa reacção à decisão do Tribunal da Relação de Coimbra, que ordena a entrega da menor ao pai até final do ano, os médicos que a têm acompanhado criticam o acórdão judicial, que contraria aquilo que julgam ser o melhor para a criança.
in CM
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Ora vamos lá a ver se entendi. O Departamento de Pedopsiquiatria afasta-se do processo, porque há probabilidades da menina vir a ter "doença mental"...
Então, isso quer dizer que o tal Departamento só se manteria em campo se não houvesse esse risco?!
Mas eu pensei que o Departamento existisse no processo precisamente porque havia esse risco?!
Será que entendi mal?!
O Departamento de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar de Coimbra afastou-se ontem do acompanhamento da menor Esmeralda Porto, alegando que a ordem de entrega da criança ao pai potencia riscos de “doença mental”. “A ruptura dos laços com os pais afectivos, de forma permanente, mesmo que não abrupta, é um factor causal de doença mental e a entrega ao pai biológico potenciará a patologia da relação pai-criança, criando as condições essenciais a curto-prazo para a instalação de uma perturbação de stress pós-traumático”, refere o relatório da equipa que tem acompanhado a menor. Numa reacção à decisão do Tribunal da Relação de Coimbra, que ordena a entrega da menor ao pai até final do ano, os médicos que a têm acompanhado criticam o acórdão judicial, que contraria aquilo que julgam ser o melhor para a criança.
in CM
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Ora vamos lá a ver se entendi. O Departamento de Pedopsiquiatria afasta-se do processo, porque há probabilidades da menina vir a ter "doença mental"...
Então, isso quer dizer que o tal Departamento só se manteria em campo se não houvesse esse risco?!
Mas eu pensei que o Departamento existisse no processo precisamente porque havia esse risco?!
Será que entendi mal?!
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
(...)
O discurso crítico sobre Literatura, exactamente por ser crítico, não é um discurso irrevogável; sendo formulado acerca de um discurso artístico - o literário - que é, por natureza plurissignificativo e semanticamente instável, o discurso crítico é sempre um discurso relativo e superável. Por isso mesmo, ele é um discurso que deve ser confrontado com outros discursos, tão relativos e superáveis como ele; e o que daqui decorre - o que daqui deve decorrer - é uma saudável (embora por vezes complexa a até controversa) polifonia de vozes críticas que estimulará o leitor-estudante a enunciar o seu próprio discurso crítico, fazendo-o não forçosamente contra os restantes, mas a partir ou em função das pistas de reflexão que eles possam sugerir.
(...)
O discurso crítico sobre Literatura, exactamente por ser crítico, não é um discurso irrevogável; sendo formulado acerca de um discurso artístico - o literário - que é, por natureza plurissignificativo e semanticamente instável, o discurso crítico é sempre um discurso relativo e superável. Por isso mesmo, ele é um discurso que deve ser confrontado com outros discursos, tão relativos e superáveis como ele; e o que daqui decorre - o que daqui deve decorrer - é uma saudável (embora por vezes complexa a até controversa) polifonia de vozes críticas que estimulará o leitor-estudante a enunciar o seu próprio discurso crítico, fazendo-o não forçosamente contra os restantes, mas a partir ou em função das pistas de reflexão que eles possam sugerir.
(...)
in Apresentação (por Carlos Reis)
da História Crítica da Literatura Portuguesa, Verbo
da História Crítica da Literatura Portuguesa, Verbo
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E o que ganhariam os críticos que para aí pululam, críticos de tudo..., se lessem estas palavras!
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terça-feira, 20 de novembro de 2007
O sistema de educação está a ficar perverso.
Uma professora diz:
"NÃO PODEMOS OBRIGÁ-LOS"
“Se os alunos não estudam, se não querem saber, como é que nós os recuperamos? Nós não podemos obrigá-los a estudar e a interessar-se pela escola”, disse ao Correio da Manhã Maria Manuela (nome fictício), professora numa EB 2,3 do distrito de Coimbra.
Revoltada com “o rumo que a Educação está a levar em Portugal”, esta docente, com quase 30 anos de serviço, assegura que “nunca foi tão difícil ensinar e nunca se ensinou tão pouco”.
Convidada a esclarecer, referiu que “antes o professor preocupava-se essencialmente em ensinar e tinha os alunos no centro dos seus objectivos; hoje um professor tem, sobretudo, de fazer relatórios, de elaborar e estudar projectos, enfim, quase tudo menos dar aulas”. Diz a docente que a situação é “insustentável”.
O Inspector Geral de Educação declara:
"NINGUÉM É PRESSIONADO"
O Inspector Geral de Educação, José Maria Azevedo, diz que “é desajustada a ideia de que as avaliações externas possam induzir qualquer falso sucesso”.
Em declarações ao CM, o chefe dos inspectores disse que “estas avaliações até são feitas a pedido das próprias escolas, já que tiveram por base uma candidatura.”
“Não faria sentido estarem agora a usar procedimentos administrativos que distorcessem a realidade”, acrescentou. Para além disso, José Maria Azevedo sublinhou que as notas do primeiro período não terão qualquer peso na avaliação das escolas.
“A progressão dos alunos é um dos pontos, não o único nem o mais importante. Mas isto tem a ver com as notas dos últimos anos e a evolução que se tem verificado e não propriamente as notas do Natal”, esclareceu José Azevedo, referindo que “se estas avaliações levarem a que os docentes se inteirem do projecto educativo e que as escolas se preparem para a avaliação, é positivo”.
De resto, avisa que “as escolas portuguesas continuam a ter elevadíssimas taxas de retenção”.
As escolas continuam a ter elevadíssimas taxas de retenção e continuarão a ter, enquanto os senhores que mandam e inspeccionam continuarem a ser burocráticos e não pensarem em pedagogia.
Devolvam a escola aos professores, senhores.
Os professores não são capachos.
Já agora, havia uma escola onde os professores sabiam qual era o Projecto Educativo. Os professores construíam o Projecto Educativo.
Vejam o que aconteceu...
Uma professora diz:
"NÃO PODEMOS OBRIGÁ-LOS"
“Se os alunos não estudam, se não querem saber, como é que nós os recuperamos? Nós não podemos obrigá-los a estudar e a interessar-se pela escola”, disse ao Correio da Manhã Maria Manuela (nome fictício), professora numa EB 2,3 do distrito de Coimbra.
Revoltada com “o rumo que a Educação está a levar em Portugal”, esta docente, com quase 30 anos de serviço, assegura que “nunca foi tão difícil ensinar e nunca se ensinou tão pouco”.
Convidada a esclarecer, referiu que “antes o professor preocupava-se essencialmente em ensinar e tinha os alunos no centro dos seus objectivos; hoje um professor tem, sobretudo, de fazer relatórios, de elaborar e estudar projectos, enfim, quase tudo menos dar aulas”. Diz a docente que a situação é “insustentável”.
O Inspector Geral de Educação declara:
"NINGUÉM É PRESSIONADO"
O Inspector Geral de Educação, José Maria Azevedo, diz que “é desajustada a ideia de que as avaliações externas possam induzir qualquer falso sucesso”.
Em declarações ao CM, o chefe dos inspectores disse que “estas avaliações até são feitas a pedido das próprias escolas, já que tiveram por base uma candidatura.”
“Não faria sentido estarem agora a usar procedimentos administrativos que distorcessem a realidade”, acrescentou. Para além disso, José Maria Azevedo sublinhou que as notas do primeiro período não terão qualquer peso na avaliação das escolas.
“A progressão dos alunos é um dos pontos, não o único nem o mais importante. Mas isto tem a ver com as notas dos últimos anos e a evolução que se tem verificado e não propriamente as notas do Natal”, esclareceu José Azevedo, referindo que “se estas avaliações levarem a que os docentes se inteirem do projecto educativo e que as escolas se preparem para a avaliação, é positivo”.
De resto, avisa que “as escolas portuguesas continuam a ter elevadíssimas taxas de retenção”.
As escolas continuam a ter elevadíssimas taxas de retenção e continuarão a ter, enquanto os senhores que mandam e inspeccionam continuarem a ser burocráticos e não pensarem em pedagogia.
Devolvam a escola aos professores, senhores.
Os professores não são capachos.
Já agora, havia uma escola onde os professores sabiam qual era o Projecto Educativo. Os professores construíam o Projecto Educativo.
Vejam o que aconteceu...
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
domingo, 18 de novembro de 2007
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Por outro lado, a ter praticado os factos, o arguido tê-lo-ia feito “em estado de embriaguês”, logo “sem consciência e sem intenção”. Perante esta situação, o MP pede que se revogue o acórdão e que o arguido, que se encontra actualmente preso, seja devolvido à liberdade.
in CM
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Desculpe, importa-se de repetir?!...
in CM
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Desculpe, importa-se de repetir?!...
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
A confirmar a operação de Relações Públicas, a tal matéria em que o Sr. Primeiro Ministro diz não ser especialista...
Ler com atenção o post de Paulo Guinote.
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No Banco de imagens, do Portal do Governo, as fotos respeitantes à entrega do Prémio Nacional de Mérito do Professor, realizada no dia 13 de Novembro de 2007, não contemplam uma única imagem da Sra. Ministra. No entanto, o Primeiro Ministro, em todas!! O galardoado numa...
Estranho...Ou talvez não...
Francamente!
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Estranho...Ou talvez não...
E ainda diz o Sr. Primeiro Ministro que em matéria de Relações Públicas não é especialista na matéria, «Não é uma operação de Relações Públicas, matéria em que não sou especialista, nem sou muito bom», frisou.
Francamente!
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quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Daniel Sampaio critica Ministério da Educação
O conhecido psiquiatra critica o Ministério da Educação por legislar de mais e pensar de menos nas funções.
TVI, Televisão Independente
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Futurologia: Presidente do júri para Prémios de Mérito para Professores pediu demissão por razões pessoais ou outras...
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O conhecido psiquiatra critica o Ministério da Educação por legislar de mais e pensar de menos nas funções.
TVI, Televisão Independente
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Futurologia: Presidente do júri para Prémios de Mérito para Professores pediu demissão por razões pessoais ou outras...
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segunda-feira, 12 de novembro de 2007
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por Antero de Quental,
Tesouro Poético da Infância
Este livrinho, destinado exclusivamente à infância, dedico-o às mães e cuido fazer-lhes um presente de algum valor.
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por Antero de Quental,
Tesouro Poético da Infância
Este livrinho, destinado exclusivamente à infância, dedico-o às mães e cuido fazer-lhes um presente de algum valor.
Convencido de que há no espírito das crianças tendências poéticas e uma verdadeira necessidade de ideal, que convém auxiliar e satisfazer, como elementos preciosos para a educação – no alto sentido desta palavra, isto é, para a formação do carácter moral – coligi para aqui tudo quanto no campo da poesia portuguesa me pareceu, por um certo tom ao mesmo tempo simples e elevado, ou ainda meramente gracioso e fino, poder contribuir para aquele resultado, em meu conceito, importantíssimo.
Destina-se pois este volumezinho sobretudo à leitura doméstica. Talvez que não fosse também descabido nas escolas de primeiras letras: mas receio que a simplicidade quase sempre pueril dos assuntos e a tenuidade do estilo pareçam a muitos mestres destoar daquela gravidade pedagógica, que, em seu entender, é atributo do ensino. Direi que pela minha parte, não o entendo assim: penso, com Froebel e João de Deus, (e com a razão e a natureza) que o tipo do ensino é o maternal, o que segue passo a passo as tendências naturais e acomoda o método e doutrina à condição peculiar do espírito infantil. Para uns entezinhos, em quem tudo é movimento e imaginação, a escola, se não for jardim, será só prisão, a doutrina, se não for encanto, será só tortura.
(...) A poesia é o ideal percebido instintivamente.
É por tais motivos que a poesia constitui o instrumento por excelência acomodado para desenvolver, e até evocar, na alma infantil, aquele sentimento do bem e do belo, sem o qual, mais tarde, a própria rectidão do carácter degenera numa dureza intolerante e estreita, a própria penetração da inteligência numa agudeza sofística e estéril. Em tempos primitivos, foi a poesia o veículo da doutrina e a linguagem própria das coisas ideais, para a humanidade ainda infante: sê-lo-á sempre para a infância, porque cada criança representa verdadeiramente, na sua constituição mental e psicológica, um resumo exacto daquela primordial e incipiente humanidade. A doutrina terá sempre de lhe ser revelada em forma de mitos, de exemplos e de imagens – isto é, em forma não só de poesia, mas de poesia simples e, na sua essência, primitiva.
(...)
Em compensação, recorri, quanto me foi possível, à poesia popular. O povo é uma grande criança colectiva, é o eterno infante...No seu conceber as coisas, no seu sentir, no seu dizer, estão ainda presentes, como o estão nas crianças, aquelas faculdades intuitivas que presidiram, há muitos séculos, ao alvorecer do espírito humano e produziram os mitos, as lendas, os cantos heróicos, com que, no seu berço, se embalou tão poeticamente a humanidade. Dizer popular é pois dizer infantil. Todos têm notado como as crianças se dão bem com a gente do povo. É que uns e outros são simples. E todos nos recordamos do prazer delicioso com que escutávamos, na meninice, os contos maravilhosos ou os romances e cantigas com que alguma criada velha nos sabia encurtar, como por encanto, as horas largas dos serões de inverno. É que naquelas histórias e naqueles cantares, encontrava a nossa imaginação a forma exacta dos seus indistintos devaneios; o nosso sentimento, a expressão natural das suas vagas aspirações. Aqueles eram os símbolos próprios para a nossa ingénua concepção do ideal; e se os soubéssemos compor, assim é que os teríamos composto. A voz do povo parecia-nos o eco do nosso próprio pensamento.
(...)
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Deliciosa esta Advertência com que Antero de Quental nos presenteia...
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sábado, 10 de novembro de 2007
Ainda a propósito disto, outro caso, resolvido em cerca de 5 horas, desta vez pelo ministro da Defesa, Nuno Severiano Teixeira.
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quinta-feira, 8 de novembro de 2007
Os funcionários públicos já sabem quanto vão ganhar em 2008: mais 2,1 por cento, exactamente o valor previsto para a inflação do Orçamento Geral do Estado para o próximo ano. Ao fim de três reuniões, o Governo encerrou a negociação com a mesma proposta que fez no passado mês de Outubro, nem um cêntimo mais.
in CM
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Já se sabia, mesmo antes das negociações terem começado e apesar do Sr. Ministro declarar na Comunicação Social que estava disponível para negociar...
Negociação, no novo dicionário socialista: podem ter outra opinião, mas a nossa é que prevalece.
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in CM
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Já se sabia, mesmo antes das negociações terem começado e apesar do Sr. Ministro declarar na Comunicação Social que estava disponível para negociar...
Negociação, no novo dicionário socialista: podem ter outra opinião, mas a nossa é que prevalece.
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quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Tem problemas que não consegue resolver?
Está incapacitado para poder trabalhar, mas, ainda assim, mandam-no trabalhar?
Tem filhos que não podem ir à escola, porque o apoio lhes foi retirado?
DIRIJA-SE AO ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO MAIS PERTO E O SEU PROBLEMA SERÁ RESOLVIDO.
ELES FIZERAM-NO.
Um caso:Está incapacitado para poder trabalhar, mas, ainda assim, mandam-no trabalhar?
Tem filhos que não podem ir à escola, porque o apoio lhes foi retirado?
DIRIJA-SE AO ÓRGÃO DE COMUNICAÇÃO MAIS PERTO E O SEU PROBLEMA SERÁ RESOLVIDO.
ELES FIZERAM-NO.
No dia 5 de Novembro, o problema:
Até reapreciação do caso
Funcionária sem mobilidade de baixa
No dia 6 de Novembro, a solução:
Ministro deu-lhe baixa
Outro caso:
No dia 4 de Novembro, o problema:
Falta de pessoal afasta alunos deficientes da escola
No dia 5 de Novembro, a solução:
Viseu: Direcção de Educação do Centro garante que crianças deficientes terão acompanhamento necessário
Ainda outro caso:
No dia 17 Outubro, o problema:
Docente com cancro na língua sem reforma
No dia 19 Outubro, a solução:
Professora substituída na segunda-feira
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terça-feira, 6 de novembro de 2007
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Carlos Fiolhais, num parágrafo apenas, dá voz a um pensamento que começa a ecoar...
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Comentário: Mais vale tarde, que nunca...
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Comentário: Mais vale tarde, que nunca...
*Ler também com atenção a caixa de comentários. Interessante.
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QUE SE DIVULGUE.
É mau de mais para ser verdade, por
Francisco José Viegas
(...)O ensino - nomeadamente a ideologia que está por detrás de todas as decisões do ministério em matéria pedagógica e científica - está entregue a esse monstro corporativo que supõe ter toda a verdade do seu lado. O estatuto do aluno e o seu regime de faltas é apenas mais um episódio lamentável a acrescentar a tantos outros. É, geralmente, gente que não conhece a escola real, que não tem contacto com o dia-a-dia das escolas, que imagina os professores como meros instrumentos ao seu dispor para as experiências mais descabidas. As vítimas dessas experiências descabidas são os nossos filhos - e é o seu futuro. Por isso, o sinal dado pelo Ministério é definitivamente mau e constitui um erro grave, desculpabilizando os alunos faltosos, penalizando os alunos cumpridores e sobrecarregando os professores e as escolas com outra categoria de "desprotegidos" os que, deliberadamente, faltam às aulas. Tudo para adulterar e manipular as estatísticas, o que é grave demais.(...)
Do Jornal de Notícias.
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Gostei de ler.
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Francisco José Viegas
(...)O ensino - nomeadamente a ideologia que está por detrás de todas as decisões do ministério em matéria pedagógica e científica - está entregue a esse monstro corporativo que supõe ter toda a verdade do seu lado. O estatuto do aluno e o seu regime de faltas é apenas mais um episódio lamentável a acrescentar a tantos outros. É, geralmente, gente que não conhece a escola real, que não tem contacto com o dia-a-dia das escolas, que imagina os professores como meros instrumentos ao seu dispor para as experiências mais descabidas. As vítimas dessas experiências descabidas são os nossos filhos - e é o seu futuro. Por isso, o sinal dado pelo Ministério é definitivamente mau e constitui um erro grave, desculpabilizando os alunos faltosos, penalizando os alunos cumpridores e sobrecarregando os professores e as escolas com outra categoria de "desprotegidos" os que, deliberadamente, faltam às aulas. Tudo para adulterar e manipular as estatísticas, o que é grave demais.(...)
Do Jornal de Notícias.
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Gostei de ler.
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domingo, 4 de novembro de 2007
“A minha dependência de terceiros é total, mas amanhã, às 9h00, lá estarei, na sede da Junta de Freguesia, para pegar ao serviço”, diz, acrescentando que não consegue escrever, “nem virar uma página”, abrir uma porta, pegar numa pasta, andar mais de 20 metros sem ajuda, ou ir à casa de banho sozinha".
in Público
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Não sou religiosa e cada vez acredito menos.., mas julgo que este é outro sinal claro do fim dos tempos.
E tenho a certeza que, se, um dia, algo de semelhante me acontecer e o meu pai tiver de me acompanhar por nem sequer me poder baixar para apanhar um papel que eventualmente deixasse cair no chão, como testemunha esta mulher, o meu pai trataria de uma maneira ou doutra, provavelmente de uma forma violenta, de demonstrar que ali não era o meu lugar.
Numa sociedade civilizada um pai não se deveria ter de sujeitar a isto.
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in Público
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Não sou religiosa e cada vez acredito menos.., mas julgo que este é outro sinal claro do fim dos tempos.
E tenho a certeza que, se, um dia, algo de semelhante me acontecer e o meu pai tiver de me acompanhar por nem sequer me poder baixar para apanhar um papel que eventualmente deixasse cair no chão, como testemunha esta mulher, o meu pai trataria de uma maneira ou doutra, provavelmente de uma forma violenta, de demonstrar que ali não era o meu lugar.
Numa sociedade civilizada um pai não se deveria ter de sujeitar a isto.
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Fui, de novo, desafiada pela Cristina.
Tal como ela, acho a corrente bem engraçada.
Olhei logo para a secretária à procura do livro mais próximo. Eram todos livros escolares e dicionários. Desisti. Levantei-me e tirei o livro que estava no topo dos que estão à espera de ser lidos: Agostinho da Silva, Uma Antologia, Org. e apresentação de Paulo Borges, Ancora Editora.
Página 161, 5ª frase completa:
(...) Quem se me opõe no campo de batalha, aí está por uma carga muito mais pesada do que imagina, em virtude de fatalidades físicas suas, por exemplo, a de ter nascido naquele país e não noutro, naquela época e não noutra; em virtude de fatalidades históricas que séculos sem número lhe jogam sobre os ombros; e talvez por uma outra fatalidade: a de por inteligência ou por educação não ter compreendido que outras possibilidades havia além da luta. (...)
_______________
Passo a corrente à M., ao Lobo das Estepes, ao Manel, ao tempus fugit e ao Alien.
As regras são:
1ª - Pegar num livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª - Abrir na página 161;
3ª - Procurar a 5ª frase completa;
4ª - Postar essa frase no seu blog;
5ª - Não escolher a melhor frase, nem o melhor livro;
6ª - Repassar para outros 5 blogs.
________________
Espero que gostem da ideia...
________________
ADENDA
Deixado nos comentários por Pézinhos n´...Areia :
O desafio não me foi lançado mas apetece-me responder a esse desafio:
aqui vai:
O livro mais à mão é este, por razões profissionais:
- "ESTUDO DOS SEM ABRIGO"
(realizado entre 2004 e 2005, no Instituto de Segurança Social.
Na Pág. 161 - A 5ª Frase.
Ei-la:
"... este tipo de realidades - aliás pouco conhecidas também noutros contextos europeus - configura situações de extrema precariedade e reflecte percursos de vida complexos onde o "estar sem abrigo" no sentido mais restrito do termo, foi em muitos casos, mais uma das etapas dessas trajectórias de marginalização."
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Pézinhos n´...Areia, obrigada pela participação espontânea.
Tal como ela, acho a corrente bem engraçada.
Olhei logo para a secretária à procura do livro mais próximo. Eram todos livros escolares e dicionários. Desisti. Levantei-me e tirei o livro que estava no topo dos que estão à espera de ser lidos: Agostinho da Silva, Uma Antologia, Org. e apresentação de Paulo Borges, Ancora Editora.
Página 161, 5ª frase completa:
(...) Quem se me opõe no campo de batalha, aí está por uma carga muito mais pesada do que imagina, em virtude de fatalidades físicas suas, por exemplo, a de ter nascido naquele país e não noutro, naquela época e não noutra; em virtude de fatalidades históricas que séculos sem número lhe jogam sobre os ombros; e talvez por uma outra fatalidade: a de por inteligência ou por educação não ter compreendido que outras possibilidades havia além da luta. (...)
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Passo a corrente à M., ao Lobo das Estepes, ao Manel, ao tempus fugit e ao Alien.
As regras são:
1ª - Pegar num livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª - Abrir na página 161;
3ª - Procurar a 5ª frase completa;
4ª - Postar essa frase no seu blog;
5ª - Não escolher a melhor frase, nem o melhor livro;
6ª - Repassar para outros 5 blogs.
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Espero que gostem da ideia...
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ADENDA
Deixado nos comentários por Pézinhos n´...Areia :
O desafio não me foi lançado mas apetece-me responder a esse desafio:
aqui vai:
O livro mais à mão é este, por razões profissionais:
- "ESTUDO DOS SEM ABRIGO"
(realizado entre 2004 e 2005, no Instituto de Segurança Social.
Na Pág. 161 - A 5ª Frase.
Ei-la:
"... este tipo de realidades - aliás pouco conhecidas também noutros contextos europeus - configura situações de extrema precariedade e reflecte percursos de vida complexos onde o "estar sem abrigo" no sentido mais restrito do termo, foi em muitos casos, mais uma das etapas dessas trajectórias de marginalização."
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Pézinhos n´...Areia, obrigada pela participação espontânea.
sábado, 3 de novembro de 2007
Encosta-te a mim, nós já vivemos cem mil anos encosta-te a mim, talvez eu esteja a exagerar encosta-te a mim, dá cabo dos teus desenganos não queiras ver quem eu não sou, deixa-me chegar.
Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Chegado da guerra, fiz tudo p´ra sobreviver
em nome da terra, no fundo p´ra te merecer
recebe-me bem, não desencantes os meus passos
faz de mim o teu herói, não quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar mas quero-te bem, encosta-te a mim.
Encosta-te a mim, desatinamos tantas vezes vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal recebe esta pomba que não está armadilhada
foi comprada, foi roubada, seja como for.
Eu venho do nada porque arrasei o que não quis
em nome da estrada onde só quero ser feliz
enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada
vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.
Tudo o que eu vi, estou a partilhar contigo
o que não vivi, um dia hei-de inventar contigo
sei que não sei, às vezes entender o teu olhar
mas quero-te bem, encosta-te a mim.
(Fotos de Rick Govoni // Letra de Jorge Palma)
Não resisto a fazer eco deste cartaz publicitário visto n'O Jumento, bem como das palavras que o acompanham:
Ou estou muito enganado ou se não for "vendida" em breve vai para saldos no fim da estação.
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quinta-feira, 1 de novembro de 2007
Pérolas ouvidas ainda há pouco...
- Jornalista afirma que os professores não concordam com os princípios do novo Estatuto do Aluno...Ministra esclarece que os professores nas escolas estão de acordo com o Estatuto...
- Para mim as estatísticas, os números são pessoas.
- Os números têm rosto, porque eu vou às escolas e encontro-os nos Cursos Profissionais...
- Baixar o insucesso escolar e aumentar a qualidade das aprendizagens é estar a falar do mesmo.
- As aulas de substituição são uma das medidas para resolver a violência nas escolas.
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Sem comentários.
- Para mim as estatísticas, os números são pessoas.
- Os números têm rosto, porque eu vou às escolas e encontro-os nos Cursos Profissionais...
- Baixar o insucesso escolar e aumentar a qualidade das aprendizagens é estar a falar do mesmo.
- As aulas de substituição são uma das medidas para resolver a violência nas escolas.
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