quarta-feira, 31 de outubro de 2007


in Público
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Para quem nada saiba do que é uma Escola e qual a sua dinâmica, ficará, certamente, agradavelmente surpreendido com o excerto da notícia que aqui coloco.

De facto, seria de registar e aplaudir este interesse da Senhora Ministra e Governo.

No entanto, permitam-me dizer-lhes que só quem anda há pouco tempo nas lides da educação é que é capaz de fazer tais declarações.

Professora há quase vinte anos, desde sempre houve visitas de estudo nas escolas por onde passei. E foram algumas. Foi sempre prática pedagógica adoptada pelos professores. Nunca precisaram que um Governo lhes viesse dizer "que todos os alunos, pelo menos uma vez por ano, durante a escolaridade obrigatória, [deveriam] ter essa oportunidade".

É ofensivo, esta senhora, vinda sei lá donde, vir agora para os jornais fazer estas declarações.

Mais acrescento que desde que, com esta legislatura, Ministra e Governo me obrigaram a estar 26 horas por semana na escola, sendo que 4 são passadas a marcar passo, a minha disponibilidade para organizar Visitas de Estudo ficou perdida por volta da segunda semana em que tive de substituir colegas, ou tive de estar numa sala de estudo vazia de alunos, porque àquela hora os alunos estavam em aulas.

Sabe a Senhora Ministra e Governo quantas horas são necessárias para preparar uma visita de estudo?

Sabe que no dia da Visita de Estudo os professores estão, ininterruptamente, das 8:00 até às 18:00, 19:00 com os alunos?!

Eu costumava organizar, pelo menos, duas Visitas de Estudo por cada Ano Lectivo.

Há dois anos lectivos que os meus alunos perderam essa oportunidade. Este governo e esta Ministra roubaram-lhes essa oportunidade.

Quer brincar aos professores, Senhora Ministra? Não brinque comigo. Eu não sou boneca.

Sou uma pessoa.
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as palavras que trazemos guardadas durante horas e dias, às vezes, perdem-se.
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terça-feira, 30 de outubro de 2007

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

O carácter do nosso PM.
Revelador!


Reparem no pormenor inicial - o momento em que o Eng.º Sócrates esteve quase a apertar a mão do seu Ministro dos Negócios estrangeiros...


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Ainda sobre os números, os resultados dos exames. As diferenças entre o ensino público e o privado. Afinal, outra maneira de olhar para os números.

Porque não.


Brincando com os números
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terça-feira, 23 de outubro de 2007

Última Hora


2007-10-23 - 19:34:00

Diferenças de sete valores

Discrepâncias entre notas internas e exames



Todas as escolas públicas e privadas atribuíram aos seus alunos notas mais altas no final do ano lectivo do que estes conseguiram nos exames nacionais, havendo discrepâncias de sete valores.

O caso mais evidente de disparidade regista-se na escola secundária de Infias, em Vizela, em que a classificação interna de frequência foi de 14,82 valores, enquanto a média dos alunos nos exames não foi além dos 7,62 valores.

Entre as dez escolas que registam maiores diferenças entre as duas notas, cinco são públicas e as outras privadas.

No geral, é nas instituições privadas que se verifica maior semelhança entre a avaliação contínua e os resultados obtidos nas provas.

Em contraponto, no Colégio de Nossa Senhora da Boavista, em Vila Real, a diferença entre as duas classificações é de apenas 0,53 valores.


Daqui.

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É claro que todas as Escolas, públicas ou privadas, atribuíram notas mais altas aos alunos, no final do Ano, comparativamente com os resultados obtidos nos Exames. Mal seria se fosse ao contrário: os alunos nos Exames resolvem apenas um teste escrito. Nos Exames, os alunos são classificados. Na nota da Escola, os alunos são avaliados.

Portanto este aspecto que, afinal, é o que faz a notícia, não é notícia.

Outro aspecto, também gritante, nesta suposta notícia é a total ausência de imparcialidade nesta frase:

Entre as dez escolas que registam maiores diferenças entre as duas notas, cinco são públicas e as outras privadas.

Que requinte de malvadez de quem redigiu este informação!

Se são dez escolas as que registam maiores diferenças, o jornalista deveria ter salientado o equilíbrio, uma vez que se registaram maiores diferenças em cinco escolas privadas e em cinco públicas. Lendo a notícia como ela está escrita, fica, apenas, na memória, que eram cinco as escolas públicas. E, obviamente, ninguém vai querer saber quantas eram as outras...
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segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A ministra da Educação disse hoje que os estudos realizados sobre hábitos de leitura em Portugal revelam um "grande progresso nos últimos anos", salientando, no entanto, a necessidade de concluir a rede de bibliotecas escolares.

Na abertura da I Conferência do Plano Nacional de Leitura (PNL), que decorre hoje em Lisboa, Maria de Lurdes Rodrigues referiu que os hábitos de leitura dos portugueses ainda estão "aquém" do desejado, mas que os estudos recentes indicam que houve um "grande progresso nos últimos tempos".

do Público
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Querendo acreditar nas palavras da Senhora Ministra, porque seria óptimo, e sou optimista, gostaria, no entanto, de saber que estudos são esses.

E já agora que entende a Senhora Ministra por hábitos de leitura? Refere-se à leitura de livros ou inclui na expressão outro tipo de leituras?

E para terminar, falta apenas perguntar qual é o primeiro ano dos últimos anos cujo progresso tem sido grande, em matéria de hábitos de leitura.

Três perguntas simples, claras e objectivas, tal como deve ser a linguagem jornalística. Algum jornalista as fez a quem de direito?
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a mesma vontade de entrar...





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(Foto de Cristina Vieira
// Tela: Flowered-Doorway, de Cyrus Afsary)

sábado, 20 de outubro de 2007


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Bom fim-de-semana.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Acerca da Professora com cancro na língua.

Na edição online do Jornal de Notícias de hoje pode ler-se o seguinte:

A professora com cancro na língua, a quem foi recusada a reforma por invalidez por parte da Caixa Geral de Aposentações (CGA), vai ser substituída já na próxima segunda-feira, anunciou hoje Helena Libório, directora-regional adjunta de Educação do Centro (DREC).

Se este fosse apenas o único parágrafo da notícia, poder-se-ia pensar que, finalmente, alguém no Ministério da Educação havia começado a pensar e a agir em conformidade. No entanto, no terceiro parágrafo lê-se:



Afinal, e ao contrário do que declara Helena Libório, directora-regional adjunta de Educação do Centro (DREC), a razão pela qual o problema se irá resolver, não será pelo empenho do Ministério da Educação, mas porque a situação desta professora estaria a contrariar a afirmação da Senhora Ministra, quando disse que "Perdi os professores, mas ganhei a população." Ora convenhamos que os pais da EB1 de Regedoura são uma representação dessa população que não convém de todo começar a perder.


Subscrevo.

*Clicar em cima.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

José Sócrates, na campanha eleitoral de 2005, diz que 7,1% de desemprego são a "marca de uma governação falhada" e de uma "economia mal conduzida". Em Outubro de 2007, com José Sócrates como primeiro-ministro, Portugal tem 8,3% de desempregados e, pela primeira vez em quase 30 anos, a taxa de desemprego é superior à de Espanha.

Daqui

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Seria pertinente pedir que o Primeiro Ministro comentasse, colocando-se na pele do então líder da oposição.
Confuso?!

Ainda bem que há quem tenha memória.
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quarta-feira, 17 de outubro de 2007

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porque há imagens de beleza e tristeza que nos engolem...
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(foto de Rosa Reis)

sábado, 13 de outubro de 2007


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por Elie Wiesel, Amanhecer, pág. 85, Texto Editores


Desci, pois, à cave para melhor o odiar. Pensava: não será difícil. Há uma técnica já testada e da qual todos os exércitos do mundo, todos os governos da história se serviram para provocar o ódio. A técnica é a seguinte: recorrendo sobretudo a propaganda, a discursos, a filmes, cria-se uma determinada imagem do inimigo, na qual vemos uma incarnação do mal, o símbolo de todo o sofrimento humano, a causa e a origem de toda a injustiça, de toda a crueldade, desde o primeiro dia da criação do universo. Esta técnica é infalível, repetia para mim mesmo. Servir-me-ei dela contra a minha vítima.

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Alguém anda a usar esta técnica lá para o Ministério da Educação.


sexta-feira, 12 de outubro de 2007

porque é sexta-feira, à noite...

Dancing in the jazz age, John Held

Concretização até ao próximo ano

(...)
O Ministério da Justiça refere, em comunicado, que foi “criado um regime temporário e especial de incentivo à extinção da instância, promovendo-se a resolução de litígios fora dos tribunais, fundamentalmente através de transacções e compromissos arbitrais entre as partes nas acções que tenham sido propostas até 29 de Setembro de 2006”.
(...)

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Desculpem?! Promover a resolução de litígios fora dos tribunais?!
Onde passará, então, a morar a justiça?!
Quem querem impedir de falar?!
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quarta-feira, 10 de outubro de 2007

DURÃO BARROSO REGRESSOU À ESCOLA ONDE AGORA "HÁ ALUNAS"

O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, regressou ontem à escola para explicar aos mais jovens as vantagens da União Europeia. Recordou a sua experiência enquanto estudante durante o Estado Novo. “A primeira diferença que notei é que há alunas”, recordou, entre risos, na visita à Escola Secundária Luís de Camões, em Lisboa, onde estudou entre os 9 e os 15 anos. Perante uma plateia de dezenas de estudantes, o ex-primeiro-ministro lembrou que no seu tempo não podia ler os livros que queria e que o simples acto de trazer caramelos de Espanha era quase incorrer no crime de contrabando. E recordou quando um dos seus professores preferidos, Mário Dionísio, foi espancado pela polícia de choque. Por isso, Barroso mostrou-se orgulhoso no caminho percorrido pela Europa: “Somos o maior conjunto integrado de países, com quase 500 milhões de habitantes e, se juntarmos o PIB de todos, é maior do que o dos EUA”, disse. Durão Barroso confessou ainda ter sido expulso da aula de canto coral, porque, “apesar de cantar o melhor que podia, o professor pensava que estava a gozar”.

Daqui

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Pergunto eu, então, ao Sr. Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, se, entretanto, também se sente orgulhoso com o caminho percorrido por Portugal, país situado na Europa, isto a propósito da presença de agentes da PSP à sede do Sindicato dos Professores da Região Centro, na véspera da visita de José Sócrates à Covilhã, [que] está a ser interpretada pelos sindicalistas como "uma atitude intimidatória e deplorável".
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quarta-feira, 3 de outubro de 2007

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"Em todo o país existem 152 inspectores para avaliar mais de 8100 professores titulares com funções de coordenador de departamento ou do conselho de docentes, o que dá um rácio de 54 professores por inspector, segundo o sindicato, que classifica de "irrealista", "inoperacional" e "impensado" o modelo adoptado pelo Ministério da Educação."
(...)


Daqui.


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Ora bem, começam a falar aqueles que sabem e que já deviam ter aberto a boca há muito. Lamentavelmente só agora. Porque lhes bate à porta, piam.

Estupidamente, o Ministério está a brincar com o que de melhor um professor sabe fazer: avaliar.
Estupidamente, o Ministério afirma que está em condições de avaliar já neste ano os professores, quando os que vão ser avaliados ainda não sabem quais são os critérios de avaliação segundo os quais vão ser avaliados.
Estupidamente, o Ministério revela que desconhece a regra essencial para se poder avaliar: informar os interessados dos critérios de avaliação.


Nota: o nível da linguagem utilizado no comentário é propositado.
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terça-feira, 2 de outubro de 2007


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porque o dia, hoje, esteve cinzento lá fora, que aqui haja cor.
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(Fotot: The dancer, de Isolano)

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

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o princípio da semana, também, pode ser assim: sereno.
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(Foto: jogger, de Decksitter)