sexta-feira, 25 de maio de 2007

chegou


chegou a casa.
fechou as janelas. já não tinham de estar abertas.
lá fora o vento soprava.
sentou-se.
depois levantou-se e foi para a cozinha. vagueou pelo meio dos tachos, pratos, copos, facas, garfos e colheres. sentou-se.
vestiu o pijama. tornou a levantar-se, desta vez, para ir buscar o chá que ficara em cima da bancada da cozinha.
voltou a sentar-se. fechou os olhos e, por minutos, esperou que eles se esquecessem de ver...estava ali.
o dia acabara e agora a hora era a da noite.
tornou a levantar-se. a sala estava cheia de ausências...além das vozes que povoavam as prateleiras das estantes, estava só o silêncio da sua voz e o som, cadenciado, da respiração.
estava viva - outro dia que acontecera.
a alma estava cansada. tinha de ir descansar o corpo. as pernas que já lhe doíam. os braços que lentamente ficavam dormentes...e os olhos, claro, esses, que viam tudo, mesmo quando, de manhã, no caminho para o trabalho, estivesse nevoeiro. esses estavam exaustos.
tinha de ir descansar.
levantou-se e foi.

1.fevereiro.2006

2 comentários:

Teresa Durães disse...

há dias...

Rosalina Simão Nunes disse...

É verdade, Teresa. E aquele foi mesmo um desses. ;)