terça-feira, 12 de maio de 2015

Absurdos sindicalistas

Óscar Soares, num artigo publicado na Edição Digital Diária do PS faz publicar um artigo no mínimo curioso.

A certa altura, este senhor escreve:

"(...)Neste momento a opção é clara: ou se dá o aprofundamento da Prática Democrática e Reivindicativa, que temos concretizado no SPGL, ou se dá um enorme retrocesso, com predominância de orientações que lhe virão do exterior.

Acreditamos que a prática sindical que temos protagonizado, além de mais correta, é a que serve melhor os interesses dos professores e da Escola Portuguesa.

O perigo de retrocesso no SPGL é tanto mais real, quanto a lista que nos é alternativa se reforçou com alguns militantes que integram a atual Direção, cujo projeto abandonaram, sem terem apresentado quaisquer discordâncias programáticas, mas tão-só questões de protagonismo na futura Direção a constituir.(...)"

O primeiro parágrafo transcrito é a versão cínica da popular expressão que se costumava usar para assustar as criancinhas ao pequeno-almoço, quando se acenava com a imagem do "papão" que iria aparecer, caso a criancinha não comesse. Não merece outro comentário.

Em relação ao segundo parágrafo, diga-se que a prática sindical que têm protagonizado aqueles que constituem a lista onde este senhor está, assenta no pilar da secretária e no carro sindical à porta de casa, para usar, por exemplo, para ir buscar os filhos que estudam em Lisboa, quando se mora, por exemplo, a alguns, poucos quilómetros. Há reuniões que são muito bem vindas quando se realizam ao fim da tarde de uma quinta-feira, por exemplo. Ou quando há ações sindicais ao sábado e até o filho pode ir jantar a casa. Claro que tudo isso também pode ser designado de rentabilização de recursos...

Em relação ao retrocesso no SPGL caso vença a Lista V, na qual sou candidata, a realidade é que o SPGL tinha, no passado, mais associados do que tem agora. Esse é um facto indiscutível. Claro que sempre se pode argumentar como o Governo faz em relação aos números do desemprego. Aí, entra a tal prática sindical de que se regozija Óscar Soares.

Depois, o senhor, fala de abandono de projeto... Ora, se estamos em fim de mandato, qualquer projeto estará a ser abandonado. E é falso quando afirma que nunca foram apresentadas quaisquer discordâncias programáticas. É falso, porque nem sequer é real. Nunca houve um projeto partilhado entre as pessoas que constituem a atual direção para o quadriénio de 2015-2019.

Como o senhor Óscar Soares bem sabe, porque foi protagonista ativo, a lista que integra nunca chegou a ser a lista dos candidatos do Projeto Com os Professores, por um SPGL Forte e Combativo

Aliás, o que o senhor Óscar deveria descrever era o seu papel, quanto a mim muito pouco ético, na escolha do candidato a Presidente da Lista a que pertence. Sim, era sobre isso que esse senhor deveria escrever. Talvez, um dia destes,  essa história venha a ser pública para seu opróbrio.

Preferiu usar o seu partido (afinal também há gente com partido na sua lista!) para destilar ódio e rancor, e algum receio, quiçá..., numa prosa que se torna constrangedora para quem tenha acompanhado todo o processo.

É de lamentar que o PS se sujeite a isso. Mas esta será outra razão para que eu não torne a votar no PS. 

Entretanto, o Candidato a Presidente da Direção Central da Lista V e a quem o senhor Óscar se refere como um quase agente infiltrado do PCP, quando toda a gente sabe que é bloquista, já respondeu a este chorrilho de disparates que afinal, imagine-se, só traduzem o medo que este senhor tem do SPGL poder vir a ser oposição ao PS quando este for governo: " A vitória desta orientação político-sindical significaria que o SPGL corria o risco de passar a ser uma base para uma politica de oposição cega a um eventual governo do PS, mesmo que contraditoriamente com a vontade dos Professores e com os seus interesses." Esquece-se este senhor que foi no reinado do seu partido,o PS, que os professores começaram a ser fortemente atacados, desrespeitados e enxovalhados pela tutela. Refiro-me, como é óbvio, à governação liderada por José Sócrates e à figura da ex-ministra da educação, Maria de Lurdes Rodrigues

E, já agora, é a 14 de maio. Ou, se o senhor Óscar preferir a outra preposição, no dia 14 de maio.


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Editado a 16-0515
Entretanto, o senhor Óscar respondeu a este post.

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