Óscar Soares, num
artigo publicado na Edição Digital Diária do
PS faz publicar um artigo no mínimo
curioso.
A certa altura, este senhor escreve:
"(...)Neste momento a opção é clara: ou se dá o
aprofundamento da Prática Democrática e Reivindicativa, que temos
concretizado no SPGL, ou se dá um enorme retrocesso, com predominância
de orientações que lhe virão do exterior.
Acreditamos que a prática sindical que
temos protagonizado, além de mais correta, é a que serve melhor os
interesses dos professores e da Escola Portuguesa.
O perigo de retrocesso no SPGL é tanto
mais real, quanto a lista que nos é alternativa se reforçou com alguns
militantes que integram a atual Direção, cujo projeto abandonaram, sem
terem apresentado quaisquer discordâncias programáticas, mas tão-só
questões de protagonismo na futura Direção a constituir.(...)"
O primeiro parágrafo transcrito é a versão cínica da popular expressão que se costumava usar para assustar as criancinhas ao pequeno-almoço, quando se acenava com a imagem do "papão" que iria aparecer, caso a criancinha não comesse. Não merece outro comentário.
Em relação ao segundo parágrafo, diga-se que a prática sindical que têm protagonizado aqueles que constituem a lista onde este senhor está, assenta no pilar da secretária e no carro sindical à porta de casa, para usar, por exemplo, para ir buscar os filhos que estudam em Lisboa, quando se mora, por exemplo, a alguns, poucos quilómetros. Há reuniões que são muito bem vindas quando se realizam ao fim da tarde de uma quinta-feira, por exemplo. Ou quando há ações sindicais ao sábado e até o filho pode ir jantar a casa. Claro que tudo isso também pode ser designado de rentabilização de recursos...
Em relação ao retrocesso no SPGL caso vença a Lista V, na qual sou candidata, a realidade é que o SPGL tinha, no passado, mais associados do que tem agora. Esse é um facto indiscutível. Claro que sempre se pode argumentar como o Governo faz em relação aos números do desemprego. Aí, entra a tal prática sindical de que se regozija Óscar Soares.
Depois, o senhor, fala de abandono de projeto... Ora, se estamos em fim de mandato, qualquer projeto estará a ser abandonado. E é falso quando afirma que nunca foram apresentadas quaisquer discordâncias programáticas. É falso, porque nem sequer é real. Nunca houve um projeto partilhado entre as pessoas que constituem a atual direção para o quadriénio de 2015-2019.
Aliás, o que o senhor Óscar deveria descrever era o seu papel, quanto a mim muito pouco ético, na escolha do candidato a Presidente da Lista a que pertence. Sim, era sobre isso que esse senhor deveria escrever. Talvez, um dia destes, essa história venha a ser pública para seu opróbrio.
É de lamentar que o PS se sujeite a isso. Mas esta será outra
razão para que eu não torne a votar no PS.
Entretanto, o Candidato a Presidente da Direção Central da Lista V e a quem o senhor Óscar se refere como um quase agente infiltrado do PCP, quando toda a gente sabe que é bloquista, já
respondeu a este chorrilho de disparates que afinal, imagine-se, só traduzem o medo que este senhor tem do SPGL poder vir a ser oposição ao PS quando este for governo: " A vitória desta orientação político-sindical significaria que o SPGL
corria o risco de passar a ser uma base para uma politica de oposição
cega a um eventual governo do PS, mesmo que contraditoriamente com a
vontade dos Professores e com os seus interesses." Esquece-se este senhor que foi no reinado do seu partido,o
PS, que os professores começaram a ser fortemente atacados, desrespeitados e enxovalhados pela tutela. Refiro-me, como é óbvio, à governação liderada por
José Sócrates e à figura da ex-ministra da educação,
Maria de Lurdes Rodrigues.
E, já agora, é
a 14 de maio. Ou, se o senhor Óscar preferir a outra preposição,
no dia 14 de maio.
---------------------
Editado a 16-0515
Entretanto, o senhor Óscar
respondeu a este post.