sábado, 8 de junho de 2013

Sobre a leitura...

"Por exemplo, os nossos avós, muitos deles não sabem ler nem escrever. Isso é como se nos faltasse uma parte de nós. Sem a leitura, falta-nos o prazer e a riqueza de perceber os nosso tempos atuais." - Ora, deve ser por essa razão que querem acabar com a escola pública. Quem escreveu isto foi um aluno da escola pública.
E, por sugestão da amiga Ana, adiciono ao post A Gente não lê, de Rui Veloso. 

2 comentários:

Unknown disse...

Ai, Senhor das Furnas,
Que escuro vai dentro de nós.
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão.
Rogar a Deus que nos guarde,
Confiar-lhe o destino na mão

Que adianta saber as marés,
Os frutos e as sementeiras,
Tratar por tu os ofícios,
Entender o suão e os animais,
Falar o dialecto da terra,
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais?

E do resto entender mal,
Soletrar assinar em cruz,
Não ver os vultos furtivos,
Que nos tramam por trás da luz.

Ai, Senhor das Furnas,
Que escuro vai dentro de nós.
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezíria.
De boca em boca passar o saber,
Com os provérbios que ficam na gíria.

De que nos vale esta pureza,
Sem ler fica-se pederneira.
Agita-se a solidão cá no fundo,
Fica-se sentado à soleira,
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira.

Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem.

Link: http://www.vagalume.com.br/rui-veloso/a-gente-nao-le.html#ixzz2VdVLv1S0

Unknown disse...

Ai, Senhor das Furnas,
Que escuro vai dentro de nós.
Rezar o terço ao fim da tarde
Só para espantar a solidão.
Rogar a Deus que nos guarde,
Confiar-lhe o destino na mão

Que adianta saber as marés,
Os frutos e as sementeiras,
Tratar por tu os ofícios,
Entender o suão e os animais,
Falar o dialecto da terra,
Conhecer-lhe o corpo pelos sinais?

E do resto entender mal,
Soletrar assinar em cruz,
Não ver os vultos furtivos,
Que nos tramam por trás da luz.

Ai, Senhor das Furnas,
Que escuro vai dentro de nós.
A gente morre logo ao nascer
Com olhos rasos de lezíria.
De boca em boca passar o saber,
Com os provérbios que ficam na gíria.

De que nos vale esta pureza,
Sem ler fica-se pederneira.
Agita-se a solidão cá no fundo,
Fica-se sentado à soleira,
A ouvir os ruídos do mundo
E a entendê-los à nossa maneira.

Carregar a superstição
De ser pequeno ser ninguém
E não quebrar a tradição
Que dos nossos avós já vem.