A propósito de uma orientação sobre como as reuniões no 1.º período deveriam ser realizadas, fiz, no dia 21/12/20, a seguinte reflexão no Facebook:
Eu acho que os diretores deviam ter de dar aulas a pelo menos uma turma. Talvez dessa forma percebessem que proporcionar um calendário de reuniões de avaliação sumativa de uma hora e 15 minutos por videoconferência não é compatível com o desenvolvimento de boas práticas pedagógicas. Aliás, não é sequer exequível a não ser que se preconize a automatização do processo de aprendizagem dos alunos.
Da interação com uma das amigas que comentou, perguntando, ironicamente se as reuniões não serviam apenas para preencher documentos, acrescentei o seguinte na caixa dos comentários:
...não estou habituada a isso. Aqui costumamos ter tempo para nos centrarmos no que importa: o aluno. Sempre assim foi e continua a ser. O que se passa neste momento, e penso que se passará em todos os Agrupamentos e escolas, é partir-se do princípio de que todos somos competentes na utilização das TIC só porque assistimos a webinares desde março. E, como sabemos, isso não é assim. Compete, por isso, a quem saiba o que seja a aprendizagem mediada pelos designadas NOVAS tecnologias, manter-se firme e tornar claro para quem ainda não percebeu que, afinal, o que se está a passar é, simplesmente, uma mudança de paradigma. E assumir isso. Assumir que sabemos e não aceitamos mais do mesmo. Que este é o tempo de "sair fora da caixa". De ousar. E exigir tempo. Sim, tempo. Precisamos de tempo. Mais do que nunca. Os alunos entendem isso. Tão bem. E sabem esperar. Porque também estão a aprender que desta forma aprendem mais e melhor. Com mais responsabilidade e autonomia. Com mais liberdade. E devemos também falar sobre "isto", de maneira clara, quem verdadeiramente já estudou e sabe. Porque há muita gente que sabe com qualidade. Aqui, nas redes sociais, mas também nas reuniões que também passaram a ser realizadas em rede. E quando o tempo que nós dão é incapaz de permitir que o processo pedagógico aconteça, devemos mostrar que não estamos disponíveis para trabalhar dessa forma. Como? Assumindo. Dizendo. E, se for caso disso, escrevendo.
Parece-me um testemunho reflexivo válido e relevante no contexto atual do trabalho desenvolvido nas escolas. Por isso, o publico aqui, já que neste espaço poderá alcançar mais leitores.
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