"(...)Foi explorado pelos patrões, um casal português, que o algemou quando
lhe confiscou os documentos de identificação e o obrigou a trabalhar de
graça. Francisco entregou os documentos um dia porque pensava que lhe
iriam tratar da regularização. Nunca mais viu papel nenhum. Em 26 anos,
foi, aqui e ali, pedindo ajuda a alguns. Fecharam-lhe sempre a porta.
Convenceu-se de que nunca iria ser capaz de sair dali.
E então
ficou com medo de fugir. Medo de ir parar à prisão. Medo de ficar sem
comer. Medo de perder o almoço e o jantar. Medo de ficar sem a cama e o
banho de água quente que, apesar de tudo, ainda lhe davam. “Fugir para
onde?”, perguntou-se, durante 26 anos.(...)"
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