sexta-feira, 3 de abril de 2009

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Contestação

O concurso tem sido contestado – pela ASPL mas também pela Associação Portuguesa de Professores de Espanhol - Língua Estrangeira (APPELE) e por um grupo de representantes de universidades públicas portuguesas – precisamente por uma questão relacionada com o DELE do Instituto Cervantes.

Concretamente, devido à determinação (por portaria e no regulamento do concurso) de que qualquer professor com qualificação profissional numa qualquer Língua Estrangeira ou em Português e com o DELE do Instituto Cervantes “correspondente ao nível C2 do Quadro Comum Europeu de Referência para as Línguas” concorre em igualdade de circunstâncias com os que fizeram a sua licenciatura e profissionalização em Espanhol.

Argumentam os contestatários da medida que, apesar de ela ser transitória, tem efeitos definitivos para os cerca de 200 professores profissionalizados em Espanhol. Isto porque, apesar de eles serem suficientes para preencher as 220 vagas para o quadro de nomeação definitiva este ano criadas, o mais provável é que estas sejam ocupadas por professores profissionalizados em outras línguas mas com mais anos de serviço, já que o Grupo de Espanhol é recente (1999).

Diz agora Valter Lemos que, se de facto o DELE de nível superior do Instituto Cervantes não corresponder ao nível C2, como é definido na portaria, quem tem aquele diploma e está profissionalizado noutra língua “não terá os requisitos necessários” ao concurso, cujas candidaturas estão a decorrer.


in Público

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De facto, esta situação é aberrante, desastrosa e reveladora do actual estado da situação na Educação. Quem manda, comente erros, intimida quem os aponta e apela aos sentimentos mais baixos daqueles que precisem de concorrer.


No entanto, esta situação com o grupo de espanhol não será muito diferente daquela que durante anos tem vigorado em que quase todas as variantes de línguas podiam concorrer ao grupo de ensino de português.

Nunca ouvi contestação.

Falar-se português e ter uma licenciatura em línguas não devia ser garantia de competência para o ensino da língua materna, em Portugal. Mas é. Sempre foi.
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2 comentários:

Alien8 disse...

Pois, Rosalina.

Nada a dizer ao teu comentário ao texto.

Rosalina Simão Nunes disse...

Apetece uma revolução, Alien. E desta vez uma a sério. :)