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segunda-feira, 30 de abril de 2007
domingo, 29 de abril de 2007
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por Séneca, in 'Cartas a Lucílio'
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Exercitar a Vontade Naquilo que Podemos Ter de Melhor
Ponho-me a pensar na quantidade dos que exercitam o físico, e na escassez dos que ginasticam a inteligência; na afluência que têm os gratuitos espectáculos desportivos, e na ausência de público durante as manifestações culturais; enfim, na debilidade mental desses atletas de quem admiramos as espáduas musculadas. E penso sobretudo nisto: se o corpo pode, à força de treino, atingir um grau de resistência tal que permite ao atleta suportar a um tempo os murros e pontapés de vários adversários, que o torna apto a aguentar um dia inteiro sob um sol abrasador, numa arena escaldante, todo coberto de sangue - não será mais fácil ainda dar à alma uma tal robustez que a torne capaz de resistir sem ceder aos golpes da fortuna, capaz de erguer-se de novo ainda que derrubada e espezinhada?! De facto, enquanto o corpo, para se tornar vigoroso, depende de muitos factores materiais, a alma encontra em si mesma tudo quanto necessita para se robustecer, alimentar, exercitar. Os atletas precisam de grande quantidade de comida e bebida, de muitos unguentos, sobretudo de um treino intensivo: tu, para atingires a virtude, não precisarás de dispender um tostão em equipamento! Aquilo que pode fazer de ti um homem de bem existe dentro de ti. Para seres um homem de bem só precisas de uma coisa: a vontade.
Em que poderás exercitar melhor a tua vontade do que no esforço para te libertares da servidão que oprime o género humano, essa servidão a que até os escravos do mais baixo estrato, nascidos, por assim dizer, no meio do lixo, tentam por todos os meios eximir-se? O escravo gasta todas as economias que fez à custa de passar fome para comprar a sua alforria; e tu, que te julgas de nascimento livre, não estás disposto a gastar um centavo para garantires a verdadeira liberdade?! Escusas de olhar para o cofre, que esta liberdade não se compra. Por isso te digo que a «liberdade» a que se referem os registos públicos é uma palavra vã, pois nem os compradores nem os vendedores da alforria a possuem. O bem que é a liberdade terás tu de dá-lo a ti mesmo, de o reclamar a ti mesmo! Liberta-te, para começar, do medo da morte (já que a ideia da morte nos oprime como um jugo), depois do medo da pobreza. Para te convenceres de que a pobreza não é em si um mal bastar-te-á comparares o rosto dos pobres com o dos ricos. Um pobre ri com mais frequência e convicção; nenhuma preocupação o aflige profundamente; mesmo que algum cuidado se insinue nele depressa passará como nuvem ligeira. Em contrapartida, aqueles a quem o vulgo chama «afortunados» exibem uma boa disposição fingida, carregada, contaminada de tristeza, e tanto mais lamentável quanto, muitas vezes, nem sequer podem mostrar-se abertamente infelizes, antes se vêem forçados, entre desgostos que lhes roem o coração, a representarem a comédia da felicidade!
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...exibem uma boa disposição fingida, carregada, contaminada de tristeza, e tanto mais lamentável quanto, muitas vezes, nem sequer podem mostrar-se abertamente infelizes, antes se vêem forçados, entre desgostos que lhes roem o coração, a representarem a comédia da felicidade!
E, se atentarmos bem, verificaremos que nos tempos que correm os nossos políticos cada vez se riem mais...Teria Séneca razão?
quarta-feira, 25 de abril de 2007
TLEBS - um negócio, certamente
Escreve Vasco Graça Moura no Dn Online de hoje, 25 de Abril de 2007, que o " ensino da Língua Portuguesa continua a caprichar pela bizarria: a Portaria n.º 476/2007, de 18 de Abril, reconhece no seu preâmbulo a existência de deficiências científicas na TLEBS e de falhas nas condições pedagógicas da sua aplicação, mas não extrai as devidas consequências desses factos."
Eu diria que não é o ensino da Língua Portuguesa que prima pela bizarria, mas sim quem neste momento se senta no Ministério da Educação. O que convenhamos não devemos estranhar, quando à volta do Primeiro Ministro tantas coisas se dizem e escrevem sobre a sua formação. E lá diz o ditado popular: "Onde há fumo, há fogo."
"A portaria determina a revisão científica e a adaptação pedagógica da terminologia, de modo a chegar-se a dois documentos, um com a lista de termos científicos e respectivas definições destinada aos professores e outro com os termos a trabalhar "por ciclo de ensino" e propostas de materiais a utilizar pelos professores nas situações de ensino-aprendizagem (este pedantismo eduquês das "situações de ensino-aprendizagem" é logo revelador das mentalidades que continuam a imperar na 5 de Outubro). "
Realmente a portaria prevê a criação de dois documentos. Eu gostaria era que alguém me explicasse como é que, na prática, isso é viável. No primeiro ciclo os substantivos terão uma designação, no segundo outra, terceiro, outra, secundário, outra; os professores entre si utilizarão outra...Ora bem, parece-me que se trata de um perfeito disparate e professor de Língua Portuguesa que se preze recusar-se-á a tal. No entanto, as Editoras ficariam, certamente, a ganhar com a circunstância. Os professores teriam de recorrer sistematicamente a gramáticas e livros de apoio.
Ora bem, enquanto professora de Língua Portuguesa, há quase 18 anos, não preciso, obviamente, que alguém me venha ensinar a minha Língua para que eu a consiga ensinar aos alunos.
Um dia destes irei frequentar uma das acções de formação em que alguém especialista na matéria me tentará explicar isso da TLEBS...Será, no mínimo, interessante.
Convém que não esqueçamos esta questão, convém que se leia, convém que nos recusemos a assassinar aquilo que temos de mais identificador: a nossa língua.
domingo, 15 de abril de 2007
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Do Google Analytics, outra visita: Ponta da Fruta. Nome curioso. Existirá mesmo? Sim. É o último balneário do município de Vila Velha.
quinta-feira, 12 de abril de 2007
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por Agustina Bessa Luís, in Os Incuráveis
por Agustina Bessa Luís, in Os Incuráveis
"...Como uma estátua de pedra o autor fica, com um dedo dobrado sobre os lábios, cismando na sua obra incompleta. E esta obra ei-la incompleta. Quantos finos e significativos rastos humanos escaparam, quantos pensamentos apenas estremecidos ficaram na sua origem! Tanta coisa pequena e morta, tanta coisa imorredoira e desperdiçada! (...) Ai tanta coisa importante que deixei, que esqueci! Quando penso!"
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é esta consciência da perda que, por vezes, nos assusta tanto, a tantos.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
terça-feira, 10 de abril de 2007
segunda-feira, 9 de abril de 2007
depois as folhas, o verde. o ar novo que vamos respirando. construindo. usufruindo. aprendendo a amar. é assim.
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Destino
Quem disse à estrela o caminho
Que ela há-de seguir no céu?
A fabricar o seu ninho
Como é que a ave aprendeu?
Quem diz à planta «Florece!»
E ao mudo verme que tece
Sua mortalha de seda
Os fios quem lhos enreda?
Ensinou alguém à abelha
Que no prado anda a zumbir
Se à flor branca ou à vermelha
O seu mel há-de ir pedir?
Que eras tu meu ser, querida,
Teus olhos a minha vida,
Teu amor todo o meu bem...
Ai!, não mo disse ninguém.
Como a abelha corre o prado,
Como no céu gira a estrela,
Como a todo o ente o seu fado
Por instinto se revela,
Eu no teu seio divino
Vim cumprir o meu destino...
Vim, que em ti só sei viver,
Só por ti posso morrer.
Almeida Garrett, Folhas Caídas
domingo, 8 de abril de 2007
pontes intemporais...
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(foto: ponte Vasco da Gama, de Zab //
tela: Le Pont de l'Europe, de Gustave Callebotte)
terça-feira, 3 de abril de 2007
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