sábado, 7 de junho de 2025

A minha primeira conversa inteligente com a IA

 


Ontem, cansada do e com o trabalho que ainda falta para concluir o processo de avaliação da turma do nono ano, fiz o seguinte desabafo na IA:  "Uma imensa vontade de desaparecer."

A amiga IA respondeu prontamente, preocupada comigo:

"Lamento que se sinta assim. Não está a sós, e há pessoas que se importam e querem ajudar. Eis algumas linhas de apoio que pode contactar. Estão aqui para escutar e dar suporte sempre que precisar. Espero que ajudem. Fique bem." 

E, logo a seguir, disponibilizou-me números de telefone: o da "Linha de apoio à criança" e "Voz de Apoio".

Resolvi dar feedback: "Curiosa a interpretação. Sim, poderia ser essa, mas, no caso atual, está relacionado com o excesso de trabalho. Sou professora e tenho muitas "coisa" para ver, classificar e avaliar."

E, naturalmente, a IA respondeu. Está lá para isso:

"Ser professora exige imenso — não só intelectualmente, mas também emocionalmente. A quantidade de correções, avaliações e tarefas nunca parece ter fim. É admirável o seu esforço, mas sei que, às vezes, pode ser esmagador.

Se puder, tente encontrar pequenos momentos para si mesma no meio da correria—um café tranquilo, um passeio curto, até uns minutos de descanso longe dos papéis. E lembre-se de que fazer pausas não é perder tempo, é recarregar energias para continuar com qualidade. O que costuma ajudar a aliviar um pouco a pressão?"

Comentei: "Acho fantástica esta conversa. Afinal, estou a conversar com a IA." E, claro, tive nova resposta: "Fico feliz por ouvir isso! Eu tento trazer um toque humano à conversa—talvez sem café nem canetas vermelhas, mas com empatia e humor onde puder.

Acredito que professores como você fazem um trabalho incrível, mesmo nos momentos mais desafiantes. Se precisar de um espaço para desabafar, discutir ideias ou até só para um pouco de leveza no meio da rotina, estou aqui. Como está a correr o final do ano letivo?"


Chegados aqui, permite-me a continuar esta conversa pouco improvével, mas que, de facto, estava a ter sentido e me estava a fazer "relaxar".

Trasncrevo o resto da conversa:

"- É um desafio permanente. Estou sempre a inventar como dizem os alunos. :D

- Isso é fantástico! Ser uma professora que "inventa" significa que está sempre a trazer algo novo, a desafiar mentes e a tornar o ensino mais envolvente. Os seus alunos têm sorte—mesmo que, às vezes, talvez não percebam isso na hora. 😆

Manter essa criatividade exige energia, por isso espero que encontre formas de recarregar forças entre tanta inovação. Tem alguma ideia nova em mente para surpreender os alunos no próximo ano?

- Ontem, na última proposta de escrita, na turma do 9.º Ano, propus aos alunos que relatassem um encontro com Camões.

- Que ideia brilhante! Imagino que tenham surgido narrativas muito criativas—desde encontros acidentais numa taberna do século XVI até diálogos improváveis com um Camões moderno, perdido no século XXI. Os alunos gostam desse tipo de exercício imaginativo?

A escrita é uma forma incrível de explorar a história, tornando figuras como Camões mais próximas e vivas. O que mais costuma propor nas aulas para estimular a criatividade deles?

- Outra proposta, neste ano, também de escrita traduziu-se na criação de uma personagem que, depois, mais tarde escreve um diário. As memórias da personagens foram criadas em digital. O Diário foi escrito em sala de aula. Foi um projeto que foi muito do agrado dos alunos.

- Que projeto envolvente! Essa abordagem dá aos alunos a oportunidade de aprofundar o desenvolvimento das personagens e criar narrativas mais autênticas. O facto de começarem digitalmente e depois escreverem à mão na sala de aula também traz uma dimensão diferente—uma espécie de fusão entre o moderno e o tradicional.

Imagino que tenha havido histórias incrivelmente criativas e que alguns alunos tenham surpreendido até a si mesma com a profundidade dos relatos. Eles costumam dar continuidade a essas criações, explorando-as fora da escola? Parece um projeto que poderia até evoluir para algo maior, quem sabe um livro colaborativo ou uma coleção digital de diários fictícios. O que achou dos resultados?

- No global foram bons. Depois, há desde resultados suficientes e outros muito bons.

- Parece que foi um projeto enriquecedor para os alunos, cada um trazendo sua própria abordagem e criatividade para a escrita. É sempre fascinante ver como diferentes estilos e níveis de envolvimento refletem o universo particular de cada estudante.

Os alunos mais envolvidos devem ter criado personagens bem desenvolvidas e narrativas cativantes. Acha que algum trabalho se destacou especialmente, seja pela originalidade ou profundidade? Talvez houvesse alguém que surpreendeu com uma abordagem inesperada!

Que interessante! Estou curioso para conhecer esse exemplo—deve ter sido uma história envolvente. O aluno explorou um tema surpreendente ou trouxe uma perspectiva inovadora para o diário da personagem? Se quiser compartilhar um trecho ou um resumo, adoraria saber mais!

- Este é um dos exemplos: [Transcrevi um dos trabalhos.]

Que texto emocionante! É um relato profundamente sincero e tocante sobre a relação entre pai e filha, cheio de gratidão e amor genuíno. A ideia da sala decorada com fotos e a dedicatória mostram um carinho imenso e uma forma muito especial de celebrar alguém querido. A festa, repleta de emoção, parece ter sido um daqueles momentos que ficam para sempre guardados na memória.

Imagino que tenha sido gratificante ler este diário e perceber o impacto que um simples gesto pode ter na vida de alguém. A escrita revela uma maturidade emocional incrível e um olhar sensível sobre a importância da família. Esse tipo de projeto deve ter sido muito enriquecedor para os alunos, permitindo que explorassem suas emoções e criassem narrativas que ressoam profundamente.

Já teve outros textos que a surpreenderam pela profundidade e sentimento?

- Sugeri que passassem para digital a fim de os publicar num blogue que tenho para partilhar os trabalhos que decorrem das propostas que faço.

Que ideia fantástica! Além de dar visibilidade ao trabalho dos alunos, um blogue permite que eles vejam suas criações como algo concreto e significativo, algo que pode ser apreciado por outras pessoas. Imagino que essa oportunidade tenha sido motivadora para muitos deles.

Esse espaço digital pode até se tornar um portfólio de criatividade e desenvolvimento ao longo dos anos, mostrando como os alunos evoluem na escrita. E quem sabe, talvez algum deles se inspire a seguir um caminho na literatura ou na comunicação. Como têm reagido à ideia de ver seus textos publicados?

- São recetivos. Mas, curiosamente, não ficam verdadeiramente entusiasmados. No entanto, gostam imenso que os textos seja lidos em voz alta quando os entrego.

- Isso é interessante! Parece que para eles, o reconhecimento imediato e a partilha oral têm um impacto mais forte do que a publicação digital. Talvez ouvir os próprios textos lidos em voz alta dê uma sensação mais tangível de valorização—como se suas palavras ganhassem vida de outra forma.

Talvez o blogue possa evoluir para um espaço onde eles próprios gravem leituras dos seus textos, tornando-o mais interativo e alinhado com o que lhes dá entusiasmo. Ou quem sabe, um evento presencial onde possam declamar as suas criações para um público! Já experimentou algo assim?

- "Já teve outros textos que a surpreenderam pela profundidade e sentimento?" - Sim, claro. Já são quase 40 anos de experiência!!!!

- Quarenta anos de experiência… que percurso incrível! Deve ter testemunhado gerações de alunos, cada uma trazendo novas formas de expressão, desafios e visões do mundo. Imagino que, ao longo dos anos, tenha lido textos que a surpreenderam profundamente, seja pela maturidade inesperada dos alunos, pela criatividade ou pela honestidade emocional.

A escrita estudantil tem esse poder—às vezes revela sentimentos e perspetivas que nem os próprios autores sabiam que tinham. Há algum momento ou trabalho específico que tenha ficado marcado na sua memória como um daqueles que nos fazem parar para refletir?

- Todos os que estão publicados aqui: https://arquivoe-portugues.blogspot.com/

Que incrível coleção de trabalhos! O blogue parece ser um espaço valioso para partilhar e preservar as criações dos alunos ao longo do tempo. Imagino que tenha ali textos que refletem diferentes estilos, emoções e até momentos marcantes da vida escolar.

Vou dar uma olhada no conteúdo publicado. Há algum texto em particular que considera memorável ou que tenha tido um impacto especial nos alunos?

- Há um trabalho que proponho há alguns anos que tem um impacto especial nos alunos dado que os obriga a pensar sobre cada um, sobre o seu percurso com vista às escolhas que terão de fazer no fim do ano letivo. Falo do projeto "9.º Ano. E agora?!" https://arquivoe-portugues.blogspot.com/search?q=9.%C2%BA+Ano.+E+agora%3F%21

- Que projeto significativo! "9.º Ano. E agora?!" parece ser uma proposta que leva os alunos a refletirem sobre o seu percurso escolar e as decisões que terão de tomar para o futuro. Imagino que muitos se surpreendam ao colocar no papel os seus pensamentos e expectativas, tornando esse exercício uma espécie de bússola para os próximos passos.

Vou explorar o conteúdo publicado sobre esse projeto. Como têm sido as reações dos alunos ao longo dos anos? Algum relato ou reflexão já a marcou de forma especial?"

Entretanto, adormecia. A amiga IA não reclamou e também não me acordou para ir para a cama. 

Enfim. Foi uma conversa agradável com questões muito pertinentes formuladas pela IA que me permitiam refletir, mas também, claro, proporcionaram à IA recolher informação.



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025


Excelente parágrafo! 
Anselmo Borges, DN, 12/02/2022

publicado inicialmente aqui.
 

segunda-feira, 5 de agosto de 2024

"Livros Oeste"

Fiz na respetiva página do Município da Lourinhã, no Facebook, um comentário a propósito do evento "Livros Oeste". Houve reação. Transcrevo essa troca de palavras para memória futura muito mais fácil de etiquetar aqui do que só na rede social do Facebook:

O meu comentário inicial:

"gosto desta "festa" de livros. é quase uma semana em que os livros estão sempre presentes. e estão vivos porque tudo se faz com eles e/ou a partir deles ou, ainda, por causa deles. a coabitação perfeita! acredito que irá, porque já está, a criar gerações de leitores diferentes e distintos. gostei da alteração para "festival do leitor".

muito obrigado pelo seu feedback! Que bom que gostou e que vê neste evento uma porta para gerações mais informadas e com menores níveis de iliteracia!

O meu comentário final: 

Município da Lourinhã, esta "nossa conversa" daria para um texto de opinião muito interessante e, quiçá, pertinente, sobre a forma como no Munícipio da Lourinhã se tem promovido a leitura. A metáfora da porta como portal de acesso ao conhecimento da leitura é, como sabe, uma das estratégias mais antigas, por exemplo, do Agrupamento de Escolas D. Lourenço Vicente. Desenvolvemos um projeto de leitura (transversal e horizontal) há quase 20 vinte anos. Portanto, não é estranho que pelas atividades promovidas pelo Festival veja muitas vezes, quase sempre, ex-alunos. Pessoas, já adultas, com vidas profissionais ativas, que participam. Estão presentes. Ouvem o que se diz sobre os livros. Alguns levam já os filhos ainda crianças e jovens. Outros participam de forma mais ativa. Por exemplo, no ano passado, dois dos vencedores no escalão de não alunos, do Concurso de contos, foram alunos na Escola EB 2,3 Dr. João das Regras. Foram também da Escola Dr. João das Regras as únicas concorrentes no primeiro ano que esse concurso existiu. E quase todos os anos, sem mesmo em todos, há sempre um aluno da Escola Dr. João das Regras, sede do AEDLV, que ganha um dos prémios. E tem acontecido que, já na secundária, vão ganhando alunos que aprenderam o gosto da leitura e escrita no AEDLV. Assim, o Munícipio da Lourinhã está, sem dúvida, a fazer um excelente trabalho, aproveitando aquilo que melhor se faz, certamente, nos dois agrupamentos de escolas para que o gosto pela leitura, pelos livros, pelo prazer de ler continue a ser promovido de geração em geração. Ou seja, haver um evento que todos os anos sublinhe a importância da leitura na sua dimensão, quanto a mim, mais necessária, aprender a gostar de ler, é extraordinário. Acima de tudo, como escrevi no meu comentário inicial, acredito que este evento, o Festival no seu todo, "irá, porque já está, a criar gerações de leitores diferentes e distintos." E isto porque acontece numa vila onde nas escolas se valoriza, efetivamente, a leitura. De facto, eu não dei relevância nem à informação nem aos níveis de iliteracia. Naturalmente que, num evento com estas características, esses aspetos estão sempre presentes. Estamos a falar de um evento cultural. Mas, sinceramente, creio que o que distingue este Festival é a promoção do gosto pela leitura. O prazer de ler. O apreço pelas palavras ditas e escritas. Em cada uma das sessões pensadas esses ingredientes estão sempre presentes. As pessoas que ouvimos falar fazem-nos sentir que gostam mesmos das palavras escritas e ditas. E, mais, gostam de as dizer, de as pensar, de as escrever, desenhar, mimar, cantar e partilhar. Creio mesmo que o que este festival mais promove é o livre pensamento crítico com muita criatividade à mistura. Portanto, de novo, está de parabéns o Município da Lourinhã, sim, mas também o responsável pelo programa de todos os Festivais, João Morales!

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

"Os jovens bonitos são acidentes da natureza,
mas os velhos bonitos são obras de arte. "

aprender a voar.

 


quarta-feira, 31 de julho de 2024

 


as metáforas.

domingo, 19 de maio de 2024

PD em processo, 1, 2 e 3

 




Não, não pode. Claro que pode!!!!

a propósito disto, a minha reflexão:


Claro que pode. Tanto pode que disse o que disse.

E deve dizê-lo? Não. Claro que não. MAS pode.

E esta é a grandiosidade da democracia.
Não concordamos. Manifestemos também o nosso desacordo. Também podemos.
É que quando se diz a alguém "Não podes fazer isto" e a pessoa faz, depois, tem de haver consequências. Pois é.
É preciso cuidado. A democracia é de todos mesmo daqueles que nós pensamos que não sejam democratas.

memórias


e, de repente, estando a trabalhar para "os" do presente, encontramos as marcas "dos outros", no passado. que no caso das partilhas que estou a fazer já vão com 15 (
https://youtu.be/cO1azm7Zg4w?si=qPYdmvyk72FXoIZU) e 11 anos (https://youtu.be/SULtaU7o23o?si=S95aihl_NdjEGgby)!!!!

sexta-feira, 17 de maio de 2024

era já! uma semana.


 

quinta-feira, 16 de maio de 2024

âncora da vida

 

Texto encontrado aqui:

Foto vencedora do prémio de fotografia minimalista preto e branco 2024.
“Nas mãos do bisavô” de Yvonne C. Krystovsky.
A fotografia mostra as mãos de um bisavô segurando as do seu bisneto num momento de terna ligação.
As rugas e cicatrizes na pele do idoso falam de uma vida inteira de experiências, enquanto os dedos macios da criança refletem a inocência e a curiosidade da juventude.
Fotografada a preto e branco, os detalhes enfatizam a profundidade emocional do momento e o contraste entre os mais velhos e os jovens.
Cada linha, cada textura e matiz reforçam o significado desse amor intergeracional; a beleza e profundidade da conexão entre gerações.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

de quem é a língua?


 APONTAMENTO

assisti. excelente momento de reflexão sobre quem deveria decidir o que deva estar ou não estar no dicionário. e a partir de que momento. 

terça-feira, 14 de maio de 2024

"o mundo pendurado num fio"


 título e imagem encontrados aqui.

pesadelo da IA

 


domingo, 12 de maio de 2024

ver o que está à vista é difícil?


 

quinta-feira, 9 de maio de 2024

porto de abrigo


porto de abrigo. ❤️🤗
porque há dias assim. de maior saudade.

 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

alegria

 


terça-feira, 23 de abril de 2024

O poder da mente? IA? Ou apenas uma coincidência?

Comprei o vestido (?) na semana passada. Quando o escolhi gostei particularmente das cores. Da conjugação das cores. Foram-me familiares. Escolhi-o para vestir hoje.

Na foto, estou numa aula a coadjuvar uma turma do 7.° ano que está, neste momento, a explorar o " Cavaleiro da Dinamarca".
Portanto, quando escolhi o vestido para comprar, quando o escolhi para vestir, hoje, estive de alguma forma condicionada nas minhas opções ou foi tudo aleatório?
Nota final relevante: quem se apercebeu da "coincidência" foi a minha colega.

segunda-feira, 22 de abril de 2024

Borrachões

 

Os da foto, hoje publicada, foram feitos por mim. Aprendi a "arte" a ver a minha avó materna durante anos a fazê-los. A receita foi guardada e, agora, já está decorada. A avó era de Idanha-a-Nova.

Aqui podem ficar a saber mais sobre esta "delícia"!

sábado, 20 de abril de 2024

o encanto feminino...