e quando os teus olhos nos meus pousam, rios de água transparente dançam. clandestinamente, procuram como eu a arca da alegria. a certeza de um dia poder dizer que também quero amar... repetidamente, nas margens.
e quando os teus olhos nos meus descansam, rios de água transparente brotam. clandestinamente, procuram como eu a arca do repouso. a segurança de um dia poder dizer que também quero amar... serenamente, nas margens.
e quando os teus olhos nos meus se perdem, rios de água transparente nos invadem. clandestinamente, procuram como eu a arca do desejo. a ânsia de um dia poder dizer que também quero amar... sofregamente, nas margens.
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Mote:
Se Helena se apartar
do campo seus olhos,
nascerão abrolhos.
Voltas:
A verdura amena,
gados, que pasceis,
sabei que a deveis
aos olhos de Helena.
Os ventos serena,
faz flores abrolhos
o ar de seus olhos.
.
Faz serras floridas,
faz claras as fontes:
se isto faz aos montes,
que fará nas vidas?
Trá-las suspendidas
como ervas em molhos,
na luz de seus olhos.
.
Os corações prende
com graça inumana,
de cada pestana
uma alma lhe pende.
Amor se lhe rende,
e, posto em giolhos,
pasma nos seus olhos.
Camões
.
.
(olhos daqui: Fado Falado //
paisagens daqui: Coura: magazine - Foto )
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