segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

e quando os teus olhos nos meus pousam, rios de água transparente dançam. clandestinamente, procuram como eu a arca da alegria. a certeza de um dia poder dizer que também quero amar... repetidamente, nas margens.



e quando os teus olhos nos meus descansam, rios de água transparente brotam. clandestinamente, procuram como eu a arca do repouso. a segurança de um dia poder dizer que também quero amar... serenamente, nas margens.

e quando os teus olhos nos meus se perdem, rios de água transparente nos invadem. clandestinamente, procuram como eu a arca do desejo. a ânsia de um dia poder dizer que também quero amar... sofregamente, nas margens.

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Mote:

Se Helena se apartar
do campo seus olhos,
nascerão abrolhos.

Voltas:

A verdura amena,
gados, que pasceis,
sabei que a deveis
aos olhos de Helena.
Os ventos serena,
faz flores abrolhos
o ar de seus olhos.
.

Faz serras floridas,
faz claras as fontes:
se isto faz aos montes,
que fará nas vidas?
Trá-las suspendidas
como ervas em molhos,
na luz de seus olhos.
.

Os corações prende
com graça inumana,
de cada pestana
uma alma lhe pende.
Amor se lhe rende,
e, posto em giolhos,
pasma nos seus olhos.


Camões

.

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(olhos daqui: Fado Falado //

paisagens daqui: Coura: magazine - Foto )

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