Padre vota «Sim»
O vigário-geral da diocese de Lamego, à qual pertence o padre que anunciou que votará «Sim» no referendo de domingo, disse que terá uma conversa com o sacerdote para esclarecer a sua posição, mas numa “base de caridade”.
Na quarta-feira, o padre Manuel Costa Pinto, de 79 anos - que não tem paróquia atribuída mas que realiza algumas missas na região de Viseu quando lhe pedem -, justificou o voto no «Sim» com a necessidade de acabar com a humilhação das mulheres em tribunal e o “verdadeiro infanticídio” a que obriga a lei actual.
“Em termos doutrinais, não podemos aprovar o que ele disse. Quando houver oportunidade vamos ter uma conversa com ele, mas na base da caridade entre pessoas que se estimam, não para recriminar”, disse o vigário-geral Eduardo António Russo.
O padre em questão afirmou não compreender como “pessoas sensatas” podem alhear-se do “verdadeiro infanticídio” que algumas mulheres cometem depois do nascimento dos filhos. “Mulheres com medo, que não têm dinheiro para ir para o aborto clandestino e muito menos para o estrangeiro, disfarçam a gravidez até ao parto. Vão para uma casa de banho, sai uma criança, aí sim, já uma criança, metem-na num saco e deitam-na ao caixote do lixo, ao esgoto ou até no campo”, lamentou.
“Eu voto «Sim» sem qualquer dificuldade.
Não tomo esta atitude de ânimo leve, sei a minha responsabilidade como católico e como padre”, frisou, acrescentando não ter receio de ser excomungado.
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