quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

CONTAGEM DECRESCENTE. FAL... 3...

Anônimo said...

Governo deve tomar medidas em vez de pedir ao povo a solução

Não ! - Não à legalização do aborto através da falsa bandeira (engodo) da despenalização !

A despenalização do aborto é outra forma enganadora de combater o aborto. O número de interrupções de gravidez, no mínimo, triplicará (uma vez que passa a ser legal) e o aborto clandestino continuará - porque a partir das 10 semanas continua a ser crime e porque muitas grávidas não se vão servir de uma unidade hospitalar para abortar, para não serem reconhecidas publicamente.
O governo com o referendo o que pretende é lavar um pouco as mãos e transferir para o povo a escolha de uma solução que não passa, em qualquer uma das duas opções, de efeito transitório e ineficaz.
Penso que o problema ficaria resolvido, quase a 90 %, se o governo, em vez de gastar milhões no SNS, adoptassem medidas de fundo, como estas:

1 – Eliminação da penalização em vigor (sem adopção do aborto livre) e, em substituição, introdução de medidas de dissuasão ao aborto e de incentivo à natalidade – apoio hospitalar (aconselhamentos e acompanhamento da gravidez) e incentivos financeiros. (Exemplo: 50 € - 60 € - 70€ - 80€ - 90€ - 100€ - 110€ - 120€ -130€, a receber no fim de cada um dos 9 meses de gravidez). O valor total a receber (810€) seria mais ou menos equivalente ao que o SNS prevê gastar para a execução de cada aborto. (*)

2 – Introdução de apoios a Instituições de Apoio à Grávida. Incentivos à criação de novas instituições.

3 – Introdução/incremento de políticas estruturadas de planeamento familiar e educação sexual.

4 – Aceleração do "Processo de Adopção".


(*) Se alguma mulher depois de receber estes incentivos, recorresse ao aborto clandestino, teria que devolver as importâncias entretanto recebidas (desincentivo ao aborto). [Não sei se seria conveniente estabelecer uma coima para a atitude unilateralmente tomada, quebrando o relacionamento amistoso (de confinaça e de ajuda) com a unidade de saúde].

Estou para ver se os políticos vão introduzir, a curto prazo, algumas deste tipo de medidas. É que o povo, mais do que nunca, vai estar atento à evolução desta problemática.


8/2/07 17:07


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Anónimo das 17:07, antes de mais um pedido de desculpas por não o poder informar de que iria publicar o seu comentário: é anónimo.

SEGUNDO - faço questão de justificar a razão pela qual aqui publico o seu comentário ao meu post de de 7 Fevereiro: trata-se de um protótipo da argumentação absurda que tenho ouvido, visto e lido, usada por aqueles que têm feito campanha pelo não.

TERCEIRO, conversemos, então, com o seu comentário...


Tem razão, o Governo tomou medidas. Está errado, o Governo não está a pedir ao povo a solução. O referendo não é a solução. Segundo julgo, de acordo com a minha sabedoria popular...,o referendo pretende ratificar. Não se trata de um plebiscito em que o povo, aqui sim, seria obrigado, por meio do voto a aprovar ou rejeitar as opções que lhe fossem propostas, antes da lei ser constituída.

E, de facto, tem razão. É "Não à legalização do aborto através da falsa bandeira (engodo) da despenalização". No domingo, quando for votar, vou votar SIM pela despenalização da IVG, tal como está bem claro na pergunta que me é feita:

«Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?».



"A despenalização do aborto é outra forma enganadora de combater o aborto." Pois é. Tem toda a razão, mas quem tem afirmado isso são todos aqueles que como o anónimo a quem me dirijo tem defendido o NÃO. Julgo que deveriam todos rever os Vossos conceitos de literacia...


"O número de interrupções de gravidez, no mínimo, triplicará (uma vez que passa a ser legal) e o aborto clandestino continuará - porque a partir das 10 semanas continua a ser crime e porque muitas grávidas não se vão servir de uma unidade hospitalar para abortar, para não serem reconhecidas publicamente." - Desculpe que lhe diga, mas o que declara nestas palavras é um chorrilho de disparates. Ao contrário do que afirma, os dados que existem provam exactamente o contrário.

Cito, por exemplo, um excerto do texto publicado pelo Diário de Notícias Online, a 5 de Fevereiro do corrente ano:

"Em todos os países é impossível obter dados correctos sobre a matéria antes da legalização. Aquilo que posso afirmar é que com a legalização diminuíram os abortos mortais e também o número das consequências graves causadas pela sua prática (hemorragias, infecções, esterilidade)." - Estas palavras foram escritas por Giulia Galeotti, académica italiana. Aliás, deixo-lhe aqui o link, uma vez que o aconselho, vivamente, a ler o texto na sua integralidade: Cristianismo é mais severo que outras religiões na condenação do aborto .
"O governo com o referendo o que pretende é lavar um pouco as mãos e transferir para o povo a escolha de uma solução que não passa, em qualquer uma das duas opções, de efeito transitório e ineficaz." - não concordo, de todo, consigo. Mas, obviamente, respeito a sua opinião.


Quanto à sua proposta de solução do problema, permita-me que lhe diga que me fez esboçar um sorriso entre o incrédulo e irónico.

"Se alguma mulher depois de receber estes incentivos, recorresse ao aborto clandestino, teria que devolver as importâncias entretanto recebidas (desincentivo ao aborto)." - Quem escreve isto, não pode ser uma mulher.
Se o é, não sabe o que é ser mulher. De qualquer forma, seja homem ou mulher, enquanto pessoa, é lamentável que pense que possa haver medidas que desincentivem o aborto. Esta matéria é demasiado séria, constrangedora e íntima para que alguém ouse pensar que o problema se resolve com incentivos. Só me apetece exclamar: Francamente!

Que dizer, então, destas suas palavras: "...o relacionamento amistoso (de confinaça e de ajuda) com a unidade de saúde" Aqui sim, dei uma sonora gargalhada. Considera, então, que os cidadãos têm com as unidades de saúde relacionamentos amistosos. Pois, olhe, nem sei que lhe diga...

"Estou para ver se os políticos vão introduzir, a curto prazo, algumas deste tipo de medidas." - Espero que não. Seria demasiado gravoso se num Estado de Direito isso acontecesse. Sabe, governar um país não é governar a nossa casinha.

"É que o povo, mais do que nunca, vai estar atento à evolução desta problemática." - Ora bem, concordamos. Não se esqueça, no entanto, que também eu, e outros, como eu, fazemos parte do povo.

Tenha, então, uma Boa Noite e no domingo vote bem, SIM?

3 comentários:

Anónimo disse...

ANDAS COM TANTA FOMINHA QUE ATÉ JÁ DÁS NOS ANÓNIMOS.

Cristina disse...

belo miúda, grande resposta!! só é pena que não tenha sido acompanhada na qualidade pelo comentário, ou melhor, pérolas a porcos...

beijocas

Rosalina Simão Nunes disse...

'brigada, cristina. e tens razão, são mesmo pérolas a porcos. ;)


beijoca. grande.