segunda-feira, 11 de dezembro de 2006


por momentos, espaços serenos, tempos que ainda não conhecemos...fechamos os olhos. estamos tranquilos. assalta-nos a melancolia do dia que ontem lembrámos... e o repouso chegou. e, no entanto, inquieta-nos a hora que vem a seguir. temos de seguir à procura dessa luz. com o nosso tempo todo à espera, sem angústias ou medos.
descobrindo, encontrando, perdendo.



(imagens, por ordem: de Carlos Teixeira, Mar da Tranquilidade e Memórias //

de Ben Cabrera Berbicara, Melancoly //

de Carmen Herrera, Mensajeras dela Luz)

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"Não interessa: há seres para os quais nada, momentanemente pelo menos, é resposta para tudo. Michel organiza no Mont-Noir uma trapa pessoal. Tem-se prazer em dizer que não a esses apetites e a esses desejos que constituem a maior parte da nossa personalidade, ou do que supomos que a seja; prazer em pôr de parte a esperança; prazer em não ter nada, e mesmo em não ser nada, para nos sentirmos pura e simplesmente existir. Às seis da manhã, sai da cama em que leu e dormiu; sempre gostou dessa hora em que as coisas parecem limpas, lavadas pela noite."

Marguerite Yourcenar, O quê? A Eternidade

6 comentários:

mfc disse...

às seis... quando as coisas estão lavadas pela noite... adormeço repousado!

Rosalina Simão Nunes disse...

eehehheheh...mfc. noctívago.

Anónimo disse...

É num quotidiano agreste e cheio de imprevistos pelo qual irrompo, e insiste em ser pela força, pelo irromper. Nada de sereno, senão as conquistas esporádicas de instantes que não passam disso, instantes serenos, quase sem graça, quase sem gosto. Este teu pensamento lembrou-me o quotidiano inquieto, procuramos, descobrimos, encontramos ou não, e vamos perdendo, inevitavelmente vamos perdendo, mais tarde ou mais cedo. Até a vida, no fim.
Chamei-lhe inquieto, pois parece que cada vez mais tenho a noção dessa procura, as conquistas vão sendo cada vez mais saborosas e saboreadas, e nas perdas o sofrimento é cada vez mais sentido; experiência? Sim, mas também inquietude.

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«O paradoxo do ‘nada’; nada na sua essência não existe, porque existe sempre algo a substituir o nada, portanto nada é um paradoxo.»

:(
:|
:)


XX

Rosalina Simão Nunes disse...

jotabê, e depois do que escreveste e depois de ter lido, apeteceu-me um abraço. :)

XX

Anónimo disse...

Meu?!
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Curioso, também me apeteceu abraçar a mim próprio...

...e abracei-me em pensamentos, lonnnnngos, distannnntes, antiiiiiigos…

...e depois fiquei angustiado e já não consegui partilhar mais nada, ia-me tornar numa grande ‘seca’.
Livraste-te de boa ontem!

:|
:)

XX

[já reparaste que tenho andado ultimamente muito mais expressivo]

Rosalina Simão Nunes disse...

pois, não sei jotabê. estas coisas dos abraços e beijos virtuais não me convencem. ;)

eu sou muito terra a terra.
só experimentando. :p

ehehehheheh...

já reparei, sim senhor, na tua expressividade.

andas a fazer alguma acção de formação?!

ahahahhhahahhaha...

olha, apanha lá um beijo repenicado.