segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

boneca

lá longe, onde a neve não derrete porque não existe; onde o sol é quem aquece as casas no natal, recebi, há muitos anos atrás, a mais linda prenda natalícia. recordo-me como se fosse hoje da alegria com que descobri ser aquela pequena bonequinha para mim...
andara com a mãe, irmãos, amigas e filhos de amigas a fazer compras. no saco das da mãe constava aquela pretinha. gorducha, cabelos negros, compridos e despida. talvez a mãe a tivesse adquirido por me ter visto a olhar para ela. não sei. fiz desse momento uma das muitas fotografias de áfrica. outra entre tantas por mim carregadas até hoje!!...já lá vão alguns anos e ainda não me esqueci desses minutos de rara e estranha felicidade.
claro que não me atrevi a perguntar para quem era aquele tesouro, mas com que ansiedade esperei pela manhã de vinte e cinco de dezembro daquele ano! creio ter sido esse – o momento em que desembrulhei aquela prenda – um dos mais mágicos da minha meninice, e mesmo longe do frio, da chuva, da neve, da lareira, aquele foi o melhor natal de todos.
...e ainda trago comigo aquela boneca!

6 comentários:

M. disse...

Gostei muito, Rosalina. Realmente há coisas que ficam para sempre marcadas em nós.

jawaa disse...

Que ternura...!
Beijinho

bettips disse...

Lindíssimo Rosalina: como a memória nos embala ... Há sim coisas bloqueadas mas que a ternura desata, mais tarde.
Bjinho

Rosalina Simão Nunes disse...

E ainda bem que assim é. M.. A nossa memória será, talvez, o tesouro mais valioso que possuímos.

Rosalina Simão Nunes disse...

É verdade, jawaa. É mesmo esse o sentimento que aquela boneca, quando ainda estava comigo (agora é a memória...) e, por inerência, este texto me trazem. :)

Rosalina Simão Nunes disse...

E é bom recordar momentos assim, bettips.