de repente acordar. os olhos abertos. as mãos, ainda vazias. levantar. abrir as janelas. ligar a música. mexer no cabelo. sorrir. as mãos já a ficar cheias. de movimento. energia. cor. e misturar as minhas mãos com outras mãos. pedir lembranças. largar beijos. tocar.
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Mas esqueci que as tuas mãos alegravam
as raízes, regando rosas enredadas,
até que as tuas impressões digitais floriram
na absoluta paz da natureza.
.
Como teus animais de estimação, alivião e a água
acompanham-te, mordendo e lambendo a terra,
e é assim que, trabalhando, geras
fecundidade, fogosa frescura de cravos.
.
Amor e reverência de abelhas peço para as tuas mãos
que na terra confundem sua estirpe transparente,
e até em meu coração abrem a sua agricultura,
.
de tal modo que sou como uma pedra queimada
que de repente, contigo, canta, porque recebe
a água dos bosques por tua voz conduzida.
Pablo Neruda
14 comentários:
Peço desculpa pela falta de comentários, num blog por aí, li um post onde a autora fazia referência a uma fase pela qual estava a passar, onde só lhe apetecia chorar, até concluía de forma hilariante, “ Será passageiro? Ou vou ser chorona para sempre…?”.
Eu, estarei igualmente a passar por uma fase, de pouca inspiração talvez, quer para comentar, quer para publicar, vê lá tu que até já tenho de recorrer aos comentários para tal.
Continuo a ter muito prazer em ler-te, és passagem diária obrigatória, mas os comentários é que não me saem.
Como tal, poderei igualmente utilizar a mesma inquietude interrogativa, «será passageiro? Ou vou ficar calado para sempre…?».
:(
:|
:)
XX
sabes, jotabê, esta coisa da blogosfera é um mundo. mas um MUNDO escrito em letra maiúscula.
e eu não gosto de maiúsculas. :)
mas isto é o futuro.
quase toda a gente fala de, mal...poucos bem...
sinceramente, penso que temos de aprender a estar aqui o mais rapidamente possível.
confesso que tenho sentid, não sei se poderei dizer saudade, uma vez que aprendi a ter saudades das pessoas que conheci no chamado mundo real. teremos talvez de arranjar uma nova palavra para a saudade cibernáutica. um dia destes penso nisso. :p
mas a tua ausência na caixa dos meus comentários, obviamente, tem feito falta.
eu gosto de comunicar. gosto de escrever. gosto de brincar com as palavras. fascinam-me as imagens. as conjugações.
gosto disto.
acede-se ao conhecimento num ápice. trocam-se ideias com uma rapidez incrível.
ainda ontem recolhi material para trabalhar em cerca de duas horas, cuja pesquisa se fosse feita pelos moldes tradicionais demoraria meses!!!
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mas tem de haver regras. por isso quis evitar que o meu comentário sobre a verdade vs mentira não ficasse...ali desnudo-me. claro que não tenho qualquer tipo de problema em fazê-lo. a minha cara é esta. mas meu caro, tal como já previra, logo apareceu quem me viesse dar razão.
e depois, olha. e depois não é agradável.
aqui não há espaço, nem tempo para a alma. aquela que é só nossa. essa tem de continuar aqui.
o resto tem de se partilhar, senão perdemos o comboio.
ehehehehheheheheh...olha nem vou reler o que estou a escrever. deve ser um testamento. estás a ver o que faz não vires cá todos os dias!
ahahhahahahah...
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mas pronto.
estás à vontade. aparece, quando quiseres. quanto à teu estado passageiro de chorão, pois, até gostava de ver...
e fico por aqui.
vou dormir a sesta. :p
Pois é minha linda, quando li os comentários nem previ a controvérsia, e os ‘contra comentários’ até nem me surpreenderam, optei não intervir, mesmo quando me pediste para retirar os teus coms., pensei até usar de algum humor para tentar amenizar
esta situação não é nova, em ti, em mim, até nós já nos ‘mal entendemos’.
Até falámos bastante, na altura via mail, lembras-te? é difícil fazermo-nos entender através da escrita, falta a expressão facial, a entoação, falta o sentimento, independentemente das palavras mais ou menos suaves que usamos. Estrategicamente passei a incluir sinais expressivos para complementar a minha escrita, não foram poucas as vezes que, após um qualquer comentário irónico, (género que é muito próximo), com único intuito de ter piada, me foi atribuída uma má disposição qualquer ou pior ainda uma tremenda falta de respeito por alguém.
Não valorizo de sobre maneira situações destas, considero normal que as pessoas troquem pontos de vista, mesmo com alguma crispação, também não me incomoda que o façam no ‘meu’ espaço, ele está aberto a todos os registados, identificados ou ‘nicados’.
Quanto à eliminação de coms., como tu própria disseste através daquele comentário expuseste-te de alguma forma, também concordo, mas acho também que não é uma exposição que te prejudique, esse teu assumir da verdade absoluta, terá, caso ocorra, de ser defendido por ti, única e exclusivamente, e a mim não me compete fazer qualquer juízo de valor.
eu, faço parte daquela parcela de pessoas que teve de fazer o esforço por melhorar, relativamente a esse aspecto. Ai pois disse a minha mentirinha, ai pois preguei a minha peta, com o passar dos anos fui-me aperfeiçoando, não na qualidade da mentira, mas na virtude de viver sem a mentira, descobri a omissão, parente chegada da mentira.
Digo-te que estou quase a atingir o ser supremo…
…quase também é um exagero ainda tenho muita coisa omitida na minha vida, chiça!
:)
XX
ehehehheh...
omitir parente chegada da mentira, jotabê?!
é que nem pensar.
perguntam-te: com quem conversaste hoje?
respondes: com a maria, o joão, o pedro e a carolina.
e de facto, falaste com essas pessoas. mas também falaste com a joana.
estarás a omitir se não referes a joana.
estarás a cometer um erro se chamaste à joana carolina, estarás a mentir se te perguntarem directamente se falaste com a joana e disseres que não.
és esquecido se já não te lembras do nome da joana. :p
XX
Pois eu venho aqui lançar uma subscrição pública " Um relógio para Rosalina" porque, nas fotos, é visível a sua ausência.
:p
....ahahhaha...
e a rosalina agradece, pêndulo. :p
Bem, então vamos lá analisar a coisa.
Ao responder que falei com a Maria o João o Pedro e a Carolina, sendo que o nome da Carolina serve para omitir o nome da Joana, tomo uma acção deliberada de trocar um nome, que eu não quero que se saiba, por outro, fictício; não falei com Carolina nenhuma, falei sim com a Joana, estou a mentir.
Ainda achas que a omissão não é parente da mentira?
Reportemo-nos às madrinhas dos meus putos, no meu ultimo post.
A minha irmã enfermeira vive maritalmente com alguém. Naquela escolha dos padrinhos, ela, segundo as regras da igreja, nunca poderia assumir esse papel. Contudo, o facto foi omitido, mesmo que lhe perguntassem, o que não foi o caso, ela poderia sempre dizer que não, estaria a mentir, e a omitir.
Continuas a achar que estas duas maganas não são parentes? Hein!
:)
XX
ai, ai...claro que mantenho. tu a estás misturar tudo!!...
1ª situação:
perguntam-te: com quem conversaste hoje?
respondes: com a maria, o joão, o pedro e a carolina.
...mas também falaste com a joana, mas não dizes. então, estás a omitir.
2ª situação:
perguntam-te: com quem conversaste hoje?
respondes: com a maria, o joão, o pedro e a carolina.
mas de facto com quem estiveste a falar foi com a joana, só que trocas os nomes, logo, erras.
nas minhas palavras não podes ler que eu sugiro que seja deliberada essa intenção de te enganares no nome. antes pelo contrário, limito-me a dizer que trocas os nomes. logo não há qualquer intenção de troca. muito menos para esconder um nome fictício...chiça...será que toda a gente anda sempre a esconder qualquer coisa?!
ora relê lá o que escrevi.
essa tua dedução não está lá.
3ª situação:
perguntam-te: com quem conversaste hoje?
respondes: com a maria, o joão, o pedro e a carolina.
também falaste com a joana, mas não dizes. omites. no entanto, perguntam-te: falaste com a joana? e tu respondes: não.
aqui, mentes.
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o do esquecido, foi uma bincadeira.
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a situação da tua irmã é bom exemplo.
segundo as regras da igreja, a tua irmã não poderia ser a madrinha. no entanto, a igreja aceitou a situação. nada foi omitido.
como tu próprio dizes ninguém perguntou no acto do baptismo. isto é, a igreja abriu um precedente: aceitou para madrinha alguém que, de acordo com as regras, não podia ser.
essa é a verdade.
assim, não faria sentido, de facto, que a igreja fosse, depois perguntar à tua irmã se ela era casada ou vivia maritalmente.
o assunto não foi falado.
e o que todos fizeram foi fingir. estiveram a brincar ao faz de conta no acto do baptismo.
e agora?
ehehehheheh...
Agora, estás a mexer, como gostas, com as palavras e as suas interpretações, e eu, estou a contestar uma licenciada em línguas, professora de português em exercício, um autêntico ‘suicídio’.
Bem, mas vamos lá ao segundo ‘round’.
Sendo que a omissão é uma falha, um esquecimento, logo não é deliberado, e que a mentira uma afirmação contr´ria à verdade, logo deliberada, consciente, quer num caso, quer noutro, por esquecimento, falha, ou conscientemente, estas duas acções estão neles contidas. Razão pela qual referi, a omissão e a mentira, como parentes, vá lá, afastados.
Atenção, que no caso da minha irmã, ela foi aceite como madrinha, nunca contestado, pelo facto da relação dela nunca ter sido referida, omitida portanto.
A minha outra irmã, é que foi motivo de contestação, por não ter sido casada pela igreja.
Depois dessa contestação toda, e constatarmos o rigor exigido na escolha para com a mana casada, decidimos, agora sim, deliberadamente não revelar essa relação. Deixou de ser omissão na verdadeira acepção da palavra, para se tornar a determinada altura, estrategicamente uma omissão descaracterizada, por ter passado a ser deliberada.
A hipotética pergunta, coloquei só para aparentar a omossão à verdade.
(timidamente)...e agora?
:)
XX
Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema – e são de terra.
Com mãos se faz a guerra – e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.
E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.
Manuel Alegre, O Canto e as Armas, 1967
lembras-te??
beijinhos
jotabê, quando omites, não dizes. ponto. não interessa se é deliberadamente ou não. não dizes. calas.
e foi o que fizeram com a tua era irmã. vivia maritalmente e não disseram. assunto encerrado.
a omissão não traz consigo a carga negativa da mentira.
não são parentes, de todo.
omites, não dizes.
mentes, falseias a verdade. é simples.
se tivessem perguntado à tua irmã se ela era casada e ela dissesse que não, não estava a mentir. viver maritalmente não é estar casado.
se lhe perguntassem se ela vivia maritalmente com alguém e ela dissesse que não, aí, sim, estaria a mentir.
percebes?
eu entendo o que pretendes dizer. eu aceito que se tente suavizar a mentira. porque afinal todos (quase) mentem. há, até, quem diga que há mentiras boas.
mas mentir é sinónimo de não dizer a verdade.
isso é bom? isso é mau?
pois, olha, não sei.
eu não gostei da sensação e afastei-a de mim.
mas obviamente, como também já disse lá no teu blog já estive em situações em que tive de aceitar a mentira dos outros. isso fará de mim, também, mentirosa? pois. não sei. um dia penso nisso. mas que não entendo esse comportamento, não.
o primeiro parágrafo era escusado, pá. ehehehhehhehe... o meu gosto pelas palavras e pelos seus sentidos veio muito antes da licenciatura.
XX
bem, cristina...hoje, quando andava à procura das palavras certas para enriquecer as minhas mãos estive com esses versos, também. optei pelos de neruda. mas olha já não sei se fiz a melhor escolha. :)
1967. o meu ano. curioso.
beijoca. grande.
As mãos, essas maravilhas!
Desenhar mãos é para qualquer artista de desenho ou pintura um desafio.Paula Rego no retrato do presidente Sampaio bem tentou, mas ficou muito aquém de um Freud.
As mãos...
curioso, manel...mais do que do meu rosto, gostaria que, um dia, desenhassem as minhas mãos.
fascinantes, não é? um verdadeiro, milagre no nosso corpo...
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