segunda-feira, 23 de outubro de 2006



estava aberta, a porta. sempre aberta. podia sair sempre. todos os dias. a luz chamava-a. mas ali dentro, na penumbra, na escuridão daquele que fora o seu passado, sentia-se presa. sentia-se protegida e optava por não sorrir à luz. por não mostrar o rosto. por esconder a sua felicidade. por ficar ali, aconchegada num passado que já não era seu. e fingia. e a luz lá fora chamava. e aproximava-se da porta. e fugia. e escondia. e chorava. e não queria.

(foto de Cristina Vieira)

11 comentários:

Anónimo disse...

Bonito… no entanto, soube-me a pouco e soube-me a tanto...
Também uma bela fotografia como ilustração (como quase sempre).

Uma boa noite

Pedro Damião disse...

O que a levaria a ter uma porta aberta e não responder à chamada da luz?? Medo do que iria encontrar ou tão somente a habituação às sombras e à escuridão??

Pêndulo disse...

Cuidado com a porta aberta e as correntes de ar.
Agor baixaram as comparticipações da ADSE e uma "pulmonia" leva-nos à ruína.

Rosalina Simão Nunes disse...

curioso o teu comentário, claudynius..."soube-me a pouco e soube-me a tanto..."

de facto, sempre que escrevo algo, dizem-me quase sempre: e não continuas?

pois. não. as minhas 'histórias' são sempre assim. breves. muito breves. tenho sempre qualquer coisa para fazer a seguir.

obrigada por teres gostado.

boa noite.

Rosalina Simão Nunes disse...

ehehehhehehhehe...pitacajo.

pois, não te sei responder. as palavras foram saíndo conforme ia olhando para a foto. mas, agora que releio, acho que a 'piquena' estava acomodada àquele sossego.

Rosalina Simão Nunes disse...

[gargalhada]...enquanto respondo aos comentários vou-me rindo com as tuas palavras, pêndulo.

tens razão, vou já fechar a porta. :P

Cristina disse...

uau! fica tão mais linda a porta nas tuas palavras :))
e na mesma onda..(musica)

continuo com:

E com um brilhozinho nos olhos
tentamos saber
para lá do que muito se amou
quem éramos nós
quem queriamos ser
e quais as esperanças
que a vida roubou
e olhei-o de longe
e mirei-o de perto
que quem não vê caras
não vê corações
e com um brilhozinho nos olhos
guardei um amigo
que é coisa que vale milhões


beijinhos

Rosalina Simão Nunes disse...

desaparecida, pinto ribeiro? não.

mais silenciosa. :)

Rosalina Simão Nunes disse...

e estou com "um brilhozinho nos olhos", cristina.

beijocas grandes.

mfc disse...

A porta estava aberta... porque não então entrar por ela?
Um abraço.

Rosalina Simão Nunes disse...

ora, aí está uma questão pertinente, mfc.