Transcrevo para aqui um desabafo efetuado no Facebook, no dia 7 de Fevereiro.
Na Internet tudo é efémero, ainda que tudo deixe também a sua marca. No facebook, a sensação que tenho é a de que as palavras rapidamente são esquecidas. Aqui (blog), as "coisas" ficam guardadas. E estas palavras quero-as dessa forma:
Um dos encantos que encontro no Facebook é o facto de me permitir
desabafar, formulando raciocínios, tipo interrogações retóricas, que
poderão ou não ter algum feedback, mas que sei que alguém vai ler mesmo
que sejam pessoas com as quais não me cruze no mundo real. E pode haver
interação ou apenas um gosto de alguém que mostrou entender-me e que
comigo partilha o desabafo ou alguém que o discute comigo, dando-me a conhecer outra perspetiva.
Eu gosto disso! Ora o que me traz aqui é uma incoerência. Pelo menos do meu ponto de vista.
Eu sou professora de Língua Portuguesa. Do programa, faz parte um conteúdo, no âmbito do estudo de modelos de escrita: a ata. Quando se trabalha esta matéria, são apresentadas aos alunos a definição e estrutura de ata. Ou seja, informa-se os alunos que a ata é um tipo de texto que deve registar, resumidamente, as ocorrências , deliberações, resoluções e decisões das reuniões. Deve constar, inicialmente, uma ordem de trabalhos que deve ser respeitada. Ou seja, a ata é uma espécie de "radiografia" do que se passa numa reunião. É designando um secretário que é o responsável pela redação do texto que deve ser aprovada pelos participantes na reunião. Eu "ensino" isso aos alunos e costumo, geralmente no 9º Ano, a partir de reuniões que os alunos têm de fazer para a realização de trabalhos, pedir que façam atas. Textos com uma estrutura própria, mas textos construídos por eles.
Ora, agora, nas escolas, a moda é criar modelos "fixos" de atas. Ou seja, formalizam-se documentos de preenchimento e o que o secretário tem de fazer é preencher aquilo. Mas depois assina como tendo sido ele o autor do texto.
Claro que muitos acharão este desabafo um perfeito disparate. Um preciosismo da minha parte.
Mas faz algum sentido, na mesma escola onde explico aos alunos que ata deve ser assim, depois ser "obrigada" a preencher um documento? Que se assuma que é da responsabilidade do diretor de turma o preenchimento do formulário. Porque, para um professor de Língua Portuguesa, fazer aquilo a que se chama ata, nestas circunstâncias, é uma incongruência. Tem de ser. Para além de que quem preenche o formulário assume a autoria de um texto que não é seu.
Eu gosto disso! Ora o que me traz aqui é uma incoerência. Pelo menos do meu ponto de vista.
Eu sou professora de Língua Portuguesa. Do programa, faz parte um conteúdo, no âmbito do estudo de modelos de escrita: a ata. Quando se trabalha esta matéria, são apresentadas aos alunos a definição e estrutura de ata. Ou seja, informa-se os alunos que a ata é um tipo de texto que deve registar, resumidamente, as ocorrências , deliberações, resoluções e decisões das reuniões. Deve constar, inicialmente, uma ordem de trabalhos que deve ser respeitada. Ou seja, a ata é uma espécie de "radiografia" do que se passa numa reunião. É designando um secretário que é o responsável pela redação do texto que deve ser aprovada pelos participantes na reunião. Eu "ensino" isso aos alunos e costumo, geralmente no 9º Ano, a partir de reuniões que os alunos têm de fazer para a realização de trabalhos, pedir que façam atas. Textos com uma estrutura própria, mas textos construídos por eles.
Ora, agora, nas escolas, a moda é criar modelos "fixos" de atas. Ou seja, formalizam-se documentos de preenchimento e o que o secretário tem de fazer é preencher aquilo. Mas depois assina como tendo sido ele o autor do texto.
Claro que muitos acharão este desabafo um perfeito disparate. Um preciosismo da minha parte.
Mas faz algum sentido, na mesma escola onde explico aos alunos que ata deve ser assim, depois ser "obrigada" a preencher um documento? Que se assuma que é da responsabilidade do diretor de turma o preenchimento do formulário. Porque, para um professor de Língua Portuguesa, fazer aquilo a que se chama ata, nestas circunstâncias, é uma incongruência. Tem de ser. Para além de que quem preenche o formulário assume a autoria de um texto que não é seu.
Pronto, desabafei.
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