quarta-feira, 25 de abril de 2007

TLEBS - um negócio, certamente

Escreve Vasco Graça Moura no Dn Online de hoje, 25 de Abril de 2007, que o " ensino da Língua Portuguesa continua a caprichar pela bizarria: a Portaria n.º 476/2007, de 18 de Abril, reconhece no seu preâmbulo a existência de deficiências científicas na TLEBS e de falhas nas condições pedagógicas da sua aplicação, mas não extrai as devidas consequências desses factos."
Eu diria que não é o ensino da Língua Portuguesa que prima pela bizarria, mas sim quem neste momento se senta no Ministério da Educação. O que convenhamos não devemos estranhar, quando à volta do Primeiro Ministro tantas coisas se dizem e escrevem sobre a sua formação. E lá diz o ditado popular: "Onde há fumo, há fogo."
"A portaria determina a revisão científica e a adaptação pedagógica da terminologia, de modo a chegar-se a dois documentos, um com a lista de termos científicos e respectivas definições destinada aos professores e outro com os termos a trabalhar "por ciclo de ensino" e propostas de materiais a utilizar pelos professores nas situações de ensino-aprendizagem (este pedantismo eduquês das "situações de ensino-aprendizagem" é logo revelador das mentalidades que continuam a imperar na 5 de Outubro). "
Realmente a portaria prevê a criação de dois documentos. Eu gostaria era que alguém me explicasse como é que, na prática, isso é viável. No primeiro ciclo os substantivos terão uma designação, no segundo outra, terceiro, outra, secundário, outra; os professores entre si utilizarão outra...Ora bem, parece-me que se trata de um perfeito disparate e professor de Língua Portuguesa que se preze recusar-se-á a tal. No entanto, as Editoras ficariam, certamente, a ganhar com a circunstância. Os professores teriam de recorrer sistematicamente a gramáticas e livros de apoio.
Ora bem, enquanto professora de Língua Portuguesa, há quase 18 anos, não preciso, obviamente, que alguém me venha ensinar a minha Língua para que eu a consiga ensinar aos alunos.
Um dia destes irei frequentar uma das acções de formação em que alguém especialista na matéria me tentará explicar isso da TLEBS...Será, no mínimo, interessante.
Convém que não esqueçamos esta questão, convém que se leia, convém que nos recusemos a assassinar aquilo que temos de mais identificador: a nossa língua.

13 comentários:

Teresa Durães disse...

todo o ministério da Educação é bizarro :((((

eu que o diga.. trabalhei lá muito tempo :(((

já fugi!!!!!!!! ehehheh

Anónimo disse...

Lembrando Fernando Pessoa: "A minha Pátria é a Língua Portuguesa". Não sejamos traidores.

Uma boa noite

PS. Estava com saudades de te ler

Alien8 disse...

Dois documentos? Só dois? Palavra?
Isso é que era bom...

As editoras, pois é, as editoras... e a pobre da Língua Portiguesa, que cada vez é mais desprezada, maltratada, esquecida. TLEBS? O que é preciso é ENSINAR. E fazer com que se aprenda. A Rosalina é que sabe!

Um beijo.

Anónimo disse...

presunção e agua benta cada um toma a que quer

sou mesmo boa não sou?
Por isso é que ninguém te pega

Pedro Damião disse...

Por acaso até é mesmo boa naquilo que faz: ensinar língua portuguesa. Pena é que nem todos sejam competentes no desempenho das suas funções.
E não aceita acríticamente tudo aquilo que lhe põem à frente. O mal é esse, pelos vistos.
Boa análise, Rosalina. Pelo que tenho lido, a TLEBS não é consensual e sendo por isso necessária cautela.

Anónimo disse...

o sr tempus não sabe quem é a rosalina pois se soubesse como eu sei não a defendia assim

Rosalina Simão Nunes disse...

ahahahahhahaha...

Pedro Damião disse...

Oh Anónima
Fique lá com a taça de "Quem conhece melhor quem" e passe bem, mas sem ressabiamentos. Penso eu de que.

Rosalina Simão Nunes disse...

ehehhehehehhehe...tempus. ;)

eu, pelo menos, sei quem é tempus fugit!

Rosalina Simão Nunes disse...

eu, por enquanto, Teresa, vou-me mantendo.

há quem diga que eu também sou bizarra. ehehehehehhe...

Rosalina Simão Nunes disse...

há momentos em que as pausas são necessárias, claudynius. :)

Rosalina Simão Nunes disse...

é isso mesmo, alien, é preciso ensinar para que se possa aprender. por vezes, os professores esquecem-se disso: os alunos para aprenderem têm de ser ensinados. :)

Rosalina Simão Nunes disse...

tempus, obrigada, pelo primeiro comentário. ;)