segunda-feira, 24 de julho de 2023

a propósito da morte

o que é a morte? pode ser, para mim é, estar apenas. estar ali, de mão dada, à espera do último suspiro. do momento em que a vida se esvai. não há dor. não há sofrimento. tão somente a certeza, a nossa, de que tudo fizemos para estar ali. a do outro, ter a garantia desse momento de paz. que será eterno. porque tudo termina ali. aos outros fica, depois, a vontade de ter memórias. de ter saudades. ou não.

Vem isto a propósito de Kundera. Morreu


[Publicado originalmente no Facebook a 12/julho/2023.]

.

sexta-feira, 21 de abril de 2023

MEMÓRIAS de uma professora: ausência de obras de manutenção depois das obras de melhoria ao fim de dois an

 MEMÓRIAS de uma professora sempre muito [*combativa] || 2

Esta é que devia ser a responsabilidade e preocupação do Municipio da Lourinhã: zelar pela manutenção dos equipamentos que tem "à sua guarda". A responsabilidade do atual estado de conservação deste equipamento não é de quem trabalha aqui todos os dias. Não foram os alunos, nem os professores, nem os funcionários desta escola, a sede do Aedlv Lourinhã , quem andou a "esfolar" a parede para se ver a pintura anterior. Esta escola esteve em obras de 2018 até 2019. Está assim em 2023.
ADENDA
Ontem, estive na Escola EB de Ribamar. Não tirei fotos, não foi alvo de qualquer intervenção para melhoria, é mais antiga, está com pior aspeto. Sei também que as escolas do outro Agrupamento estão em estado semelhante.
Portanto, se o estado dos equipamentos é este e antes da existência de agrupamentos não era, sendo que o estado de conservação era da responabilidade do Governo Central, como acham que as escolas públicas frequentadas pelas crianças e jovens no concelho da Lourinhã estarão se a vontade de criar um mega-agrupamento vingar?

Existe um grupo de trabalho há um ano a estudar o caso. Na altura em que foi criado, não havia problema, pelo menos não foi equacionado. Foi aventada a hipótese de se poder vir a fundamentar a criação de um mega-agrupamento para que fosse garantida a possibilidade de existir o mesmo manual em todos os anos de escolaridade... Mas, pelos vistos, já foram pedidos dados estatísticos às direções de ambos os agrupamentos e os mesmos foram sobre o crescimento do número de alunos e proveniência dos mesmos. Não se quis saber os nomes dos manuais escolhidos por ano de escolaridade. Portanto qual é o problema?
O número de alunos aumentou.
Portanto, qual é o problema? Há escolas que estavam fechadas e vão ser (re)ativadas.
Portanto, qual é o problema?
Quanto aos dados de proveniência (nacionalidade) dos alunos? Será relevante para o estudo porquê? Pretender-se-á segregar? Criar um mega-agrupamento em que haja escolas de portugueses, escolas de brasileiros, escolas de ucranianos?... A seguir qual seria o critério? A etnia? A cor da pele? Uma escola de / para meninos e outra de lavores para as meninas?!
Vem este post também a propósito da sede do Agrupamento do Aedlv não ter, como se pode ver pela foto, nome de identificação à entrada. É verdade. Estamos ali quase há dez anos e continuamos sem ter/ver escrito nas paredes exteriores daquele espaço, onde tantos alunos têm feito aprendizagens significativas, o nome da sua escola. Não somos uma escola anónima. Somos gente. Temos voz. Os alunos, os funcionários, os professores e, também, os encarregados de educação. E se alguém vos perguntasse o nome e tivessem de responder: " - Não posso dizer, está em estudo. Os meus pais querem que eu tenha um nome diferente daquele que me deram à nascença." Que diríamos a essa criança? Faríamos queixa dos pais? Ficaríamos calados?
E, por hoje, parece-me tudo.

Publicado originalmente aqui, no dia 04/04/2023.

MEMÓRIAS de uma professora: as obras na estrada à frente da escola no início de período depois de pausa letiva de duas semanas

MEMÓRIAS de uma professora sempre muito [*atenta] || 3 | 19 de abril. 13:20. Todas as fotos acabaram de ser tiradas. As obras, pelos vistos essenciais, iniciaram na segunda-feira passada, dia 17 de abril. As obras ocorrem à frente da escola sede do Aedlv Lourinhã . Não são da responsabilidade do agrupamento.

Nem me parece que o agrupamento tenha sido consultado sobre a sua urgência precisamente na semana em que o terceiro período letivo inicia. Mas alguém decidiu que as
duas semanas anteriores de pausa letiva não eram a altura ideal para fazer este tipo de obras. É o que temos. Falta de comunicação entre ministérios?
*O adjetivo vai mudando...


Publicado originalmente aqui, no dia 20/04/2023.

O digital no ensino ou a pedagogia em e-learning

 Eu não li o livro do neurocientista francês. Por isso vou crer na análise que o meu colega, também crítico literário, faz do mesmo.

Ainda assim, não me agrada que escreva ser cretinice pensar como viável "o digital no ensino".
Permitam-me esta ousadia, mas quando acabei de ler o texto de opinião do meu colega, poeta e crítico literário, apercebi-me que o sujeito autor do texto em apreço não percebe nada de pedagogia do e-learning. Porque é disso que se deveria falar quando o assunto é o "ensino digital", de pedagogia do e-learning. Ao escrever, por exemplo, "mas, num país como o nosso onde quem governa só segue modas e obedece a obscuras razões de interesse nacional para, como é o caso do digital na Educação, obrigar alunos, professores e pais a serem os técnicos de informática que nunca escolheram ser; ", o colega revela ser ignorante na matéria.
Integrar o digital no processo de aprendizagem dos alunos não é da competência de técnicos de informática. Não tem mesmo nada a ver com as competências de um técnico de informática. Um técnico de informática não é professor. E isto sem qualquer desprimor para a profissão.
O "ensino digital" é da competência dos professores que, por sua vez, deveriam procurar formação adequada para aprenderem a fazê-lo com qualidade.
Portanto, o autor está errado. Usa para validar a sua opinião o estudo de um neurocientista como se isso fosse suficiente para validar o que, afinal, é o próprio que teoriza. Nós, os que não lemos o livro até temeremos pronunciarmo-nos. Afinal, não o lemos, por isso, iremos ficar caladinhos...
...ou não...
É que o colega não tem razão alguma naquilo que escreve sobre o assunto. Revela mesmo desconhecimento e falta de humildade em reconhecer isso. Está este último aspeto implícito em muitas das frases que escreve. Há quase "ódio" na formulação do discurso. Quase que parece querer obrigar a calar quem pense de forma contrária.
Devia, pois, fazer formação. Estudar sobre pedagogia do e-learning. Sendo poeta, iria, de certeza, perceber a "magia" das dinâmicas digitais que são muito mais do que aquilo que afirma serem.

Rosalina Simão Nunes,
Professora e especialista em pedagogia do e-learning

Publicado originalmente aqui, no dia 20/04/2023.

quinta-feira, 23 de março de 2023

Admoestação em CME

 


Bem, isto está bonito.

🙄 Hoje, numa reunião do CME, a representante da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares e o Vice-Presidente do Município, quase em uníssono, admoestaram-me em plena sessão plenária pela forma como eu intervinha, alvitrando e insinuando que eu teria um comportamento inadequado para estar num conselho daquele tipo. Aliás, a senhora fez mesmo questão de dizer que nunca lhe acontecera estar numa situação daquelas. E que faço eu? Simples: questiono de forma assertiva. E não é isso que temos de ensinar aos alunos?

terça-feira, 21 de março de 2023

1. Crónica - "Ab ovo" ou ligações perigosas

Os Dois Agrupamentos de escolas na Lourinhã" - Crónicas imaginárias 1. Crónica - "Ab ovo" ou ligações perigosas - Imaginem que moravam numa pacata vila onde as pessoas se preocupavam com o bem-estar das crianças e jovens. E, nessa vila, havia DOIS agrupamentos de escolas. No entanto, um dia, Alguém acordou e disse para os seus botões: "- Que bom que seria se, em vez de DOIS agrupamentos, nesta vila tão pacata, só houvesse um. Seria tão bom!!!! Assim, os alunos deste concelho passariam a ter o mesmo manual e podiam andar a saltitar de escola em escola. Ia ser fantástico! E, como fui eu a ter a ideia, talvez se lembrassem do meu nome para batizar O Agrupamento com ele. Eu ia ficar contente. Era tão bom!!!! Que boa ideia tive. Vamos lá." Mas os anos passaram e ninguém queria saber daquela ideia para nada. Até que um dia, Alguém arranjou um Aliado que também tinha tido a mesma ideia. E como era alguém que tinha muita capacidade de argumentação, de convencer os outros, Alguém foi falar com Os Que Davam Dinheiro e convenceu-os a escolher o Aliado para ir para um sítio onde um conjunto restrito de pessoas ia falar desse assunto. E mesmo que não fossem estava lá o Aliado que tinha muita capacidade de argumentação e de convencer os outros a fazer coisas que não queriam nem nunca haviam pensado nelas. E o Aliado foi mesmo escolhido p`lOs Que Davam Dinheiro instigados por Alguém, mesmo contra a vontade da maioria do grupo restrito e da vontade da maioria dos grupos alargados.(cont.)

Publicado originalmente aqui, no dia 20/03/2023.

sábado, 24 de abril de 2021

Avaliar | DEFINIÇÃO

feliz

 

O amor

é uma ave a tremer

nas mãos de uma criança.

Serve-se de palavras

por ignorar

que as manhãs mais limpas

não têm voz.

Eugénio de Andrade

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

agradecimentos

acordar


acordar e ter saudades das saudades de ter tempo para amanhã...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

luz revigorante

quando as manhãs correm ao ritmo desta luz revigorante. 

Bom dia. É segunda-feira.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

retrato

 

Cântico Negro

“Vem por aqui”- dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: “vem por aqui”!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali…

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
—Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos…

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: “vem por aqui”?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
a ir por aí…

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?…
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos…

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios…

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: “vem por aqui”!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou…
Não sei para onde vou,
Não sei para onde vou
—Sei que não vou por aí!

José Régio

sábado, 9 de janeiro de 2021

 




sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

degustação

 









É sexta-feira. 

Exige-se o reconhecimento público da competência dos professores

 

Portanto, se for só às escolas que o confinamento não se aplicar, a leitura possível é concluir que, APENAS na educação, se implementaram medidas eficazes. Logo, talvez fosse altura de nos devolverem os 6 anos, 6 meses e 23 dias!!!!!!!! E, PUBLICAMENTE, corrigindo as palavras da ministra de má memória, reconhecer o MÉRITO dos professores.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

a morada dos deuses

 






hoje, estive perto do sítio onde os deuses moram. não me aproximei porque podia acordá-los.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

os diretores, as práticas pedagógicas e as reuniões de avaliação sumativa do 1.º período

A propósito de uma orientação sobre como as reuniões no 1.º período deveriam ser realizadas, fiz, no dia 21/12/20, a seguinte reflexão no Facebook:

Eu acho que os diretores deviam ter de dar aulas a pelo menos uma turma. Talvez dessa forma percebessem que proporcionar um calendário de reuniões de avaliação sumativa de uma hora e 15 minutos por videoconferência não é compatível com o desenvolvimento de boas práticas pedagógicas. Aliás, não é sequer exequível a não ser que se preconize a automatização do processo de aprendizagem dos alunos.

Da interação com uma das amigas que comentou, perguntando, ironicamente se as reuniões não serviam apenas para preencher documentos, acrescentei o seguinte na caixa dos comentários:

...não estou habituada a isso. Aqui costumamos ter tempo para nos centrarmos no que importa: o aluno. Sempre assim foi e continua a ser. O que se passa neste momento, e penso que se passará em todos os Agrupamentos e escolas, é partir-se do princípio de que todos somos competentes na utilização das TIC só porque assistimos a webinares desde março. E, como sabemos, isso não é assim. Compete, por isso, a quem saiba o que seja a aprendizagem mediada pelos designadas NOVAS tecnologias, manter-se firme e tornar claro para quem ainda não percebeu que, afinal, o que se está a passar é, simplesmente, uma mudança de paradigma. E assumir isso. Assumir que sabemos e não aceitamos mais do mesmo. Que este é o tempo de "sair fora da caixa". De ousar. E exigir tempo. Sim, tempo. Precisamos de tempo. Mais do que nunca. Os alunos entendem isso. Tão bem. E sabem esperar. Porque também estão a aprender que desta forma aprendem mais e melhor. Com mais responsabilidade e autonomia. Com mais liberdade. E devemos também falar sobre "isto", de maneira clara, quem verdadeiramente já estudou e sabe. Porque há muita gente que sabe com qualidade. Aqui, nas redes sociais, mas também nas reuniões que também passaram a ser realizadas em rede. E quando o tempo que nós dão é incapaz de permitir que o processo pedagógico aconteça, devemos mostrar que não estamos disponíveis para trabalhar dessa forma. Como? Assumindo. Dizendo. E, se for caso disso, escrevendo. 

Parece-me um testemunho reflexivo válido e relevante no contexto atual do trabalho desenvolvido nas escolas. Por isso, o publico aqui, já que neste espaço poderá alcançar mais leitores.  

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

gosto não gosto

 


gosto do espírito do Natal.

...não gosto de comprar presentes no Natal.

gosto das luzes de natal nas casas, nas ruas, nas vilas, aldeias e cidades.

... não gosto das "feiras" que se fazem (faziam...) só para vender presentes de Natal.

gostos de natalíces espalhadas pela casa.

... não gosto de árvores de Natal dentro das casas.

gosto dos doces de Natal.

... não gosto dos quilos a mais que as balanças assinalam depois do Natal.🙄

estar atenta


estar atenta aos pormenores, à beleza, ao silêncio, ao silêncio reconciliador das manhãs. e acordar. lentamente, como se tudo tivesse sempre o mesmo sentido. o da vida.

É dia 24/12. Estamos em 2020. E está frio lá fora.
Bom dia. Sejam felizes! 🌾

corações de mãe e filha com café

 


dois corações com sabor a café: um, da mãe. outro, da filha.